sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Тина Кароль - Маруся (9 мая 2012, Майдан)

Receita para destruir um país


O filósofo Vladimir Safatle tem uma receita infalível para destruir o Brasil. Segundo ele, há três formas de chegar a esse resultado: a guerra, as catástrofes naturais, e “a mais segura e certa de todas, é entregando seu país para economistas liberais amigos de operadores do sistema financeiro”.
Vale a pena ler o artigo. Não apenas porque é um artigo muito bom, mas também porque quem o escreve é um filósofo que não tem medo de falar sobre a economia. Seu exemplo deveria ser seguido por outros cientistas sociais como sociólogos e cientistas políticos, e, mais amplamente, pelos cidadãos letrados. A política macroeconômica hoje é uma coisa muito séria, muito importante, para, em uma democracia, ser deixada por conta dos economistas.
Não é preciso temer a matematiqueira que os economistas ortodoxos usam. Se entenderem que a economia é uma das ciências sociais, e se usarem o método histórico, os cidadãos e, em particular, os cientistas sociais não ficarão nas mãos dos economistas que trabalham para o sistema financeiro.

Luiz Caerlos Bresser Vieira

A teoria se confirma, mas sombriamente


Um cientista se alegra quando desenvolve uma teoria que implica uma predição e esta se confirma na prática. Em 2008 eu propus a tendência fundamental da macroeconomia desenvolvimentista que venho desenvolvendo desde 2001 – a tendência à sobreapreciação cíclica e crônica da taxa de câmbio. Isto significa que a taxa de câmbio se deprecia fortemente nas crises, mas logo volta a se apreciar, o país passa a ter deficits em conta-corrente, e alguns anos depois, devido ao contínuo aumento das dívidas das empresas e do país, uma nova crise financeira se desencadeia, e a taxa de câmbio novamente se deprecia.
Em 2008 a taxa de câmbio, que se depreciara fortemente na crise financeira de 2002, já voltara a se apreciar e desde o ano anterior estava sobreapreciada ao mesmo tempo em que o deficit em conta corrente do país já voltara a ser grande, dada a forte correlação entre este e a taxa de câmbio. Nos anos seguintes a tendência se confirmou, e a taxa real de câmbio, a preços do final de 2015, flutuou em torno de R$ 2,80, quando a taxa de câmbio, que torna competitivas as boas empresas industriais do país, era de R$ 3,80 por dólar. Assim, a previsão se confirmou, como também se confirmou sua consequência: as empresas, tornadas assim sem competitividade, deixaram de investir, houve uma nova e brutal onda de desindustrialização, as empresas se endividaram, e, no segundo semestre de 2014, o país entrou em crise financeira, e a taxa de câmbio voltou a se depreciar. Ela chegou a R$ 4,40, mas logo voltou se a apreciar, e hoje, a preços de hoje, quando a taxa de câmbio competitiva ou de equilíbrio industrial é de cerca de R$ 4,00 por dólar, ela caiu (apreciou-se) para R$ 3,00 por dólar.
Novamente a teoria se confirmou na prática. Mas não estou alegre. O que se confirmou foi uma previsão sombria. Quando a taxa de câmbio não é apenas volátil, mas tende a permanecer apreciada por vários anos – algo que apenas a macroeconômico novo-desenvolvimentista afirma – o país fica condenado a exportar apenas commodities e permanecer semiestagnado, como está desde 1990, crescendo em média, por pessoa, 1% ao ano. Hoje o Valor publica ampla reportagem onde as empresas industriais afirmam que essa taxa de câmbio inviabiliza a indústria – é mais que isto, inviabiliza o Brasil.
Por que a taxa de câmbio tende a se sobreapreciar nos países em desenvolvimento? No plano econômico, porque muitos deles sofrem a doença holandesa, porque suas taxas de juros tendem a ser elevadas, atraindo capitais, porque seus governos acreditam equivocadamente que o pode crescer com “poupança externa”, ou seja, com deficit em conta corrente financiado por investimentos diretos e empréstimos, e finalmente, porque usam o câmbio como âncora para controlar a inflação; no plano cultural, porque os brasileiros revelam uma alta preferência pelo consumo imediato, que é incompatível com uma taxa de câmbio competitiva ou de equilíbrio industrial, e, segundo, porque deixaram de ser nacionalistas, e passaram a acreditar nas recomendações e pressões dos países ricos.
Keynes afirmou que a economia é uma ciência triste, sombria. Tinha razão. Mas ele mostrou que através de uma boa política macroeconômica – fiscal e monetária – seria possível superar suas previsões sombrias. Os economistas novo-desenvolvimentistas concordam, mas acrescentam: é preciso também uma política cambial – algo que o Brasil não tem desde 1990, quando se submeteu ao capitalismo financeiro-rentista do Oeste, suas elites se tornaram liberal-dependentes, e semiestagnação se tornou o novo normal .

