quinta-feira, 1 de junho de 2017

os mais escancaradamente hipócritas

O velho ditado que os mais pseudo-moralistas sempre são os mais escancaradamente hipócritas: Conselho Nacional de Justiça se acovardou e adiou a condenação do juiz Moro por ter rasgado a lei de interceptação de comunicações telefônicas em várias gravações completamente fora da lei. Golpista Temer procura outro sub-ministro do PMDB paranaense para tentar engrupir o foro privilegiado do seu homem da mala, Rodrigo Rocha Loures, em outro espetáculo político do consórcio de escroques golpistas no poder.

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Nepotismo explica o "novo" Ministro

A teoria do nepotismo explica o "novo" Ministro golpista da Justiça, Torquato Lorena Jardim, que é membro da mais antiga família da oligarquia da classe dominante tradicional de Goiás. O Trisavô Coronel José Rodrigues Jardim foi Presidente da Província de Goiás no Império, o mesmo que o bisavô José Rodrigues Jardim Filho. O avô Ten.Cel. Eugenio Rodrigues Jardim também foi Presidente de Goiás e Senador na República. O Pai Coronel do Exército José Torquato Caiado Jardim foi instrutor na AMAN - Academia Militar das Agulhas Negras (Resende - RJ). Família de grandes latifundiários e fazendeiros desde o tempo da escravidão colonial no século XVIII. Primo do Senador Ronaldo Caiado, um dos chefes da bancada ruralista de Goiás e de outra importante oligarquia familiar da região. Como lembrou Laurentino Gomes no livro 1889: “Vocês fizeram a República que não serviu para nada. Aqui agora, como antes, continuam mandando os Caiado” – Capitão Felicíssimo do Espírito Santo Cardoso, bisavô do presidente Fernando Henrique Cardoso, em telegrama enviado de Goiás ao filho, Joaquim Inácio, que ajudara a proclamar a República em 1889 ! Torquato Jardim foi Ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 1988 a 1996 e deve servir para tentar limpar a barra do golpista Temer na sua crise final.

Torquato Jardim foi genro do Ministro Leitão de Abreu e seu alto assessor direto até 1985, além de ser descendente das principais oligarquias políticas familiares de Goiás, como escrevi em mensagem anterior. Eu sempre fico impressionado com a ignorância e desconhecimento da profunda lógica familiar política que rege o Estado Brasileiro. Agora um dos nossos mais experientes jornalistas, Jânio de Freitas, escreve: "Sabia-se pouco sobre Torquato Jardim, o que justifica ignorar-se ser pessoa apressada. Genro do professor Leitão de Abreu, que governou o país para encobrir a inabilitação absoluta de Médici e, em substituição a Golbery, de Figueiredo, não consta que tenha se aproveitado da relação familiar –uma raridade em Brasília daqueles e de todos os tempos." Sabe de nada inocente Jânio de Freitas !


RCO

O JBSgate

Dificilmente um partido político que apoie um golpe e insista em eleições indiretas sobrevive ao próximo ciclo democrático e ao retorno das eleições diretas. Hoje o golpista Temer só permanece provisoriamente no poder com o apoio e endosso do PSDB. Todos viram a estrutura familiar truculenta de comando do PSDB, nas gravações de Aécio e sua irmã Andrea, comandando subalternos aliados, tipo Pórrela, Richa, Rossoni, aliados políticos menores e midiáticos. A queda do golpe significará o provável fim do PSDB seguindo o mesmo modelo do fim da ARENA, do PDS e mesmo do PFL. O PMDB não é um partido ideológico e sim uma confederação de interesses rasteiros e superficiais, deve sofrer também no fim do golpe ao estar associado com o desgoverno de Temer e também pode finalmente se extinguir voluntariamente pela debandada da quadrilha ministerial golpista no pós-golpe. Já o PT superou o teste de ter sido golpeado, de estar na oposição e estar muito mais forte agora do que há um ano atrás. Percebam que nenhuma pesquisa de opinião sobre a popularidade de Temer e nenhuma pesquisa presidencial sobre o crescimento de Lula foram divulgadas, após a inquisição persecutória com Moro e depois do festival das malas dos golpistas Aécio e Rocha Loures no JBSgate. Nenhuma pesquisa foi publicamente revelada durante todo o mês de maio passado..

