A cena do dia foi a
visita de Bolsonaro, Guedes e burgueses ao STF para intimidarem os togados de
supetão. Não lembro de outro débil presidente da República, com seu fraco
ministro ameaçado de queda, jamais terem atravessado a Praça com um apavorado
lobby patronal para intimidar um assustado STF, enquanto despachantes de
interesses empresariais. A lista dos burgueses só revela setores industriais
como aço, plástico, têxtil, máquinas, cimento, elétrica, farmacêutica,
brinquedos, química, calçados, veículos, ninguém do essencial setor de
alimentos, comida, supermercados e do abastecimento estava lá, os que continuam
lucrando e funcionando no meio da pandemia como serviços essenciais. O desespero
dos burgueses, industriais e financeiros, é que acabou o imenso lucro imediato
e diário deles, ainda que momentaneamente e não estão interessados na vida e na
saúde dos outros, não se importam com a vida e a saúde dos trabalhadores, dos
idosos, dos frágeis de saúde e da população em geral, só querem lucrar ao
máximo, se entupirem de dinheiro, sempre agem como "vampiros", como
escreveu o maior cientista social do século XIX: - "o capital tem um único
impulso vital, o impulso de se valorizar, de criar mais-valia, de sugar a maior
massa possível de sobretrabalho com a sua parte constante, os meios de
produção. O capital é trabalho morto que apenas se anima, à maneira de um
vampiro, pela sucção de trabalho vivo, e que vive tanto mais quanto mais dele
sugar. O tempo durante o qual o operário trabalha é o tempo durante o qual o
capitalista consome a força de trabalho por ele comprada. Se o operário consome
o seu tempo disponível para si próprio está a roubar o capitalista" (Marx
- O Capital. Crítica da Economia Política. Livro Primeiro: O processo de
produção do capital. Terceira Secção: A Produção da mais-valia absoluta. Oitavo
capítulo: O dia de trabalho).
RCO