domingo, 26 de maio de 2013

fragmento

me declaro cavalo e pecador
temporais de um corpo inexistente.
em dezembro me caso por amor."

romério rômulo

fragmento

me declaro cavalo e pecador
temporais de um corpo inexistente.

em dezembro me caso por amor."

 romério rômulo
"Para quem vive numa jaula, afogar-se é o melhor que lhe pode suceder.".

 (Por MIA COUTO)
Roberta Tostes Daniel

Poesia feita escápula,
acesa em Ícaro
(desvelo de seus remos),
praias abertas em que nadam
antigos desastres.

Ou sob o eixo da lua, sangrenta,
enchendo o mar para o que bebe,
águas singradas de sono
tangendo a pureza, até o leite.

Porque sucumbem, suas imagens
trazem o retrato potencial:
o exame das formas inexistentes.

E ilhargas, calos, tendões;
anatomia alada;
escreve-se para rompê-la.

Chegar onde saúdam -
o sol do breve entendimento.



Destino em minhas mãos

Não quero sentir o fio da navalha em meu pescoço tão pouco a lamina de uma
espada.
Mas se o destino que tenho não for possível ser mudado .
Não me resta nada esperar.
A cigana leu o meu destino,torço para ela ter errado.
Minhas mãos não ficam mais a mostras,tenho receio de uma outra cigana traçar o mesmo destino.
Olho para as ruas !
cada canto vejo se encontro um beco para eu me esconder da morte que está a caminho.
Procuro no nada, para ver se encontro o tudo.
O tudo não existe.
Que tolo sou eu!
Apesar de estar vivo não enxergo nada .
Fecho os olhos e faço um ensaio para a morte.
Sinto a sensação de alegria,descubro que a vida é uma ilusão,e que a morte por certa é a única razão.
Razão por eu ter nascido,ter crescido,ter amado,ter sido amado,ter odiado,sendo também odiado,ter sido triste,alegre,feliz,infeliz.
Momentos de harmonia sutis fizeram com que eu me sentisse preso neste mundo.
Volto para a realidade.
Frente ao espelho de meu banheiro com a navalha nas mãos,olho a lamina reluzente e me pergunto:
Como posso ter medo do fio da navalha?
Será que vou me suicidar?
A cigana se enganou.
Rio com um sorriso de satisfação ,por ter a certeza que a cigana não conhece as linhas de minhas mãos.
O destino a mim pertence e sendo assim ,pego uma espada para cortar o corpo da mulher que me enganou.
Encontro a arma cheia de poder naquele momento.
Sim,ela decidira se a cigana continuara a viver.
Espada na cinta saio á procura da velha adivinha.
Encontro uma esquina.
Lá está ela sentada em uma pedra a me esperar,me aproximo sem nada falar.
Ela me olha sem medo e sem nada dizer.
Empunho a espada ao alto e falo:
Esta é a arma da justiça,pagará com a vida por ter me enganado.
Falou-me que estava escrito em minhas mãos.
que a morte estava a me rondar e que o suicídio estava a caminho.
Como pode ver agora, nada me aconteceu.já esta para escurecer e não deixarei passar impune a sua mentira.
Desço o braço com toda força que tenho ,para atingir o meu alvo.
A lamina bate ao lado da cigana,atingindo a pedra em que ela se encontra sentada.
Perco o equilíbrio e bato com a cabeça na pedra.
O ensaio de antes torna-se realidade.
Um filete de sangue escorre de minha cabeça a céu aberto e a espada ao meu lado
Faz se cumprir o destino que a cigana havia previsto.
Agora vivo no mundo da razão ,quem sabe um dia voltarei ao mundo da ilusão.



Ubirajara Souza


 Casi fuera del cielo ancla entre dos montañas 
la mitad de la luna. 
Girante, errante noche, la cavadora de ojos. 
A ver cuántas estrellas trizadas en la charca. 

Hace una cruz de luto entre mis cejas, huye. 
Fragua de metales azules, noches de las calladas luchas, 
mi corazón da vueltas como un volante loco. 
Niña venida de tan lejos, traída de tan lejos, 
a veces fulgurece su mirada debajo del cielo. 
Quejumbre, tempestad, remolino de furia, 
cruza encima de mi corazón, sin detenerte. 
Viento de los sepulcros acarrea, destroza, dispersa tu raíz soñolienta. 
Desarraiga los grandes árboles al otro lado de ella. 
Pero tú, clara niña, pregunta de humo, espiga. 
Era la que iba formando el viento con hojas iluminadas. 
Detrás de las montañas nocturnas, blanco lirio de incendio, 
ah nada puedo decir! Era hecha de todas las cosas. 

