sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
Receita para destruir um país
O filósofo Vladimir Safatle tem uma receita infalível para
destruir o Brasil. Segundo ele, há três formas de chegar a esse resultado: a
guerra, as catástrofes naturais, e “a mais segura e certa de todas, é
entregando seu país para economistas liberais amigos de operadores do sistema
financeiro”.
Vale a pena ler o artigo. Não apenas porque é um artigo
muito bom, mas também porque quem o escreve é um filósofo que não tem medo de
falar sobre a economia. Seu exemplo deveria ser seguido por outros cientistas
sociais como sociólogos e cientistas políticos, e, mais amplamente, pelos
cidadãos letrados. A política macroeconômica hoje é uma coisa muito séria,
muito importante, para, em uma democracia, ser deixada por conta dos
economistas.
Não é preciso temer a matematiqueira que os economistas
ortodoxos usam. Se entenderem que a economia é uma das ciências sociais, e se
usarem o método histórico, os cidadãos e, em particular, os cientistas sociais
não ficarão nas mãos dos economistas que trabalham para o sistema financeiro.
Luiz Caerlos Bresser Vieira
A teoria se confirma, mas sombriamente
Um cientista se alegra quando desenvolve uma teoria que
implica uma predição e esta se confirma na prática. Em 2008 eu propus a
tendência fundamental da macroeconomia desenvolvimentista que venho
desenvolvendo desde 2001 – a tendência à sobreapreciação cíclica e crônica da
taxa de câmbio. Isto significa que a taxa de câmbio se deprecia fortemente nas
crises, mas logo volta a se apreciar, o país passa a ter deficits em
conta-corrente, e alguns anos depois, devido ao contínuo aumento das dívidas
das empresas e do país, uma nova crise financeira se desencadeia, e a taxa de
câmbio novamente se deprecia.
Em 2008 a taxa de câmbio, que se depreciara fortemente na
crise financeira de 2002, já voltara a se apreciar e desde o ano anterior
estava sobreapreciada ao mesmo tempo em que o deficit em conta corrente do país
já voltara a ser grande, dada a forte correlação entre este e a taxa de câmbio.
Nos anos seguintes a tendência se confirmou, e a taxa real de câmbio, a preços
do final de 2015, flutuou em torno de R$ 2,80, quando a taxa de câmbio, que
torna competitivas as boas empresas industriais do país, era de R$ 3,80 por
dólar. Assim, a previsão se confirmou, como também se confirmou sua
consequência: as empresas, tornadas assim sem competitividade, deixaram de
investir, houve uma nova e brutal onda de desindustrialização, as empresas se
endividaram, e, no segundo semestre de 2014, o país entrou em crise financeira,
e a taxa de câmbio voltou a se depreciar. Ela chegou a R$ 4,40, mas logo voltou
se a apreciar, e hoje, a preços de hoje, quando a taxa de câmbio competitiva ou
de equilíbrio industrial é de cerca de R$ 4,00 por dólar, ela caiu
(apreciou-se) para R$ 3,00 por dólar.
Novamente a teoria se confirmou na prática. Mas não estou
alegre. O que se confirmou foi uma previsão sombria. Quando a taxa de câmbio
não é apenas volátil, mas tende a permanecer apreciada por vários anos – algo
que apenas a macroeconômico novo-desenvolvimentista afirma – o país fica
condenado a exportar apenas commodities e permanecer semiestagnado, como está
desde 1990, crescendo em média, por pessoa, 1% ao ano. Hoje o Valor publica
ampla reportagem onde as empresas industriais afirmam que essa taxa de câmbio
inviabiliza a indústria – é mais que isto, inviabiliza o Brasil.