Luiz Carlos Bresser  Pereira 

"É preciso ler 'Minha luta', de Hitler", diz sociólogo


Leilão fracassado de exemplares autografados traz à tona na Alemanha debate sobre proibição do panfleto-biografia do ditador nazista. DW entrevista especialista sobre a suposta fascinação de um texto pouco conhecido.

 Minha luta (Mein Kampf) de Adolf Hitler é o livro tabu por definição. Banido na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial, no último dia de 2015 ele cai em domínio público na Europa. Assim, estaria aberto o caminho para sua reedição, comentada ou não.

No entanto, órgãos governamentais querem manter a proibição, alegando tratar-se de um panfleto de incitação racista. Apenas recentemente o Instituto de História Contemporânea (IfZ, na sigla em alemão) conseguiu impor definitivamente sua intenção de lançar uma edição histórico-crítica.

O misto de panfleto e autobiografia que o futuro ditador nazista lançou em dois volumes, em 1925 e 1926, voltou agora às manchetes. Juntamente com outros itens hitleristas, uma casa de leilões de Los Angeles anunciava para esta quinta-feira (26/03) a venda online de dois volumes da primeira edição, assinados por Hitler e presenteados a um dos primeiros seguidores de seu Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores.

A casa de leilões classificava o lance inicial de 35 mil dólares como "um pouco cauteloso", considerando-se que um comprador pagou 64.850 dólares por um conjunto semelhante em 2014. No entanto, a transação não se concretizou, pois a "pechincha" não encontrou nenhum comprador.

A Deutsche Welle entrevistou o sociólogo Horst Pöttker, ex-docente de jornalismo da Universidade de Dortmund e professor emérito da Universidade de Hamburgo. Para o projeto Zeitungszeugen 1933-1945, de reprodução de matérias jornalísticas da era nazista, ele comentou trechos de Mein Kampf, mas sua publicação, planejada para janeiro de 2012, foi sustada.

DW: Uma edição autografada do Minha luta foi leiloada em Los Angeles, com lance inicial de 35 mil dólares. O que o senhor acha de leilões desse tipo?

Horst Pöttker: Isso é um comércio de relíquias obsceno. Sou totalmente contra, mas também sei, claro, que no contexto da livre economia é impossível proibir algo assim.

O que aparentemente se pode proibir é a publicação na Alemanha do panfleto agitador de Hitler. A partir de 1º de janeiro de 2016, caem os seus direitos autorais. Ainda assim, em meados do ano passado, as secretarias estaduais de Justiça alemãs decidiram seguir interditando a divulgação do livro. O que o senhor pensa dessa decisão?

É preciso tomar cuidado com a palavra "proibir". Não é proibido ler esse livro: pode-se vê-lo em bibliotecas. Tampouco existe uma lei penal proibindo sua reedição. Mas há direitos autorais, e eles ficam no nome do autor da obra por 70 anos [após sua morte].

Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, os Aliados transferiram os direitos de Mein Kampf da Editora Eher para o estado da Baviera. Dentro de uns nove meses, o livro entra em domínio público. Se os secretários de Justiça deliberaram proibir a reedição em alemão e na Alemanha, eles precisam fazer uma lei que proíba a difusão. Até agora, não vi isso acontecer.

Os secretários da Justiça dizem que o crime de incitação popular basta para impedir uma publicação. O senhor concorda que o livro contém incitação?

Não concordo, pois, na minha opinião, esse livro é um documento histórico. Não é um texto político atual. Podem-se declarar anticonstitucionais textos redigidos após a entrada em vigor da Constituição: o que foi feito antes são documentos históricos.

De resto, não considero inteiramente procedente o termo "panfleto de incitação popular", pois, em parte, ele não é tão incitador assim. Conhecer esse livro é útil para entender por que tanta gente seguiu o nazismo nos anos 1930 e também 1920.

