sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Poemas Haikai

Os fios elétricos

estendidos por onde o frio reina

Ao norte de toda música.



O sol branco

treina correndo solitário para

a montanha azul da morte.



Temos que viver

com a relva pequena

e o riso dos porões



Agora o sol se deita.

sombras se levantam gigantescas.

Logo logo tudo é sombra.



As orquídeas.

Petroleiros passam deslizando.

É lua cheia.



Fortalezas medievais,

cidades desconhecidas, esfinges frias,

arenas vazias.



As folhas cochicham:

Um javali está tocando órgão.

E os sinos batem.



E a noite se desloca

de leste para oeste

na velocidade da lua.



Duas libélulas

agarradas uma na outra

passam e se vão



Presença de Deus.

No túnel do canto do pássaro

uma porta fechada se abre.



Carvalhos e a lua.

Luz e imagem de estrelas salientes.

O mar gelado.



Tomas Tranströmer