Por que a taxa de câmbio tende a se sobreapreciar nos países
em desenvolvimento? No plano econômico, porque muitos deles sofrem a doença
holandesa, porque suas taxas de juros tendem a ser elevadas, atraindo capitais,
porque seus governos acreditam equivocadamente que o pode crescer com “poupança
externa”, ou seja, com deficit em conta corrente financiado por investimentos
diretos e empréstimos, e finalmente, porque usam o câmbio como âncora para
controlar a inflação; no plano cultural, porque os brasileiros revelam uma alta
preferência pelo consumo imediato, que é incompatível com uma taxa de câmbio
competitiva ou de equilíbrio industrial, e, segundo, porque deixaram de ser
nacionalistas, e passaram a acreditar nas recomendações e pressões dos países
ricos.
Keynes afirmou que a economia é uma ciência triste, sombria.
Tinha razão. Mas ele mostrou que através de uma boa política macroeconômica –
fiscal e monetária – seria possível superar suas previsões sombrias. Os
economistas novo-desenvolvimentistas concordam, mas acrescentam: é preciso
também uma política cambial – algo que o Brasil não tem desde 1990, quando se
submeteu ao capitalismo financeiro-rentista do Oeste, suas elites se tornaram
liberal-dependentes, e semiestagnação se tornou o novo normal .
Luiz Carlos Bresser Pereira
"É preciso ler 'Minha luta', de Hitler", diz sociólogo
Leilão fracassado de exemplares autografados traz à tona na
Alemanha debate sobre proibição do panfleto-biografia do ditador nazista. DW
entrevista especialista sobre a suposta fascinação de um texto pouco conhecido.
Minha luta (Mein
Kampf) de Adolf Hitler é o livro tabu por definição. Banido na Alemanha desde o
fim da Segunda Guerra Mundial, no último dia de 2015 ele cai em domínio público
na Europa. Assim, estaria aberto o caminho para sua reedição, comentada ou não.
No entanto, órgãos governamentais querem manter a proibição,
alegando tratar-se de um panfleto de incitação racista. Apenas recentemente o
Instituto de História Contemporânea (IfZ, na sigla em alemão) conseguiu impor
definitivamente sua intenção de lançar uma edição histórico-crítica.
O misto de panfleto e autobiografia que o futuro ditador
nazista lançou em dois volumes, em 1925 e 1926, voltou agora às manchetes.
Juntamente com outros itens hitleristas, uma casa de leilões de Los Angeles
anunciava para esta quinta-feira (26/03) a venda online de dois volumes da
primeira edição, assinados por Hitler e presenteados a um dos primeiros
seguidores de seu Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores.
A casa de leilões classificava o lance inicial de 35 mil
dólares como "um pouco cauteloso", considerando-se que um comprador
pagou 64.850 dólares por um conjunto semelhante em 2014. No entanto, a
transação não se concretizou, pois a "pechincha" não encontrou nenhum
comprador.
A Deutsche Welle entrevistou o sociólogo Horst Pöttker,
ex-docente de jornalismo da Universidade de Dortmund e professor emérito da
Universidade de Hamburgo. Para o projeto Zeitungszeugen 1933-1945, de
reprodução de matérias jornalísticas da era nazista, ele comentou trechos de
Mein Kampf, mas sua publicação, planejada para janeiro de 2012, foi sustada.
DW: Uma edição autografada do Minha luta foi leiloada em Los
Angeles, com lance inicial de 35 mil dólares. O que o senhor acha de leilões
desse tipo?
Horst Pöttker: Isso é um comércio de relíquias obsceno. Sou
totalmente contra, mas também sei, claro, que no contexto da livre economia é
impossível proibir algo assim.
O que aparentemente se pode proibir é a publicação na
Alemanha do panfleto agitador de Hitler. A partir de 1º de janeiro de 2016,
caem os seus direitos autorais. Ainda assim, em meados do ano passado, as
secretarias estaduais de Justiça alemãs decidiram seguir interditando a
divulgação do livro. O que o senhor pensa dessa decisão?
É preciso tomar cuidado com a palavra "proibir".
