O "Antigo Regime" continua nos privilégios
hereditários do judiciário e dessa maneira é incompatível com a modernidade, a
cidadania e a democracia: Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz. Presidente TRF4.
Desembargador. Filho de Mariza Thompson Flores, diplomada em letras e
professora de Inglês do Curso Médio, casada com o Dr. Otmar Lens, Juiz do
Trabalho. Neto do Ministro do STF Carlos Thompson Flores, a quem elaborou a
genealogia: “Aos 26 de janeiro de 1911, há cem anos, nasceu Carlos Thompson
Flores na cidade de Montenegro, no Estado do Rio Grande do Sul. Filho do
político e advogado Luiz Carlos Reis Flores e de Dona Francisca Abbott Borges
Fortes Flores, foram os seus avôs paternos o Desembargador Carlos Thompson
Flores e Dona Luíza Elvira Reis Flores, filha do Barão de Camaquã, um dos
comandantes militares da Guerra do Paraguai; pelo lado materno, o Dr. João
Pereira da Silva Borges Fortes, político e magistrado no Império, e Dona Ofélia
Abbott Borges Fortes, irmã do ex-Ministro da República e ex-governador, Dr.
Fernando Abbott. O Ministro Carlos Thompson Flores é descendente de algumas das
mais ilustres e antigas famílias do Brasil que forneceram ao nosso país
políticos do mais alto relevo, como o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca,
Presidente da República, diplomatas como o embaixador Carlos Martins Thompson
Flores, médicos como o Conselheiro do Império Dr. Jonathas Abbott, considerado
por muitos o maior luminar da ciência médica brasileira no século XIX.
Destacam-se, ainda, o Coronel Thomaz Thompson Flores, herói da Guerra de
Canudos, cujos feitos são relatados por Euclides da Cunha na obra clássica
"Os Sertões"; o Ministro Francisco, Thompson Flores, Ministro do
Tribunal de Contas da União que, em 1937, como relator das contas do
Presidente. Getúlio Vargas, levou a Corte de Contas a manifestar-se pela
rejeição das contas do Presidente da República, em decisão sem precedentes na
história daquele Tribunal. É descendente direto do bandeirante Raposo Tavares,
um dos fundadores do Brasil, e de Dionísio Rodrigues Mendes, um dos primeiros
povoadores do Rio Grande do Sul, cuja fazenda, em meados do século XVIII,
situava-se em terras onde hoje se localiza o Município de Porto Alegre. Uma das
fazendas de seu bisavô, o Dr. João Pereira da Silva Borges Fortes, notável político
do segundo reinado, hospedou o Imperador D. Pedro II e toda a sua comitiva, no
ano de 1865, em São Gabriel, quando de sua visita à Província de São Pedro.
Corre em suas veias o nobre sangue da família Leme, de São Paulo, que deu ao
Brasil homens como o Cardeal D. Sebastião Leme,que desempenhou papel decisivo
para o favorável desfecho da Revolução de 1930, ao convencer o Presidente
deposto Washington Luís Pereira de Sousa a partir para o exílio. São, ainda,
seus primos o Almirante Diogo Borges Fortes, Ministro e Presidente do Superior
Tribunal Militar, o General Carlos Flores de Paiva Chaves, o primeiro militar
brasileiro a comandar tropas da ONU-comandou a Faixa de Gaza nos anos cinquenta
-, o Almirante Joaquim Flores do Rêgo Monteiro, formado em Engenharia Naval na
Inglaterra e um dos pioneiros no país nessa importante modalidade de engenharia
e o Embaixador Francisco Thompson Flores, um dos responsáveis pela criação e
instalação do Mercosul, quando embaixador em Buenos Aires. Essas, em apertada síntese,
são as origens familiares de Carlos Thompson Flores. O homem, disse-o Antonio
Joaquim Ribas, em sua biografia de Campos Salles, é um ser sucessivo, cuja alma
contém, algumas vezes, as virtudes de cem gerações. Como nos minerais e
vegetais, prossegue o notável biógrafo, a natureza elabora, longa e surdamente,
as suas obras-primas na humanidade. Eis por que assinalamos que nos seus
antepassados já se revelavam as altas virtudes que, aperfeiçoadas pelo estudo e
meditação, destinaram no às mais elevadas posições na administração da nossa
Nação. A l'origine d'une
vocation, recorda Roger Martín Du Gard, il y a presque toujours un exemple. No
exemplo de seus ancestrais, colheu a inspiração e o estímulo que lhe serviram
de motivação na escolha de sua vocação, a magistratura, cujo exercício consumiu
toda a sua existência. ”
RCO