O então presidente Theodor Heuss já dizia na década de 50 que se devia publicá-lo, para que os alemães soubessem como os nazistas pensavam e de que crimes eram capazes.

Qual é o conteúdo de Minha luta?

A argumentação que permeia o livro é a ideologia racial. Em primeira linha, trata-se da luta entre as "raças" germânica e judaica. A "raça judia" é, para Hitler, o principal inimigo, que cabe combater e exterminar, em nome da autopreservação.

Portanto, já em 1925, quando ele foi lançado, se podia saber que os nazistas planejavam exterminar a "raça judia". Até o fim da guerra, foram impressos 13 milhões de exemplares. O argumento de muitos alemães, depois de 1945, de que as pessoas não sabiam de nada, é, assim, improcedente.

O Instituto de História Contemporânea de Munique trabalha há anos numa edição comentada, que, depois de muito vaivém, possivelmente vai sair no início de 2016. Não seria esta a solução certa, impedir edições não comentadas, mas permitir as comentadas?

Não precisamos de uma edição histórico-crítica – muito menos de uma que custa tanta verba pública –, porque não temos necessidade de saber o que o autor Adolf Hitler queria dizer exatamente. "Histórico-crítico" também significa, afinal, compreender diferentes camadas do desenvolvimento do texto. Será que filologia textual é realmente importante, aqui? Na minha opinião, é importante um público amplo finalmente ficar conhecendo o conteúdo desse livro e desenvolver uma avaliação realista, criticamente fundamentada.
O senhor mesmo trabalhou há alguns anos num comentário de Mein Kampf para o projeto Zeitungszeugen, antes que ele fosse sustado pela secretaria de Finanças da Baviera. Qual era a intenção do Zeitungszeugen, ao publicar o panfleto do ditador e genocida?

 Deutschland Presse Zeitungszeugen Hitlers Mein Kampf am Zeitungskiosk
Anúncio de "Zeitungszeugen": "Em breve: o livro que ninguém deve ler. Leia-o"
Nós havíamos planejado três brochuras com excertos de Minha luta, comentados por mim. Minha meta era esclarecer a respeito desse livro e responder à pergunta: por que tantos alemães o compraram e leram. E por que seguiram o que constava dele. Eu queria examinar os argumentos aparentemente atraentes de Hitler, buscando sua pertinência, e mostrar, justamente, que eles não são pertinentes, por só serem plausíveis no contexto de uma ideologia brutalmente racista.

Eu temo que, no momento em que esse livro seja lançado, ele adquira uma certa atratividade, por todos estarem munidos da falsa noção de que se trata exclusivamente de um panfleto grosseiro, onde o mal se anuncia imediatamente, por toda parte. Não se devia tê-lo mantido tabu por tanto tempo. Eu queria combater isso com a publicação dos trechos e das explicações.

Em outros países, a difusão de Mein Kampf não é, em absoluto, problemática – veja-se o leilão de uma edição autografada nos Estados Unidos. Por que os alemães têm tantos problemas com o livro de Hitler?
Impedir que esse livro seja lido por muitos na Alemanha, fazendo justamente uso do direito autoral, é um absurdo. Isso quase lança a tese de que os alemães são mais seduzíveis do que outras nações. Eu, realmente, torço para que os nossos políticos não sejam dessa opinião, mas sim que – 70 anos após o fim desse terrível regime – confiem que os alemães possuem maturidade suficiente.

Pode-se comprar o livro por todo o mundo em traduções; com as tecnologias digitais é até bem fácil ter acesso a elas. Não percebo o que se pretende com a planejada proibição. Quem vem da [extrema] direita, consegue o livro, de qualquer jeito.


Autoria Sarah Judith Hoffmann (av)
Link permanente http://dw.com/p/1EyiP



1920: Nacional-socialistas criam tropa de segurança


A tropa de segurança do NSDAP (Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores) foi criada no dia 12 de novembro de 1920, transformando-se mais tarde na SA (Seção de Assalto) da organização.
Seção de assalto, suporte do terror nazista

Gritando palavras de ordem, uniformizados e usando coturnos pesados, os integrantes da tropa de segurança do NSDAP (Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, o partido nazista) marchavam pelas ruas das cidades alemãs. Na sua maioria, eram recrutados entre os jovens desempregados, para os quais a nova República de Weimar não tinha mais qualquer sentido.