RCO

Colocando pingos nos iis.


Sou esquerdista. Não sou lulista nem dilmista. Um socialista não apoia governo nenhum incondicionalmente.O único sujeito histórico pra mim ainda é o proletariado, o coveiro do regime burguês. Se este fracassar, fracassaremos todos.Dito isto, vamos aos fatos.
O PT, através de alguns de sua cúpula, praticou atos ilícitos. Só um louco o negaria. Deve, sim, responder na justiça.Mas deve responder ainda mais á sua militância pelos acordos que fez com essa canalha que lhe tirou o poder por vias escusas.Às vezes é melhor perder do que vender a alma.Cabe à militância reconstruir esse partido, que ainda é a grande esperança do povo brasileiro.Devemos fazer um enorme mea-culpa e dizer ao povo a verdade.Do contrário, o partido morre.

Ousar lutar. Ousar vencer.

Firmino José Torres Ribeiro

A CARTA DE JOESLEY BATISTA


Na iminência da queda de Michel Temer, precisamos ter em mente que esse golpe dentro do golpe é apenas uma estratégia para acelerar as reformas conservadoras. Esta última fase, que pretende descarregar o golpe de misericórdia em um sistema agonizante, partiu das delações do empresário da JBS, Joesley Batista, que, em seguida, publicou um pedido de desculpas no qual, se analisado atentamente, é possível identificar o projeto de poder que impulsionou toda essa crise política na qual o Brasil se encontra.
A “carta aberta” foi uma tentativa explícita do empresário de não cair no que a filósofa judia Hannah Arendt chamou de “banalidade do mal”. Além de usar elementos retóricos fundamentais no que tange a virtude do orador, afirma-se que foi necessário burlar os seus valores para atingir um bem maior: “Nosso espírito empreendedor e a imensa vontade de realizar, quando deparados com um sistema brasileiro que muitas vezes cria dificuldades para vender facilidades, nos levaram a optar por pagamentos indevidos a agentes públicos”.
Mas será que Joesley teve que realmente se corromper? E para quê, já que é tão bem sucedido mundialmente? Ele foi forçado a violar seus princípios éticos para obter mais lucros e ficar ainda mais rico?

Por Raphael Silva Fagundes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em História Política da UERJ e professor da rede municipal do Rio de Janeiro e de Itaguaí.


Fonte : Le Monde Diplomatique Brasil

1947: É anunciado o Plano Marshall


INSTANTÂNEOS: NAZIFASCISMO E 2ª GUERRA MUNDIAL1933: 

Brecht foge da Alemanha1933: Repressão ao Partido Comunista da Alemanha1933: Aprovação da Lei Plenipotenciária1933: UFA demitia funcionários judeus1933: Grande queima de livros pelos nazistas1933: DVP e DNVP se dissolvem1933: Hitler controlava a imprensa falada1933: Alemanha deixa a Liga das Nações1934: Hitler manda executar Ernst Röhm1934: Nazistas assassinam ditador da Áustria1934: Regime nazista começou a intervir na Justiça1935: Nazistas retiram a cidadania alemã de escritores e oposicionistas1936: Abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim1936: Constituição do Eixo Berlim-Roma1936: Thomas Mann é expatriado1938: O pogrom da "Noite dos Cristais"1939: Assinado o Pacto de Não-Agressão1939: Eslováquia torna-se independente1939: Alemanha invade a Polônia1939: Programa nazista de extermínio1939: Soviéticos invadem a Polônia1939: Primeiro atentado contra Hitler1940: Alemanha inicia ofensiva ocidental1940: Armistício de Compiègne1940: Estreia do filme "O judeu Süss"1940: Crianças alemãs refugiam-se dos bombardeios1941: Selada aliança entre Londres e Moscou1941: EUA decidem construir a bomba atômica1941: Aberto o campo de concentração de Theresienstadt1942: Começa a Conferência de Wannsee, que consolidou o Holocausto1942: Genocídio dos judeus poloneses1942: Judeus proibidos de ter animais domésticos1942: Ofensiva dos Aliados em El Alamein1942: Anne Frank inicia seu diário1942: Batalha de Tobruk1942: Panfletos da resistência antinazista "Rosa Branca"1942: Pedagogo Janusz Korczak é deportado para Treblinka1942: Fracassa primeiro desembarque na Normandia1942: Tropas alemãs invadem o sul da França1943: Goebbels declara guerra total

Em 5 de junho de 1947, o secretário de Estado dos EUA, George Marshall, anunciou a ajuda à Europa do pós-guerra. O ponto central do Plano Marshall era a reconstrução da economia e o combate à fome e à pobreza.