Ansiedad que partiste mi pecho a cuchillazos, 
es hora de seguir otro camino, donde ella no sonría. 
Tempestad que enterró las campanas, turbio revuelo de tormentas 
para qué tocarla ahora, para qué entristecerla. 

Ay seguir el camino que se aleja de todo, 
donde no esté atajando la angustia, la muerte, el invierno, 
con sus ojos abiertos entre el rocío
PABLO NERUDA
 [Nada de revolta: honremos as idades nas suas quedas sucessivas e o tempo na sua voracidade.]
 Victor Segalen

[Descansa do som no silêncio, e do silêncio digna-te tornar ao som. Sozinho, se souberes estar só, deixa-te ir por vezes até à multidão.] 
Victor Segalen

Fallece Calderón de la Barca



25 de mayo de 1681

El 25 de mayo de 1681 falleció el dramaturgo español Pedro Calderón de la Barca. Estudió en Alcalá de Henares, Salamanca y viajó por Italia y Flandes donde empezó a escribir sus primeras obras Amor, honor y poder y El mayor encanto, el amor.

Fue ordenado sacerdote en 1561 y llegó a ser el dramaturgo más exitoso de la corte. En 1663 el rey lo designó capellán de honor y se trasladó definitivamente a Madrid.

Su producción artística consta de ciento diez comedias y ochenta autos sacramentales, loas, entremeses y otras obras menores. Calderón partió de las pautas dramáticas establecidas por Lope de Vega y entre sus obras destacan: El príncipe constante y El mágico prodigioso, El alcalde de Zalamea, La vida es sueño, una de las obras de la literatura española de valor universal. Con Calderón de la Barca adquirieron especial relevancia la escenografía (maneras de apariencia) y la música.

Meu amorzinho



Meu amorzinho
Leve-me com você
Lá na terra distante
serei tua esposa

Minha querida,
Eu te levaria
Mas lá na terra distante
eu já tenho esposa.

Meu amorzinho
Leve-me com você
Lá na terra distante
serei tua irmã.

Minha querida,
Eu te levaria
Mas lá na terra distante
eu já tenho irmã.

Meu amorzinho
Leve-me com você
Lá na terra distante
serei uma estranha pra ti.

Minha querida,
Eu te levaria
Mas lá na terra distante
eu não preciso de uma estranha.

*em russo*

~Миленький ты мой

Миленький ты мой
Возьми меня с собой
Там в краю далёком
буду тебе женой

Милая моя,
Взял бы я тебя
Но там в краю далёком
есть у меня жена.

Миленький ты мой
Возьми меня с собой
Там в краю далёком
буду тебе сестрой

Милая моя,
Взял бы я тебя
Но там в краю далёком
есть у меня сестра.

Миленький ты мой
Возьми меня с собой
Там в краю далёком
буду тебе чужой

Милая моя,
Взял бы я тебя
Но там в краю далёком
чужая ты мне не нужна.

(Bem-feito... hehehe)


.
Se não morre aquele que escreve um livro
ou planta uma árvore,
com mais razão não morre o educador
que semeia a vida e escreve na alma.

(Bertold Brecht)

BRIONI


à Annie

Os cervos são borboletas
as borboletas são peixes
os peixes são claridade
a claridade é morte
a morte é laranja
a laranja é vulcão
o vulcão é feno
o feno é elefante
o elefante é afogamento
o afogamento é riso
o riso é montanha
a montanha é anel
o anel é solidão
a solidão é areia
a areia é roda
a roda é terremoto
o terremoto é cílios
os cílios são cascata
a cascata é bigorna
a bigorna é lembranças
as lembranças são vermelho
o vermelho é chicote
o chicote é fim
o fim é mel
o mel é nuvem
a nuvem é o infinito
o infinito é infinito
( 22 de junho de 2001)

BRIONI
à Annie

Les cerfs sont papillons
les papillons sont poissons
les poissons sont clarté
la clarté est mort
la mort est orange
l’orange est volcan
le volcan est foin
le foin est éléphant
l’éléphant est noyade
la noyade est rire
le rire est montagne
la montagne est anneau
l’anneau est solitude
la solitude est sable
le sable est roue
la roue est tremblement de terre
le tremblement de terre est cils
les cils sont cascade
la cascade est enclume
l’enclume est souvenirs
les souvenirs sont rouge
le rouge est fouet
le fouet est fin
la fin est miel
le miel est nuage
le nuage est l’infini
l’infini est infini

IVSIC, Radovan. "BRIONI". In:Poesia Reunida. Tradução de Eclair Antonio Almeida Filho.1. Ed.,Lumme Editor, São Paulo, 2013, p.p. 304. 305.

Fonte : Vidraguas