Não é proibido ler esse livro: pode-se vê-lo em bibliotecas. Tampouco existe
uma lei penal proibindo sua reedição. Mas há direitos autorais, e eles ficam no
nome do autor da obra por 70 anos [após sua morte].
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, os Aliados
transferiram os direitos de Mein Kampf da Editora Eher para o estado da
Baviera. Dentro de uns nove meses, o livro entra em domínio público. Se os
secretários de Justiça deliberaram proibir a reedição em alemão e na Alemanha,
eles precisam fazer uma lei que proíba a difusão. Até agora, não vi isso acontecer.
Os secretários da Justiça dizem que o crime de incitação
popular basta para impedir uma publicação. O senhor concorda que o livro contém
incitação?
Não concordo, pois, na minha opinião, esse livro é um
documento histórico. Não é um texto político atual. Podem-se declarar
anticonstitucionais textos redigidos após a entrada em vigor da Constituição: o
que foi feito antes são documentos históricos.
De resto, não considero inteiramente procedente o termo
"panfleto de incitação popular", pois, em parte, ele não é tão
incitador assim. Conhecer esse livro é útil para entender por que tanta gente
seguiu o nazismo nos anos 1930 e também 1920.
O então presidente Theodor Heuss já dizia na década de 50
que se devia publicá-lo, para que os alemães soubessem como os nazistas
pensavam e de que crimes eram capazes.
Qual é o conteúdo de Minha luta?
A argumentação que permeia o livro é a ideologia racial. Em
primeira linha, trata-se da luta entre as "raças" germânica e
judaica. A "raça judia" é, para Hitler, o principal inimigo, que cabe
combater e exterminar, em nome da autopreservação.
Portanto, já em 1925, quando ele foi lançado, se podia saber
que os nazistas planejavam exterminar a "raça judia". Até o fim da
guerra, foram impressos 13 milhões de exemplares. O argumento de muitos
alemães, depois de 1945, de que as pessoas não sabiam de nada, é, assim,
improcedente.
O Instituto de História Contemporânea de Munique trabalha há
anos numa edição comentada, que, depois de muito vaivém, possivelmente vai sair
no início de 2016. Não seria esta a solução certa, impedir edições não
comentadas, mas permitir as comentadas?
Não precisamos de uma edição histórico-crítica – muito menos
de uma que custa tanta verba pública –, porque não temos necessidade de saber o
que o autor Adolf Hitler queria dizer exatamente. "Histórico-crítico"
também significa, afinal, compreender diferentes camadas do desenvolvimento do
texto. Será que filologia textual é realmente importante, aqui? Na minha
opinião, é importante um público amplo finalmente ficar conhecendo o conteúdo
desse livro e desenvolver uma avaliação realista, criticamente fundamentada.
O senhor mesmo trabalhou há alguns anos num comentário de
Mein Kampf para o projeto Zeitungszeugen, antes que ele fosse sustado pela
secretaria de Finanças da Baviera. Qual era a intenção do Zeitungszeugen, ao
publicar o panfleto do ditador e genocida?
Deutschland Presse Zeitungszeugen Hitlers Mein
Kampf am Zeitungskiosk
Anúncio de "Zeitungszeugen": "Em breve: o
livro que ninguém deve ler. Leia-o"
Nós havíamos planejado três brochuras com excertos de Minha
luta, comentados por mim. Minha meta era esclarecer a respeito desse livro e
responder à pergunta: por que tantos alemães o compraram e leram. E por que
seguiram o que constava dele. Eu queria examinar os argumentos aparentemente
atraentes de Hitler, buscando sua pertinência, e mostrar, justamente, que eles
não são pertinentes, por só serem plausíveis no contexto de uma ideologia
brutalmente racista.
Eu temo que, no momento em que esse livro seja lançado, ele
adquira uma certa atratividade, por todos estarem munidos da falsa noção de que
se trata exclusivamente de um panfleto grosseiro, onde o mal se anuncia
imediatamente, por toda parte. Não se devia tê-lo mantido tabu por tanto tempo.
