Etiquetas: Octávio Paz, poesia, poetas mexicanos
Lago
Tout pour l'oeil, rien pour les oreilles
Ch. B
Entre áridas montanhas
as águas prisioneiras
repousam, cintilam
como um céu caído.
Nada senão os montes
e a luz entre as brumas;
água e céu repousam,
peito a peito, infinitos.
Como o dedo que afaga
uns seios, um ventre,
estremece as águas,
delgado, um frio sopro.
Vibra o silêncio, bafo
de pressentida música,
invisível ao ouvido,
apenas para os olhos.
Octavio Paz. Antologia Poética. Publicações Dom Quixote. Lisboa, 1984., p.17
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