Por vezes sei disto: a partir do momento em que não for,
confundidas todas as coisas, ir ao sabor da vaidade e do vento, escrever é
nada. A partir do momento em que não for, sempre, todas as coisas confundidas
numa única por essência inqualificável, escrever é nada mais que publicidade.
Mas na maioria das vezes não tenho opinião sobre isso, vejo que todos os campos
estão abertos, que não haverá mais muros, que a palavra escrita não saberá mais
onde se esconder, se fazer, ser lida, que sua inconveniência fundamental não
será mais respeitada, mas nem penso mais nisso.
Marguerite Duras