Eu queria combater isso com a publicação dos trechos e das explicações.
Em outros países, a difusão de Mein Kampf não é, em
absoluto, problemática – veja-se o leilão de uma edição autografada nos Estados
Unidos. Por que os alemães têm tantos problemas com o livro de Hitler?
Impedir que esse livro seja lido por muitos na Alemanha,
fazendo justamente uso do direito autoral, é um absurdo. Isso quase lança a
tese de que os alemães são mais seduzíveis do que outras nações. Eu, realmente,
torço para que os nossos políticos não sejam dessa opinião, mas sim que – 70
anos após o fim desse terrível regime – confiem que os alemães possuem
maturidade suficiente.
Pode-se comprar o livro por todo o mundo em traduções; com
as tecnologias digitais é até bem fácil ter acesso a elas. Não percebo o que se
pretende com a planejada proibição. Quem vem da [extrema] direita, consegue o
livro, de qualquer jeito.
Autoria Sarah Judith Hoffmann (av)
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1920: Nacional-socialistas criam tropa de segurança
A tropa de segurança do NSDAP (Partido Nacional Socialista
Alemão dos Trabalhadores) foi criada no dia 12 de novembro de 1920,
transformando-se mais tarde na SA (Seção de Assalto) da organização.
Seção de assalto, suporte do terror nazista
Gritando palavras de ordem, uniformizados e usando coturnos
pesados, os integrantes da tropa de segurança do NSDAP (Partido Nacional
Socialista Alemão dos Trabalhadores, o partido nazista) marchavam pelas ruas das
cidades alemãs. Na sua maioria, eram recrutados entre os jovens desempregados,
para os quais a nova República de Weimar não tinha mais qualquer sentido.
A Alemanha tinha sido derrotada na Primeira Guerra Mundial.
O desemprego era catastrófico. Quinhentos quatrilhões de marcos estavam em
circulação, mas as pessoas não tinham dinheiro suficiente no bolso – nem mesmo
para comprar manteiga para o pão.
A situação era propícia para um demagogo como Adolf Hitler,
que pôde facilmente incutir nos jovens inseguros e insatisfeitos a sua
ideologia, da mesma forma como os convencia a vestir as camisas marrons, que
tinham sido o uniforme das tropas imperiais alemãs na África oriental. A tropa
de segurança do NSDAP foi criada no dia 12 de novembro de 1920, transformando-se
mais tarde na SA (Seção de Assalto) da organização.
"Camaradas, agora vamos juntar até a última força. O
coração tremendo, o peito erguido, o punho cerrado, o sangue fervendo. O ódio e
a raiva nos movem. Nós temos de vencer. O inimigo tem de ser derrotado. Nós nos
mantemos coesos: homem por homem", ditava o juramento de lealdade dessa
tropa armada de combate, segurança e propaganda.
Assembleias em cervejarias
O berço da posterior organização de massa nazista foi
Munique. O partido de Adolf Hitler começou a promover assembleias cada vez mais
concorridas nas cervejarias da cidade. E, como os outros partidos, necessitava
de uma tropa de segurança para fazer frente aos que perturbavam as reuniões.
Desde o seu início, a SA foi um dos suportes do terror nazista. Tumultos,
agitações de caráter antissemita, badernas na rua e em espaços fechados, lutas
contra comunistas e social-democratas e até homicídios eram as armas da
organização.
Conluios entre membros da SA e criminosos eram fatos
corriqueiros. Em 1930, um líder da organização, Horst Wessel, frequentador
assíduo da zona de prostituição de Berlim, foi assassinado a tiros durante uma
briga. A SA aproveitou a situação, transformando-o em mártir: "Vamos
vingar a morte do nosso Horst Wessel e de todos os que eles tiraram de nossas
linhas de combate. Que seu espírito nos guie, para que possamos conseguir
aquilo pelo qual eles deram suas vidas."
