terça-feira, 2 de junho de 2015


[O cenário pornopolítico foi dominado pelo massacre dos professores no Paraná.
Depois do “prendo e arrebento”, temos Bato Racha, vulgo Beto 9.9 em violência na escala Richa. Bato Racha levou nove dias para se arrepender, e com a frase mais — desculpem, não há outra palavra — escrota que pode brotar da boca de um covarde: “Machucou mais a mim...” O perdigoto não agradou, Racha deu ré e agora aprova de novo a pancadaria sanguinolenta, balas na cara, bombas, pitbulls...

Foi um tremendo rasgo na Cortina de Penas do bom-mocismo tucano. Eles são aquilo mesmo. Bato Racha mandou fitas para jornalistas comprovarem a ação de “elementos infiltrados” no protesto. Ninguém encontrou um único agente provocador. Bato Racha é também um deslavado mentiroso.] 

por Aldir Blanc
 - Em 2008 eu colaborei para a tradução de um trabalho dos 100 anos da inicio da colonização alemã na cidade; e entre os estudos, se descobriu que pejoração '' alemão batata come queijo com barata'' veio daí. Em japoneses alemães e italianos, tinham suas casas às vezes pichadas com insultos, e outros episódios aviltantes. A avó de uma ex namorada minha , que era alemã e judia,contava q recém chegada ao Brasil, um policial (próximo ao Palácio do Catete) abordou ela e o marido, também judeu-alemão,e ao mostrarem seus documentos, e o policial disse: alemães! de maneira grosseira, daí os levou à delegacia, e fez um puta inquérito, o q eles não entenderam q o casal tinha exatamente saído da Alemanha por serem judeus., foram liberados, mas fichados e criptografados, daí em diante tinham q comparecer toda semana, à delegacia; nem um documento comprovando q eram judeus, valeu muito. o bonzinho do Vargas também não curtia judeus. O mesmo acontece com ambas minhas tias, chegadas na mesma época no Brasil (meu pai viria bem depois) elas tinham q comparecer à delegacia toda semana por estarem na condição de ''quinta coluna'' passarem por interrogatórios, serem corrigidas quando não erravam o português, situação impossível para um estrangeiro recém chegado .A situação de uma tia minha no RJ era ainda pior, ela era cantora , artista, e estava qualificada como prostituta. mesmo já sendo casada ( o governo brasileiro não aceitava matrimônios feitos fora do país) .Os descerebrados mal sabiam o que também acontecia na cidade de onde elas provinham na Itália , com a queda do governo fascistas foi sitiada por nazistas alemães, ,e sendo sangrento palco de disputas entre nazistas e comunistas iugoslavos, atrocidades mil; os comunistas iugoslavos, permaneceram na cidade e na região, o conflito durou ainda oito anos depois da guerra. Para a mentalidade maniqueísta, o presa justifica o caçador.

Talvez, é uma pergunta que me faço, embora o assunto fosse pouco abordado; e muita coisa eu descobri nas cartas entre familiares, e através de documentos. as minhas tias, nem meu pai falavam com ódio de certas ideologias que culminaram todo esse advento de atrocidades, acho até porque não tinham opinião formada a respeito. o meu pai é quem dizia alguma coisa neste sentido,; minhas tias (com quem convivi mais) tinham um ódio visceral dos eslovenos e croatas, até porque além de confiscarem os bens da família, assassinaram dois irmãos delas, meus avós só se safaram porque foram com meu pai (ainda criança) para a Suiça, e lá obtiveram exílio [ o mais interessante, que ficaram alguns dias em acampamento de anarquista em Lugano; antes do exílio ter sido ratificado legalmente; posteriormente, finda a guerra foram para Argentina, a cidade ainda se encontrava sob perigo de sitiamento, não tinham como retornar para a Itália . eis aí que surge a xenofobia, quando não se pensa que o problema está na doutrinação de massa, feita pela mídia ou por maneiras outras de propaganda, se valendo de uma circunstância social ou financeira; se eslovenos, croatas e alemães cometeram os maiores dolos com a minha família paterna, os fascistas, conterrâneo deles, obrigavam meu avô (que era um industrial de porte) a fazer algumas coisas nos negócios dele, inclusive colaborar com cooperativas q nada tinham a ver com o ramo de fabricação no qual trabalhava, entre outras coisas. a questão não era os alemães ou eslovenos , a questão foi a ideologias que lhes asenhoriou, o mesmo diríamos do Brasil na era Vargas. A minha consciência sócio- política (creio que da maioria daqueles que tem) adveio mais por sede de justiça,pessoalmente a vontade de justiça, coesa a um questionamento ávido desde pequeno. Aos 16 anos cheguei até flertar com o comunismo, mas me livrei dessa gonorréia juvenil como diria Roberto Campos, em tempo, pois logo percebi o nível de autoritarismo que havia nele, não o diferenciando em sua regência do poder macro-estatal., menos ainda do fascismo. Li O capital Marx e seus sequazes (prefiro alguns dos discípulos do que o ''mestre'') , como li Riqueza das Nações de Adam Smith; Locke; Hume e seu Ensaios Morais, Políticos e Literários, pasme li o Mein kampf de Hitler, citando alguns clássicos; estudei e estudo alguns economistas;autores das mais diferentes correntes políticas, gosto de estudá-los (as ortodoxias ideológicas parecem desconhecer o que é de fato a dialética) foram leituras mais ou menos recentes, que me ajudaram (e ajudam) a consolidar meu pensamento de liberdade e de justiça individual, sem pensar o Único usando a terminologia de Max Stirner , não se pode ter uma coletividade equânime. O homem nada é sem o impacto social, e dirá a você que foi este impacto que me fez às vezes um pequeno ativista, mas sobretudo uma pessoa que busca o conhecimento, e que faz do conhecimento [também] uma forma de resistência ao que deduzo como injusto.


