Um sociólogo norte-americano dos anos 50 já deu o
diagnóstico: com o deslocamento geográfico de um segmento da classe média
intelectualizada para os "campi" universitários, um setor importante
da esquerda, que varia de numero segundo a institucionalização do aparelho
burocrático-universitário de país para país, separou sua experiência de vida
quotidiana da grande massa da classe trabalhadora. Daí que surjam tantas
palavras de ordem e arroubos radicais dos quais a massa sequer toma
conhecimento. A pergunta que se coloca é: as redes sociais agravaram esse
fenômeno, insulando ainda mais os "liberals" do restante da população
comum, ou serviram para "reconectar" as camadas médias liberais com o
duro e sofrido cotidiano do cidadão comum? Talvez esteja aí a fonte do famoso
"mal-estar" com a democracia monitorada que tantos ideólogos
sentem...
Sérgio Soares Braga