sexta-feira, 10 de maio de 2013


<< A slave who has no conscience to be a slave and that does nothing to get rid of, it really is a slave. But a slave who is conscious of being a slave and struggling to free himself already is no longer a slave but a free man. >>

Vladimir Ulyanov Lenin


"medidas paliativas"


Alessandro Jucá

Uma coisa eu acho muito interessante. Geralmente quem diz: "Não sou a favor de medidas paliativas, pois o problema é mais profundo." ou "Não se deve dar o peixe e sim ensinar a pescar" quanto as questões sociais, são pessoas que têm o que comer, vestir, onde dormir e trabalho digno. O que penso é que são coisas bem diferentes, mas uma não exclui a outra. Dar comida a quem tem fome e criar uma forma de promover o crescimento e a dignidade de um ser humano são ou podem ser perfeitamente complementares. O sujeito dizer que o problema da fome se resolve com educação, tranquilo, tem um fundamento interessante quanto a abrangência, a médio e longo prazo. O problema da fome, a educação ajuda a resolver com certeza, porém o problema da fome real e não a do conceito do que esta seja para as ciências sociais, a fome do cidadão que não tem o que comer, só se resolve comendo, mesmo que de repente o país decidisse investir 40% do arrecadado em educação. Diante disso, como uma orientação, eu sugiro a experimentação científica do argumento: Você e seus filhos estão com fome? Façam jejum (importante para a conclusão da pesquisa), peça que seus filhos, assim como você, aguardem alguns anos e mãos a obra: vá estudar e se dedique a aprender, a se qualificar para que seu currículo seja o melhor dos melhores, e quando finalmente você provar pra si mesmo e pra todos que você consegue um lugar no mercado e que você não é só mais um preguiçoso parasita que vive do dinheiro público, observe se seu estômago parou de doer, se seus filhos pararam de chorar pedindo comida e faça uma tese defendendo seu ponto de vista de que a educação adquirida por você resolveu a SUA fome e a de sua família.



Dia da Vitória


*Dia da Vitória*

Dia da Vitória, quão longe estava de nós,
Como uma brasa encolhida no fogo minguante.
Verstas de distância, queimadas e empoeiradas.
Nós fizemos tudo o que podíamos para apressar esse dia.

Este é o Dia da Vitória
Cheirando a pólvora,
Este é um feriado
Grisalho nas têmporas.
Isto é alegria
Com lágrimas nos olhos.
Dia da Vitória!
Dia da Vitória!
Dia da Vitória!

Dias e noites em francas fornalhas
Nossa Pátria gastou, insone.
Dias e noites nós lutamos uma dura batalha
Nós fizemos tudo o que podíamos para apressar esse dia.

Este é o Dia da Vitória...

Olá, mãe, nem todos de nós voltamos...
Desejo correr de pés descalços no orvalho!
Metade da Europa, nós atravessamos, metade da Terra,
Nós fizemos tudo o que podíamos para apressar esse dia.

Este é o Dia da Vitória...

~em russo~

*День Победы*

День Победы, как он был от нас далёк,
Как в костре потухшем таял уголёк.
Были вёрсты, обгорелые, в пыли –
Этот день мы приближали как могли.

Этот День Победы
Порохом пропах,
Это праздник
С сединою на висках.
Это радость
Со слезами на глазах.
День Победы!
День Победы!
День Победы!

Дни и ночи у мартеновских печей
Не смыкала наша Родина очей.
Дни и ночи битву трудную вели –
Этот день мы приближали как могли.

Этот День Победы…

Здравствуй, мама, возвратились мы не всё...
Босиком бы пробежаться по росе!
Пол-Европы, прошагали, пол-Земли –
Этот день мы приближали как могли.

Этот День Победы…



ERRO


 (Machado de Assis)

Erro é teu. Amei-te um dia
Com esse amor passageiro
Que nasce na fantasia
E não chega ao coração;
Não foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão;
Um querer indiferente,
Em tua presença, vivo,
Morto, se estavas ausente,
E se ora me vês esquivo,
Se, como outrora, não vês
Meus incensos de poeta
Ir eu queimar a teus pés,
É que, — como obra de um dia,
Passou-me essa fantasia.

Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Tuas frívolas quimeras,
Teu vão amor de ti mesma,
Essa pêndula gelada
Que chamavas coração,
Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada
Me conseguissem prender;
Foram baldados tentames,
Saiu contra ti o azar,
E embora pouca, perdeste
A glória de me arrastar
Ao teu carro... Vãs quimeras!
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras...

Poema extraído de Crisálidas de Machado de Assis.