Em 30 de janeiro de 1933, o dia em que o idoso presidente
Paul von Hindenburg passou o poder para as mãos de Adolf Hitler, 300 mil homens
usavam as camisas marrons da SA. Daí em diante, o número de membros da
organização cresceu vertiginosamente. Mais de quatro milhões de pessoas
passaram, com o tempo, a fazer parte da maior organização de massa do Terceiro
Reich.
Último líder ativo na política até 1961
Seu tempo de glória, no entanto, já havia passado. Depois
que o novo regime se estabeleceu, as camisas marrons tornaram-se uma pedra no
caminho dos governantes nazistas. Hitler queria demonstrar seriedade e tentava
aproximar-se dos conservadores.
Nesse contexto, não era adequada uma tropa de assalto, que
dizia palavras de ordem do tipo: "Mesmo que o inimigo ainda reaja de forma
feroz e busque ajuda até do diabo; mesmo que ele se contorça como uma cobra,
cuspindo veneno. Nós não nos deixamos enganar: a tempestade começa, o dia
amanhece. Milhões de homens, que querem vencer ou morrer, apresentam-se armados
para entrar em ação."
Em 1934, Hitler mandou executar o líder da organização,
Ernst Röhm. A partir de então, a SA passou a exercer apenas um papel secundário
no sistema nazista. Seu último líder, Wilhelm Schepmann, escapou de uma
condenação pela Justiça alemã do pós-guerra. Como muitos outros colaboradores
menores do regime nazista, ele acabou trabalhando, discretamente, para o governo
de Konrad Adenauer, o primeiro eleito democraticamente na Alemanha do
pós-guerra.
Talvez Schepmann acreditasse que tinha razão. Pois, afinal,
tinha obrigado seus correligionários a jurar: "Então vai chegar de novo o
dia da liberdade, em que um novo povo ressurgirá. Canções alemãs ecoarão e as
terras alemãs serão libertadas." Ele atuou como político regional do
partido BHE, que representava os alemães expulsos da Europa oriental, e só se
retirou da política no ano de 1961, quando as críticas a seu passado se
tornaram públicas e veementes.
Autoria Gerda Gericke (sv)
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1920: Lançado o programa do partido de Hitler
Em 24 de fevereiro de 1920, o Partido Alemão dos
Trabalhadores apresentava um programa nacionalista, antissemita e
anticapitalista. No mesmo dia, tornou-se Partido Nacional-Socialista Alemão dos
Trabalhadores (NSDAP).
Cartão de filiação no
partido de Hitler
"Essa risível pequena criação, com seus poucos
filiados, me pareceu ter a vantagem de ainda não ter se solidificado numa
'organização'. Aqui ainda se podia trabalhar, e, quanto menor o movimento
fosse, tanto mais ele estaria apto para ser conduzido à forma certa. Aqui o
conteúdo, o objetivo e o meio ainda podiam ser determinados." Palavras de
Adolf Hitler em seu livro Mein Kampf (Minha luta).
A "risível pequena criação" mencionada era o
Partido Alemão dos Trabalhadores (DAP), no qual Hitler ingressou em setembro de
1919. Como narra o historiador Eberhard Jäckel, de Stuttgart: "Era
realmente um grupo muito pequeno e insignificante de Munique. Chamava-se então
Partido Alemão dos Trabalhadores. Hitler entrou em contato com ele apenas
alguns meses depois da fundação".
Adolf Hitler fazia parte de um comando militar que passou a
controlar Munique após o breve período de regime socialista ali instaurado por
Kurt Eisner, assassinado em fevereiro de 1919. Nesse mesmo ano, Hitler
filiou-se ao pequeno partido, fundado pelo ferroviário Anton Drexler e o jornalista
Karl Harrer. Não demorou para que assumisse a chefia do departamento de
propaganda da agremiação. Sua influência sobre o partido foi tão grande, que
escreveu de próprio punho o programa de 25 pontos, apresentado em 1920.