George C. Marshall: 'Política dos EUA é contra a fome, a pobreza, o desespero e o caos'

As rações de pão, de uma fina fatia por dia, eram constrangedoras, anunciava o jornal londrino News Chronicle a partir do Estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália. Sindicatos da capital estadual, Düsseldorf, advertiam para distúrbios.

Havia protestos e greves não só na zona britânica da Alemanha então dividida, mas também na região ocupada pelos norte-americanos. A catástrofe de fome ameaçava afundar grande parte da Alemanha numa crise, em meados de 1947.

Também por causa do inverno, que havia sido especialmente rigoroso, a imprensa dava manchetes, diariamente, sobre famintos e regelados. A taxa de suicídio era alta. As pessoas tentavam se ajudar roubando carvão dos trens para o aquecimento, apesar da rigorosa proibição. As cidades maiores, como Berlim e Hamburgo, anunciavam o colapso de suas reservas econômicas e morais.

Na região industrial do Ruhr, no oeste da Alemanha, zona ocupada pelo Reino Unido, o lorde Francis A. Pakenham observava a miséria pessoalmente. Ele disse ao ministro da Agricultura, Heinrich Lübke, que mais tarde tornou-se presidente da Alemanha: "O senhor sabe que os marinheiros estão aí para o transporte de cereais, os navios estão aí e os famintos também. O que está faltando são as pessoas certas no lugar certo, com o poder na mão".

A pessoa certa no lugar certo

Um homem no posto certo em Washington usou deste poder: George Catlett Marshall, ex-organizador do Estado-maior da maquinaria de guerra dos Estados Unidos e então secretário de Estado. Com um discurso memorável, no dia 5 de junho de 1947, na Universidade de Harvard, em Nova York, ele delineou a política de estabilização e fortalecimento das forças de resistência econômica e política dos países da Europa Ocidental.

"A política dos Estados Unidos não é dirigida contra um país ou uma ideologia", esclareceu Marshall, "mas contra a fome, a pobreza, o desespero e o caos." E acrescentou: "Quem tentar bloquear a reconstrução de outros países não pode esperar ajuda". Ele se referiu com isso ao bloco comunista do Leste Europeu, que realmente foi excluído da ajuda ao exterior, aprovada em 3 de abril de 1948.

Dólares para reconstrução da Alemanha

A partir daí, a ajuda financiada pelo Plano Marshall não aconteceu apenas na Alemanha. Até 1952, outros países europeus ocidentais necessitados receberam adubo, matérias-primas, combustíveis, máquinas e medicamentos no valor aproximado de 13 bilhões de dólares. Da ajuda americana de quase 3,3 bilhões de dólares no pós-guerra, o governo de Bonn pagou mais de um bilhão de dólares até meados de 1978, como previa o acordo.

O resto foi depositado pelos importadores alemães em moeda nacional (marco) no chamado fundo de compensação que, conforme o acordo assinado em dezembro, reunia o chamado recurso especial ERP. Este dinheiro ficava separado dos demais recursos federais e também do orçamento da União alemã. Ele era usado para empréstimos de longo prazo e juros favorecidos às empresas, principalmente para as pequenas e médias.

Novo "Plano Marshall" para o Leste alemão

A transação bancária desses créditos era feita pelo Instituto de Crédito para Reconstrução e pelo Banco Alemão de Compensação. Isso não foi nenhuma ninharia, pois a cornucópia do Plano Marshall rendeu quase 120 bilhões de marcos, de 1949 a 1993.

Uma quantia aproximada fluiu para os estados da antiga República Democrática Alemã desde a unificação da Alemanha em 1990, especialmente para a criação de empresas, ampliação e modernização das existentes e para a proteção do meio ambiente.

Mais tarde, Marshall seria homenageado com o Prêmio Nobel da Paz e o Prêmio Carlos Magno, concedido pela cidade alemã de Aachen.

Autoria Norbert Nürnberger (ef)

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