 Tullio Sartini
Dos czares aos bolcheviques, da Perestróika a Putin, otomanos e a culpa dos correligionários turcos na questão palestina, que ninguem se lembra, sem falar no genocídio armênio e grego; a lista é longa nas metastases megalocrátas do que chamam de imperialismo. E o direito de autodeterminação das nações agora aviltado na Ucrânia, sob pretextos ideológicos, quando o que se quer é um acesso amplo e desembaraçado ao petróleo nos limítrofes da Ásia menor.. Respiramos o tempo não mais da guerra fria, mas sim da água morna.


Tullio Sartini
Enquanto a história, a política e a economia forem explicadas por binômios de vencedores e vencidos, vítimas e vitimizados, oprimidos e opressores; enquanto ''teorias'' da conspiração, forem a inspiração dos paranóides, e não teses comprobatórias; enquanto se pensar que a competitividade, é um mal e não um meio de cooperação e criatividade, e que a solidariedade não se faz por caridade; enquanto vivermos expondo os fatos das mais diversas dimensões à revelia da racionalidade e da crítica de precisão; em suma, teremos sempre júris para um bode expiatório, e a expiação de réus que um dia estavam sob o júri e quando um acordo entre deuses e semideuses lhes dá o alvará de soltura, se tornam juízes; assim, seremos essa perpetuidade num palco da culpa construída e da incompetência desconstruída.

Tullio Sartini

'' nenhum partido político é de esquerda, quando assume o poder''

'' nenhum partido político é de esquerda, quando assume o poder''
essa eu tive de traduzir; bravissmo! sig. Morselli.


--felizmente até a natureza me fez ambidestro. eu jamais seria um jacobino que explicitamente ou implicitamente, assim que sobe ao poder,(ou está junto a ele) será um girondino , nem tão pouco seria eu um girondino; que tem muito de jacobino em seus neurônios; se dobram a deuses, veladamente apaziguam 'sans-culottes', vivem como gorilas psicóticos (uns da montanha outros da planície) quando não, são sapos dos 'montagnards' ou do "peuple de Marais' . o fato de ser naturalmente ambidestro, não me faz centrista à moda da casa; não gosto das guilhotinas; em suma ''ni dieu ni maitre'.

Tullio Sartini

O objeto primário da justiça é a estrutura básica da sociedade, ou mais exatamente, a forma pela qual as instituições sociais mais importantes distribuem os direitos e deveres fundamentais e determinam a divisão dos benefícios da cooperação em sociedade."
--John Rawls
[''Uma teoria da justiça'']




Tullio Stefano Sartini - Pois é ! num país que as pessoas falam muito de direito, e mal sabem que cada direito somente é justo quando é logico à pressuposição e implicatura do dever nele contido, a leitura do livro do supracitado autor, faz-se uma das mais recomendadas. interessante o fato que como ele exorta a questão da equidade ao invés da igualdade, algo que anos atrás eu , um mero pensador sem compromissos , exceto comigo mesmo, já pensava. há outro trecho do livro bem interessante de ser pensado: "A justiça é a virtude primeira das instituições sociais, tal como a verdade o é para os sistemas de pensamento. Uma teoria política, por mais elegante ou parcimoniosa que seja, deve ser rejeitada ou alterada se não for verdadeira, da mesma forma, as leis e as instituições, não obstante o serem eficazes e bem concebidas, devem ser reformadas ou abolidas se forem injustas"
O nefasto de algumas ideologias , que na América latina tornam pessoas como eu nefandas, consiste no fato que todos aguardam um messias e com ele a possibilidade messiânica dos milagres, do éden e da igualdade paranormal julgada por uma sobrenaturalidade com miolos humanos.


