sábado, 17 de setembro de 2016

Machado de Assis, o bruxo do Cosme Velho


"Mal se sentou outra vez no canapé, bateram três horas no relógio da casa. O silêncio era profundo; e, como a divergência dos relógios é o princípio fundamental da relojoaria, começaram todos os relógios da vizinhança a bater, com intervalos desiguais, uma, duas, três horas. Quando o espírito padece, a coisa mais indiferente do mundo traz uma intenção recôndita, um propósito do destino. Brotero começou a sentir esse outro gênero de mortificação. As três pancadas secas, cortando o silêncio da noite, pareciam-lhe as vozes do próprio tempo, que lhe bradava: Vai dormir. Enfim, cessaram; e ele pôde ruminar, resolver, e levantar-se, bradando:
— Não há outro alvitre, é isto mesmo."
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Leia o conto completo no site: http://goo.gl/ul9UNj

Fonte : Eli Fenske
Перед каждым однажды встаёт выбор: с кем ты, на чьей стороне ты ведешь свой незримый бой? Какой след ты оставишь в истории своей Родины?..

Antes de cada um fica a escolha: Quem és tu, de que lado você vai levar sua batalha invisível? O que você deixar rastro na história da sua terra natal?..

http://pereprava.org/trust/3735-voiny-duha-zemli-russkoy-peresvet.html

Stasis. Homo sacer II, 2

"... povo é um conceito contraditório e fantasmático. O povo, que só pode ser representado, desaparece no seu representante – o qual é, por sua vez, o fruto do engano visual que compõe muitos seres em um só. Portanto, a multitudo dissoluta, única presença na cidade, se dá por conta da constituição do soberano. Mas ela é também o sujeito da guerra civil (Behemoth) que permanece assim inseparável do Leviatã como uma projeção do estado de natureza, da luta de todos contra todos, no coração da civitas. Behemoth e Leviatã convivem e, seja segundo a tradição (na origem talmúdica), seja segundo a lógica rigorosa (isto é, profética) de Hobbes, acabarão por matar um ao outro. Somente então, com o desaparecimento do estado profano, poderá afirmar-se, entre os homens, o Reino de Deus: a ficção da representação será apagada e a multidão restituída a si mesma."

Resenha de "Stasis. Homo sacer II, 2" feita por Andrea Cavalletti (traduzida no Flanagens):

“Um mal menor é sempre menor que um subsequente possivelmente maior. Todo mal resulta menor em comparação com outro que se anuncia maior e assim até o infinito. A fórmula do mal menor, do menos pior, não é mais que a forma que assume o processo de adaptação a um movimento historicamente regressivo cujo desenvolvimento é guiado por uma força audaciosamente eficaz, enquanto que as forças antagônicas (ou melhor, os chefes das mesmas) estão decididas a capitular progressivamente, em pequenas etapas e não de uma só vez (...)." (Antonio Gramsci, Cadernos do Cárcere, Caderno 16, §25).



Soneto


Para Paula


Es una rubia furia desatada,
Gatea, sube y baja, embiste, grita.
Caléndula que araña, uñas de pita,
Torito bravo, más: una manada.

Comedora de flores desmadrada,
Vesubio en miniatura. Es la rayita
Que no cesa, pimienta y dinamita,
Torbellinita desencadenada.

¿La imagináis durmiendo una muñeca?
La Bubu es domadora, es karateca,
Pulgón y filoxera de la vida.

¡Ay madre mía, cuando tenga dientes!
Prepárense sus deudos y parientes.
¡Y aún creen sus padres que esto es una niña!

José Hierro

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