A Alemanha tinha sido derrotada na Primeira Guerra Mundial. O desemprego era catastrófico. Quinhentos quatrilhões de marcos estavam em circulação, mas as pessoas não tinham dinheiro suficiente no bolso – nem mesmo para comprar manteiga para o pão.

A situação era propícia para um demagogo como Adolf Hitler, que pôde facilmente incutir nos jovens inseguros e insatisfeitos a sua ideologia, da mesma forma como os convencia a vestir as camisas marrons, que tinham sido o uniforme das tropas imperiais alemãs na África oriental. A tropa de segurança do NSDAP foi criada no dia 12 de novembro de 1920, transformando-se mais tarde na SA (Seção de Assalto) da organização.

"Camaradas, agora vamos juntar até a última força. O coração tremendo, o peito erguido, o punho cerrado, o sangue fervendo. O ódio e a raiva nos movem. Nós temos de vencer. O inimigo tem de ser derrotado. Nós nos mantemos coesos: homem por homem", ditava o juramento de lealdade dessa tropa armada de combate, segurança e propaganda.
Assembleias em cervejarias
O berço da posterior organização de massa nazista foi Munique. O partido de Adolf Hitler começou a promover assembleias cada vez mais concorridas nas cervejarias da cidade. E, como os outros partidos, necessitava de uma tropa de segurança para fazer frente aos que perturbavam as reuniões. Desde o seu início, a SA foi um dos suportes do terror nazista. Tumultos, agitações de caráter antissemita, badernas na rua e em espaços fechados, lutas contra comunistas e social-democratas e até homicídios eram as armas da organização.

Conluios entre membros da SA e criminosos eram fatos corriqueiros. Em 1930, um líder da organização, Horst Wessel, frequentador assíduo da zona de prostituição de Berlim, foi assassinado a tiros durante uma briga. A SA aproveitou a situação, transformando-o em mártir: "Vamos vingar a morte do nosso Horst Wessel e de todos os que eles tiraram de nossas linhas de combate. Que seu espírito nos guie, para que possamos conseguir aquilo pelo qual eles deram suas vidas."

Em 30 de janeiro de 1933, o dia em que o idoso presidente Paul von Hindenburg passou o poder para as mãos de Adolf Hitler, 300 mil homens usavam as camisas marrons da SA. Daí em diante, o número de membros da organização cresceu vertiginosamente. Mais de quatro milhões de pessoas passaram, com o tempo, a fazer parte da maior organização de massa do Terceiro Reich.

Último líder ativo na política até 1961

Seu tempo de glória, no entanto, já havia passado. Depois que o novo regime se estabeleceu, as camisas marrons tornaram-se uma pedra no caminho dos governantes nazistas. Hitler queria demonstrar seriedade e tentava aproximar-se dos conservadores.

Nesse contexto, não era adequada uma tropa de assalto, que dizia palavras de ordem do tipo: "Mesmo que o inimigo ainda reaja de forma feroz e busque ajuda até do diabo; mesmo que ele se contorça como uma cobra, cuspindo veneno. Nós não nos deixamos enganar: a tempestade começa, o dia amanhece. Milhões de homens, que querem vencer ou morrer, apresentam-se armados para entrar em ação."

Em 1934, Hitler mandou executar o líder da organização, Ernst Röhm. A partir de então, a SA passou a exercer apenas um papel secundário no sistema nazista. Seu último líder, Wilhelm Schepmann, escapou de uma condenação pela Justiça alemã do pós-guerra. Como muitos outros colaboradores menores do regime nazista, ele acabou trabalhando, discretamente, para o governo de Konrad Adenauer, o primeiro eleito democraticamente na Alemanha do pós-guerra.

Talvez Schepmann acreditasse que tinha razão. Pois, afinal, tinha obrigado seus correligionários a jurar: "Então vai chegar de novo o dia da liberdade, em que um novo povo ressurgirá. Canções alemãs ecoarão e as terras alemãs serão libertadas." Ele atuou como político regional do partido BHE, que representava os alemães expulsos da Europa oriental, e só se retirou da política no ano de 1961, quando as críticas a seu passado se tornaram públicas e veementes.


Autoria Gerda Gericke (sv)
Link permanente http://dw.com/p/1MXq

1920: Lançado o programa do partido de Hitler


Em 24 de fevereiro de 1920, o Partido Alemão dos Trabalhadores apresentava um programa nacionalista, antissemita e anticapitalista. No mesmo dia, tornou-se Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP).

