sábado, 1 de julho de 2017

1943: Judeus alemães submetidos a vigilância policial


Em 1º de julho de 1943, a perseguição aos judeus no Terceiro Reich chegou a um novo clímax. Por decreto, eles passaram a ser assunto da polícia nazista. A partir de então, ficaram juridicamente sem qualquer proteção.


"Vocês sabem do que se trata, mas mantenham sigilo. Talvez mais tarde se possa ponderar se foi conveniente ou não termos revelado mais detalhes sobre isso ao povo alemão. Acredito ser melhor nós todos suportarmos isso pelo nosso povo, assumirmos a responsabilidade e, então, levarmos o segredo para o túmulo." Estas palavras foram ditas no outono europeu de 1943 por Heinrich Himmler, chefe da SS e operador de uma máquina mortífera, diante das lideranças nacionais e distritais do partido nazista, sobre sua intenção de "dar a solução final ao problema judeu".

Dez anos antes, com a vitória do nazismo, o antissemitismo tornara-se doutrina oficial na Alemanha. A crescente perseguição passou pelo boicote a empresas e estabelecimentos comerciais de judeus, em abril de 1933 intensificou-se com a discriminação dos judeus no meio profissional, em universidades, escolas, teatros, e chegou ao auge com a completa marginalização social pelas "Leis de Nurembergue" de 1935.
Fogões lacrados

Hans-Oskar Löwenstein relembra: "Os nazistas confiscaram quase todos os pertences dos judeus: telefones, rádios, toca-discos, máquinas fotográficas. O único equipamento que se podia usar eram os óculos. A água quente foi bloqueada, assim como o acesso aos elevadores e às sacadas de frente para a avenida Kurfürstendamm [em Berlim]. Nas cozinhas, os fogões a gás e elétricos foram lacrados.

À disposição dos judeus residentes no nosso edifício ficaram apenas dois fogões a gás e dois fervedores elétricos. Era, portanto, uma situação terrível. Peixes dourados de aquário, flores, plantas ornamentais, tudo foi proibido aos judeus. Aquilo realmente não era mais vida."

Seguiram-se ainda outras chicanas e leis discriminatórias. Hitler não escondia mais sua intenção de eliminar os "inimigos judeus e bolcheviques". O ditador: "Evito profecias precipitadas, mas essa guerra não vai terminar da maneira como os judeus imaginam, com o extermínio dos povos arianos da Europa. Pelo contrário, o resultado dessa guerra será o aniquilamento do judaísmo".
Judeus eram conhecidos

O ex-piloto da Força Aérea alemã Heinrich Graf von Einsiedel chegou a admitir abertamente: "O povo alemão, na época, era basicamente antissemita. Sabia-se quem era judeu. Entre os alemães, não se perguntava quem era católico, protestante ou qualquer outra coisa. Mas, se alguém era judeu, isso era conhecido".

A máquina de propaganda contra os judeus funcionava a todo vapor. O incêndio das sinagogas, no pogrom de novembro de 1938, foi seguido de desapropriações e atos de violência. Na Conferência de Wannsee (Berlim), em 1941, foi planejado o extermínio dos judeus em todos os territórios dominados pela Alemanha. As humilhações públicas e degradações encenadas tornaram-se rotineiras. O ódio contra os judeus era ensinado também aos jovens alemães.

No início do regime nazista, viviam na Alemanha cerca de 500 mil de judeus, metade dos quais emigrou até o início da Segunda Guerra Mundial. O confinamento em guetos, as deportações e execuções faziam parte do cotidiano. A partir do outono de 1941, começaram os fuzilamentos em massa no território da atual Belarus.

Nessa época, os guetos foram fechados e seus moradores enviados para os campos de concentração de Auschwitz e Treblinka. A minoria judaica ainda residente no Terceiro Reich perdeu o que lhe restava de direitos através de dois decretos: todos os judeus com mais de seis anos de idade foram obrigados a portar visivelmente a estrela de Davi (símbolo do judaísmo) e, a partir de 1º de julho de 1943, foram fichados na polícia e submetidos a constante vigilância policial. Com isso, não podiam mais recorrer a qualquer instância jurídica alemã. Era a sentença de morte para os judeus.

Autoria Doris Bulau (gh)


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O amor é mais forte que a morte vocês diziam
Mas a vida é mais forte que o amor e
A indiferente mais forte que a vida — A vida
Minha ou sua e nossa de alguma maneira
É em conjunto a única seqüência de
metamorfoses
(O neotênico converte-se em herói sexuado
Depois no barrigudo careca que apodrece como
um deus)
E banhos-duchas no Letes todos os meses
Lutos laqueados, renascimentos frágeis,
amnésias
E um velho mudo dentro de nós há tanto
tempo
Sobrevive sem dor ao ossuário das crianças
(45° Oeste 60° Norte)
.
L’amour est plus fort que la mort disiez-vous
Mais la vie est plus forte que l’amour et
L’indifférente plus forte que la vie – La vie
Mienne ou tienne et nôtre en quelque manière
Est ensemble la seule séquence de
métamorphoses
(Le néoténique se mue en héros à sexe
Plus tard en ventru chauve pourrissant comme
un dieu)
Et bains-douches au Lhété tons les mois
Deuils laqués, renaissances frêles, amnèses
Et un vieillard muet en nous depois longtemps
Survit sans douleur au charnier des enfants
(40° Ouest 60° Nord)

– Michel Deguy, {tradução Marcos Siscar}. em “A rosa das línguas”. [organização e tradução de Paula Glenadel e Marcos Siscar]. São Paulo: Cosac & Naify; Rio de Janeiro, 7 Letras; 2004.