Reivindicações populistas
O programa exigia, em primeiro lugar, a unificação de todos
os alemães numa Grande Alemanha. Exigia a aquisição de colônias e o
cancelamento do Tratado de Versalhes, que selara a derrota alemã na Primeira
Guerra Mundial. Além disso, só teria o direito de ser cidadão alemão quem
tivesse "sangue alemão". Os não alemães não teriam acesso aos órgãos
públicos e estariam sujeitos a leis especiais.
As diretrizes socialistas do programa concentravam-se na
estatização das empresas e na exigência de participação nos lucros de grandes
firmas. No aspecto da política interna, citava apenas palavras de ordem, sem
oferecer estratégias definidas. Pregava, por exemplo, o combate "à mentira
política" ou "melhorias na saúde da população".
Em suma, um apanhado de reivindicações populistas,
apresentadas na época diante de 2 mil pessoas, na famosa cervejaria Hofbräuhaus
de Munique. Hitler aproveitou para mudar o nome da facção para Partido
Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (Nazionalsozialistische Deutsche
Arbeiterpartei – NSDAP). Da abreviatura "Nazi", pela qual passou a
ser identificado, vem o termo "nazista".
O pequeno grupo nazista começou a arregimentar elementos das
mais variadas tendências e classes sociais. O próprio partido se via como
"movimento", que representava os anseios da população. Um movimento
em que Hitler foi tomando as rédeas, até assumir a presidência, em 1921.
Dois anos depois, fracassou na tentativa de golpe que ficou
conhecida como "o putsch da cervejaria de Munique", para derrubar a
República de Weimar. Hitler foi condenado a cinco anos de prisão, mas só
cumpriu nove meses.
Resolveu então chegar ao poder através de eleições, e
começou a reorganizar seu pequeno partido. Na grave crise econômica de 1929, a
classe média e os industriais, temerosos do avanço do comunismo, viram a
salvação nos nazistas. Em 1930, o partido foi o segundo mais votado no país,
com 6,5 milhões de votos.
Heinz Dylong (rw)
Link permanente http://dw.com/p/1s0n
O grupo majoritário de políticos em Brasília que tenta fugir
da cadeia promoveu, em 2015, o impeachment de Dilma. Temer pensou que a obra
fosse ele.
O grupo majoritário de políticos em Brasília que tenta fugir
da cadeia promoveu, em 2016, a manutenção ou retorno de políticos denunciados a
cargos de primeira escalão do governo. Temer pensou que o governo fosse dele.
O grupo majoritário de políticos em Brasília que tenta fugir
da cadeia articulou as eleições da presidência da Câmara e do Senado. Temer
pensou que era a ação da força política dele.
O grupo majoritário de políticos em Brasília que tenta fugir
da cadeia sustentou a nomeação do novo ministro do STF. Temer pensou que a
indicação fosse dele.
Agora, de tanto pensar que manda, Temer resolveu indicar um
ministro da justiça sem ouvir o grupo majoritário de políticos de Brasília que
tenta fugir da cadeia. Parece que Temer vai pular miudinho nos próximos dias de
folia.
A solução que ele já apresentou foi criar mais um ministério
para atender a demanda dos parlamentares descontentes com Serraglio. Nada
coerente com o discurso de moralidade do governo e de oposição à política de
troca de ministérios por apoios. Mas, isso, Temer nunca achou que tivesse mesmo.
Emerson Urizzi Cervi
Oyfn Pripetchik
(written by
Mark Warshavsky)
אױפֿן פּריפּעטשיק
Oyfn
pripetchik brent a fayerl,
un in shtub
is heys.
Un der rebe
lernt kleyne kinderlakh
dem
alef-beyz.
Zet zhe
kinderlakh,
gedenkt zhe, tayere, vos ir lernt do.