                                                  Cartão de filiação no partido de Hitler 

                                               "Essa risível pequena criação, com seus poucos filiados, me pareceu ter a vantagem de ainda não ter se solidificado numa 'organização'. Aqui ainda se podia trabalhar, e, quanto menor o movimento fosse, tanto mais ele estaria apto para ser conduzido à forma certa. Aqui o conteúdo, o objetivo e o meio ainda podiam ser determinados." Palavras de Adolf Hitler em seu livro Mein Kampf (Minha luta).

A "risível pequena criação" mencionada era o Partido Alemão dos Trabalhadores (DAP), no qual Hitler ingressou em setembro de 1919. Como narra o historiador Eberhard Jäckel, de Stuttgart: "Era realmente um grupo muito pequeno e insignificante de Munique. Chamava-se então Partido Alemão dos Trabalhadores. Hitler entrou em contato com ele apenas alguns meses depois da fundação".

Adolf Hitler fazia parte de um comando militar que passou a controlar Munique após o breve período de regime socialista ali instaurado por Kurt Eisner, assassinado em fevereiro de 1919. Nesse mesmo ano, Hitler filiou-se ao pequeno partido, fundado pelo ferroviário Anton Drexler e o jornalista Karl Harrer. Não demorou para que assumisse a chefia do departamento de propaganda da agremiação. Sua influência sobre o partido foi tão grande, que escreveu de próprio punho o programa de 25 pontos, apresentado em 1920.
Reivindicações populistas

O programa exigia, em primeiro lugar, a unificação de todos os alemães numa Grande Alemanha. Exigia a aquisição de colônias e o cancelamento do Tratado de Versalhes, que selara a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial. Além disso, só teria o direito de ser cidadão alemão quem tivesse "sangue alemão". Os não alemães não teriam acesso aos órgãos públicos e estariam sujeitos a leis especiais.

As diretrizes socialistas do programa concentravam-se na estatização das empresas e na exigência de participação nos lucros de grandes firmas. No aspecto da política interna, citava apenas palavras de ordem, sem oferecer estratégias definidas. Pregava, por exemplo, o combate "à mentira política" ou "melhorias na saúde da população".

Em suma, um apanhado de reivindicações populistas, apresentadas na época diante de 2 mil pessoas, na famosa cervejaria Hofbräuhaus de Munique. Hitler aproveitou para mudar o nome da facção para Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (Nazionalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei – NSDAP). Da abreviatura "Nazi", pela qual passou a ser identificado, vem o termo "nazista".

O pequeno grupo nazista começou a arregimentar elementos das mais variadas tendências e classes sociais. O próprio partido se via como "movimento", que representava os anseios da população. Um movimento em que Hitler foi tomando as rédeas, até assumir a presidência, em 1921.

Dois anos depois, fracassou na tentativa de golpe que ficou conhecida como "o putsch da cervejaria de Munique", para derrubar a República de Weimar. Hitler foi condenado a cinco anos de prisão, mas só cumpriu nove meses.

Resolveu então chegar ao poder através de eleições, e começou a reorganizar seu pequeno partido. Na grave crise econômica de 1929, a classe média e os industriais, temerosos do avanço do comunismo, viram a salvação nos nazistas. Em 1930, o partido foi o segundo mais votado no país, com 6,5 milhões de votos.

Heinz Dylong (rw)

Link permanente http://dw.com/p/1s0n


O grupo majoritário de políticos em Brasília que tenta fugir da cadeia promoveu, em 2015, o impeachment de Dilma. Temer pensou que a obra fosse ele.
O grupo majoritário de políticos em Brasília que tenta fugir da cadeia promoveu, em 2016, a manutenção ou retorno de políticos denunciados a cargos de primeira escalão do governo. Temer pensou que o governo fosse dele.
O grupo majoritário de políticos em Brasília que tenta fugir da cadeia articulou as eleições da presidência da Câmara e do Senado. Temer pensou que era a ação da força política dele.
O grupo majoritário de políticos em Brasília que tenta fugir da cadeia sustentou a nomeação do novo ministro do STF. Temer pensou que a indicação fosse dele.
Agora, de tanto pensar que manda, Temer resolveu indicar um ministro da justiça sem ouvir o grupo majoritário de políticos de Brasília que tenta fugir da cadeia. Parece que Temer vai pular miudinho nos próximos dias de folia.
A solução que ele já apresentou foi criar mais um ministério para atender a demanda dos parlamentares descontentes com Serraglio. Nada coerente com o discurso de moralidade do governo e de oposição à política de troca de ministérios por apoios. Mas, isso, Temer nunca achou que tivesse mesmo.