Tullio Stefano Sartini

As táticas de pagar dívida como presente e de tirar dois e devolver um


Thiago Melo

É difícil se dar conta que os governos brasileiros constantemente agem para ludibriar a população, e assim conseguir satisfazer seus interesses. Dado o volume de artimanhas políticas, deixamos passar muitas destas ações. O Governo do Paraná vem usando fortemente essas táticas em todos serviços essenciais para a população, principalmente, na educação básica. Ele paga dívidas e fala que é presente. Descumpre ou muda leis dizendo ainda que até cedeu em alguns pontos. Vou tentar mostrar aqui essas duas táticas e onde elas acontecem.
Imagine que alguém pediu para você pagar um almoço para ele. Ele alega que está sem dinheiro no momento mas que depois irá te pagar. Você paga o almoço. No dia do seu aniversário, o devedor lhe convida para almoçar e diz que este será o presente que te dará de aniversário. Você aceita o presente. Depois de algum tempo, você precisa de dinheiro e liga para o devedor para cobrar o almoço. O devedor então, na maior cara de  pau, te constrange perguntando se você esqueceu o almoço no aniversário. Você sabe que presente é algo feito para agradar, não o pagamento de um dívida. Porém, como esta é um questão informal, você deixa passar. É este tipo de atitude que o Governo do Paraná tem com professores da educação básica. Repõe perdas inflacionárias conforme ordena a lei e tenta ajustar o salário dos professores no mesmo nível que qualquer outro servidor com curso superior, depois diz que é presente; que é agrado de um governante bem intencionado. Na verdade, deve e paga dizendo que é presente. E não é só isso. Mente que igualou os salários dos professores com o de outros servidores. O que acontece é que ele soma o vale transporte com o salário. Somente com esta soma se dá a equiparação salarial.
Outra dívida que o Governo diz ser presente é da hora-atividade. Hora-atividade são os horários que o professor deveria possuir para preparar aulas, elaborar e corrigir provas e exercícios, como também participar de reuniões com pais e direção. A lei ordena que o mínimo de hora-atividade seja de 33% do total de horas trabalhadas. Reforço que é o mínimo, não o máximo. Isso que dizer que pode ser dado mais horas-atividade, como faz os Institutos Federais e a Universidades Federais. Gradativamente e com muitas insistências o Governo do Paraná chegou em 2015 aos 33%. Mas sem deixar de ter uma artimanha. Os professores que não possuem 40 horas semanais – vale lembrar que o concurso para professor é para 20 horas de trabalho – são forçados a cumprir uma hora-extra por semana para atingir os 33%.
A tática usada contra a educação básica que julgo mais nociva é do tira dois e devolve um. Já é nítido que sempre sobra para educação os cortes. Não sobra para áreas de muita barganha política, como o IAP e a Receita estadual, nem para os altos escalões dos três poderes. Já que a maioria dos cidadãos veem isso como errado, como acontece os cortes na educação? Acontece da seguinte maneira. O Governo sabe que não consegue tirar as coisas simplesmente com uma canetada. Ainda mais tirar coisas de áreas já fragilizadas e sem razão plausível para tirar. Vamos supor que ele queira tirar duas coisas. Em vez de tirar as duas, o Governo ameaça tirar ou tira dez coisas. Aí, no debate com os servidores e com o impasse, ele diz que irá ceder em oito pontos, mas que em nome da negociação e do bom senso os servidores tem que ceder ao menos em dois pontos. No fim das contas, o Governo acaba tirado justamente o que queria. Agora, imaginem essa estratégia acontecendo há décadas. O resultado é uma escola cada vez mais precária e ruim.
A tática do tira dois e devolve um foi usada visivelmente no pacotaço de fevereiro e está sendo usado agora no caso da lei de ajuste salarial. A lei diz que o governo deve repor a inflação do ano anterior. O Governo primeiramente disse que não ia pagar nada e agora fala em pagar um valor irrisório. Além de praticamente anular a lei a partir do ano que vem.
Expus aqui só uma parte do problema. Há vários outros problemas que merecem páginas e paginas de muito detalhamento e paciência. É isso mesmo! As leis e regras da educação básica pública se transformaram ao longo dos anos num monstro frágil de ser lesado.



Maio 30th, 2015


crítica lógica