Zogt zhe
nokh a mol un take nokh a mol:
"Komets-alef:
o!"
Lernt
kinderlakh, lernt mit freyd,
lernt dem
alef-beyz.
Gliklekh is
der Yid, wos kent die toyre
un dos
alef-beyz.
ENGLISH
TRANSLATION:
At the
fireplace
(Yiddish
Translation)
At the
fireplace a little fire burns
And in the
room it's warm.
And the
Rabbi teaches little children
the
aleph-bet
See you
children-dear,
remember
dear, what you're learning
here.
Say once
again, and then once again,
"Komets-alef:
o!"
Children,
learn with happiness,
learn the
aleph-bet.
Lucky is
the jew who knows the Torah.
and the
aleph-bet.
Note: At
the end of the video are TWO POLISH JEWS paintings. "'Samuel Goldenburg
and Schmuyle' were two Polish Jews and were originally the subjects of two
separate paintings by Victor Hartman. Mussorgorsky combined the essence of the
two paintings into one movement, perhaps to emphasize a rich man/poor man
contrast. Samuel Goldenburg, probably large, well dressed and rich, is
represented by the first tune in the movement. Schmuyle on the other hand is
represented by a piercing, troubled-sounding melody, making him 'appear' to be
thin and poor." MUSSOGORSKY : PICTURES AT
Mark
Warshavsky
Mark
Markovich Warshavsky -- folk poet, was born in Zhitomir ca. 1845*, died in Kiev
in 1907. He graduated from the Kiev University and practiced law in Kiev. In
spare time Warshavsky liked to compose and sing Yiddish songs. He wrote lyrics
and music for these songs simultaneously. Assuming that his songs have no
artistic value, Warshavsky did not record them. Later, following Sholom
Aleychem's advice, Warshavsky published his first 25-song collection
"Judische Volkslieder" with Sholom Aleychem's enthusiastic preface.
Music to these songs was published shortly thereafter. Warshavsky's book was a
great success, many of his songs became very popular and were regarded as folk
songs (for example, "Der Alef-Beis", "A Brif fun Amerike",
"Der Zeide mit der Babe"). Warshavsky's songs ingenuously and
emotionally embody the motifs of Jewish folk poetry, whose spirit the author
grasped so precisely. Warshavsky's work is inseparably linked with the life of
his people, with all their sufferings and joys. People's tears ("Tsum
badekens der Kale"), and sadness ("A Yidish Lid fun Ruminien"),
pogroms ("Peisach"), poverty ("Neben Klaisel"), and
immigration ("A Brif fun Amerike", "Di shif") find a
response in Warshavsky's songs. But these sad motifs are alleviated by the
presence of special spiritual courage. Jewish hero of Warshavsky's songs is an
optimist. Suffering could not restrain their deep believe in better future,
suppress theirs joyous sense of life: "Suffer and sing". Warshavsky's
songs are warmed by touching love to the "Yidishe Gas" (Jewish
Street) with its simple way of life. Stuffy cheder, where Jewish children study
AlefBeis, Jewish wedding rituals ("Tsum badekens"), family
anniversaries ("Der Zeide mit der Babe") - all
this
cherished and familiar to the author. The language of the songs is simple and
open-hearted. It is an authentic dialect spoken in Volyn. The metre of the
verses is not always sustained, form is quite diverse, poem's structure and
rhyme is folk and gentle. Melodies are graceful, intimate and in full harmony
with the text. Sincere melody of the "A Brif fun Amerike" makes
especially strong expression. Many Warshavsky's poems remain unpublished.
* in 1840,
1845, or 1848 according to different sources.
Adopted
from the article by Noah Prilutsky (1882-1944), Yiddish linguist and
folklorist, in Evreiskaia entsiklopediia. S.-Peterburg: Obshchestvo Dlia
Nauchnykh Evreiskikh Izdanii, Brokhaus-Efron, 1906-13. Translated into the
English by Shura Vaisma""
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