Emerson Urizzi Cervi 

Oyfn Pripetchik


(written by Mark Warshavsky)
אױפֿן פּריפּעטשיק

Oyfn pripetchik brent a fayerl,
un in shtub is heys.
Un der rebe lernt kleyne kinderlakh
dem alef-beyz.

Zet zhe kinderlakh,
gedenkt zhe, tayere, vos ir lernt do.
Zogt zhe nokh a mol un take nokh a mol:
"Komets-alef: o!"

Lernt kinderlakh, lernt mit freyd,
lernt dem alef-beyz.
Gliklekh is der Yid, wos kent die toyre
un dos alef-beyz.

ENGLISH TRANSLATION:

At the fireplace
(Yiddish Translation)

At the fireplace a little fire burns
And in the room it's warm.
And the Rabbi teaches little children
the aleph-bet

See you children-dear,
remember dear, what you're learning
here.
Say once again, and then once again,
"Komets-alef: o!"

Children, learn with happiness,
learn the aleph-bet.
Lucky is the jew who knows the Torah.
and the aleph-bet.

Note: At the end of the video are TWO POLISH JEWS paintings. "'Samuel Goldenburg and Schmuyle' were two Polish Jews and were originally the subjects of two separate paintings by Victor Hartman. Mussorgorsky combined the essence of the two paintings into one movement, perhaps to emphasize a rich man/poor man contrast. Samuel Goldenburg, probably large, well dressed and rich, is represented by the first tune in the movement. Schmuyle on the other hand is represented by a piercing, troubled-sounding melody, making him 'appear' to be thin and poor." MUSSOGORSKY : PICTURES AT
Mark Warshavsky
Mark Markovich Warshavsky -- folk poet, was born in Zhitomir ca. 1845*, died in Kiev in 1907. He graduated from the Kiev University and practiced law in Kiev. In spare time Warshavsky liked to compose and sing Yiddish songs. He wrote lyrics and music for these songs simultaneously. Assuming that his songs have no artistic value, Warshavsky did not record them. Later, following Sholom Aleychem's advice, Warshavsky published his first 25-song collection "Judische Volkslieder" with Sholom Aleychem's enthusiastic preface. Music to these songs was published shortly thereafter. Warshavsky's book was a great success, many of his songs became very popular and were regarded as folk songs (for example, "Der Alef-Beis", "A Brif fun Amerike", "Der Zeide mit der Babe"). Warshavsky's songs ingenuously and emotionally embody the motifs of Jewish folk poetry, whose spirit the author grasped so precisely. Warshavsky's work is inseparably linked with the life of his people, with all their sufferings and joys. People's tears ("Tsum badekens der Kale"), and sadness ("A Yidish Lid fun Ruminien"), pogroms ("Peisach"), poverty ("Neben Klaisel"), and immigration ("A Brif fun Amerike", "Di shif") find a response in Warshavsky's songs. But these sad motifs are alleviated by the presence of special spiritual courage. Jewish hero of Warshavsky's songs is an optimist. Suffering could not restrain their deep believe in better future, suppress theirs joyous sense of life: "Suffer and sing". Warshavsky's songs are warmed by touching love to the "Yidishe Gas" (Jewish Street) with its simple way of life. Stuffy cheder, where Jewish children study AlefBeis, Jewish wedding rituals ("Tsum badekens"), family anniversaries ("Der Zeide mit der Babe") - all
this cherished and familiar to the author. The language of the songs is simple and open-hearted. It is an authentic dialect spoken in Volyn. The metre of the verses is not always sustained, form is quite diverse, poem's structure and rhyme is folk and gentle. Melodies are graceful, intimate and in full harmony with the text. Sincere melody of the "A Brif fun Amerike" makes especially strong expression. Many Warshavsky's poems remain unpublished.

* in 1840, 1845, or 1848 according to different sources.


Adopted from the article by Noah Prilutsky (1882-1944), Yiddish linguist and folklorist, in Evreiskaia entsiklopediia. S.-Peterburg: Obshchestvo Dlia Nauchnykh Evreiskikh Izdanii, Brokhaus-Efron, 1906-13. Translated into the English by Shura Vaisma""