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A infância


O menino cantava; sua mãe, no leito, agonizava,
Extenuada, a sua fronte na sombra pendia;
E sobre ela, a morte numa nuvem vagueava;
E eu ouvia a canção e escutava a agonia.
Tinha cinco anos o menino, e junto à janela,
Um claro som de riso e de jogos se erguia;
E a mãe, ao lado da criança doce e bela
Que todo o dia cantava, toda noite tossia,
A mãe sob as lajes do claustro foi dormir;
E o menino voltou a cantar…
A dor é um fruto que Deus não faz surgir
Num ramo frágil demais para o suportar.
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L’enfance
L’enfant chantait; la mère au lit, exténuée,
Agonisait, beau front dans l’ombre se penchant;
La mort au-dessus d’elle errait dans la nuée;
Et j’écoutais ce râle, et j’entendais ce chant.
L’enfant avait cinq ans, et près de la fenêtre
Ses rires et ses jeux faisaient un charmant bruit;
Et la mère, à côté de ce pauvre doux être
Qui chantait tout le jour, toussait toute la nuit.
La mère alla dormir sous les dalles du cloître;
Et le petit enfant se remit à chanter… —
La douleur est un fruit ; Dieu ne le fait pas croître
Sur la branche trop faible encor pour le porter.
(Paris, Janeiro de 1835).
– Victor Hugo, em “Poemas: Victor Hugo”. [seleção e tradução Manuela Parreira da Silva]. Lisboa: Editora Assirio & Alvim, 2002.

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Mais uma vez me sinto dividido em como analisar os diferentes movimentos da conjuntura. De um lado, a decisão do Marco Aurélio Melo é tecnicamente correta. A constituição não fala em suspensão de mandato e dar a um ministro do STF a prerrogativa de suspender liminarmente um mandato de senador é um equívoco. Lembro que a deterioração da conjuntura política começou quando o ministro Teori fez o mesmo em relação ao senador Delcídio do Amaral, Ali como agora, houve uma armação do Janot que queria radicalizar a conjuntura. Nunca ficou provado que aquela conversa com o filho do Cerveró foi mais do que uma bravata. Nunca se investigou se havia um plano de fuga em elaboração. Prendeu-se um banqueiro e quase se destruiu um Banco com base na conversa de uma terceira pessoa sobre o banqueiro e nenhuma prova direta coletada. Continuo achando que o Janot é um dos grandes inimigos da divisão e equilíbrio entre os poderes e da estabilização política no Brasil hoje.
Dito tudo isso vale lembrar que os crimes que o Aécio cometeu tem provas assim como os do Temer, ao passo que Sérgio Moro continua condenando a partir do novo código penal que ele instituiu m Curitiba. Neste sentido, foi importante o revés que ele sofreu esta semana no TRF da quarta região. A saída da conjuntura está na volta do garantismo e das regras do código penal.

Leonardo Avritzer

Cenários... Seleção de grandes previsões de nossos brazilianistas sobre a volátil conjuntura política autóctone:


0) Enfim descoberta a Pedra Filosofal das poliarquias de latinoamerica e del caribe. Presidencialismo de coalizão + neodesenvolvimentismo social é a fórmula da estabilidade política e social em países da periferia do capitalismo. Qualidade das poliarquias em alta...
1) "Jornadas" de junho de 2013, cujas causas são a "demanda da sociedade civil por participação", são o início da renovação ética da política brasileira;
2) Haverá uma rebelião das massas durante a Copa de 2014, contra o neoliberalismo lulista;
3) A melhor estratégia para ganhar a eleição a qualquer custo é forçar uma polarização com o PSDB no segundo turno e desconstruir o Aécio, com os recursos de marketing que estiverem à mão;
4) Dilma não será impedida mesmo sem negociar com o PMDB e os "achacadores" fisiológicos de costume;
5) Cunha será julgado pelo STF e preso antes da votação do impeachment, devido à forte influência política republicana do ministro Cardoso;
6) Haverá resistência maciça do povo ao "Golpe"!!; [única previsão com direito a maiúscula e ponto de exclamação]
7) A Lava Jato não acaba nem perde força após o impeachment de Dilma, pois trata-se de uma operação republicana liderada por uma elite corporativa com valores éticos e apartidária, e apoiada pelo cidadão de bem, idem;
8) Aliança PSDB-PMDB não tem futuro, pois a ética de uma moderna economia de mercado é incompatível com o assistencialismo-fisiológico interiorano de nosso "average citizen";
9) Temer não dura dois dias no governo com a oposição da Globo, da PGR e dos MEMEs da internet. Renúncia é iminente.
10) Lula não será preso nem terá seus direitos políticos cassados devido ao "acordão contra a Lava Jato" e sairá fortalecido e quicando para 2018;
11) Candidatura Lula em 2018 e fracasso do governo Temer serão capazes de provocar um renascimento do PT e a preservação de sua hegemonia na esquerda, sem necessidade de renovação, autocrítica ou algo que se assemelhe a isso;
12) Retornaremos ao ponto 0 da dinâmica do presidencialismo de coalizão. Estabilidade cum crescimento econômico e "políticas sociais" universalistas eficazes. Qualidade da poliarquia brasileira em alta...
Escreva a sua sequencia...
Sérgio Braga


A grande esperteza do capitalismo foi convencer gente,
inclusive gente de esquerda, que:
>>> a culpa dos defeitos do capitalismo é das pessoas.
>>> a culpa dos defeitos do comunismo é do sistema.

by Roberto Pereira