domingo, 12 de dezembro de 2010

Etiquetas: Octávio Paz, poesia, poetas mexicanos


Lago



Tout pour l'oeil, rien pour les oreilles

Ch. B



Entre áridas montanhas

as águas prisioneiras

repousam, cintilam

como um céu caído.



Nada senão os montes

e a luz entre as brumas;

água e céu repousam,

peito a peito, infinitos.



Como o dedo que afaga

uns seios, um ventre,

estremece as águas,

delgado, um frio sopro.



Vibra o silêncio, bafo

de pressentida música,

invisível ao ouvido,

apenas para os olhos.





Octavio Paz. Antologia Poética. Publicações Dom Quixote. Lisboa, 1984., p.17

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