sábado, 11 de fevereiro de 2012

AKHNILO

Akhnilo de James Salter



Era fim de agosto. No porto, os barcos estavam imóveis, nenhum mastro se mexia, nenhuma polia retinia. Os restaurantes tinham fechado havia tempo. Um carro ocasional, os faróis brilhantes, cruzava a ponte, vindo de North Haven, ou descia pela Main Street, passando pelas cabines de telefones arrebentados. Na estrada, as discotecas se esvaziavam. Passava das três da manhã.

Fenn acordou no meio da escuridão. Pensou que tinha ouvido alguma coisa, um som baixinho, o ranger de uma mola como a da tela da porta da cozinha. Ficou quieto no calor da cama. A mulher dormia tranquilamente. Esperou. A casa não estava fechada, apesar dos muitos casos de furto ou coisa pior perto da cidade. Ouviu um leve baque. Não se mexeu. Vários minutos passaram. Sem fazer barulho, levantou-se e foi até o vão estreito da porta, de onde alguns degraus levavam à cozinha. Parou ali. Silêncio. Mais um baque e um gemido. Era Birdman caindo de novo no chão.

Lá fora, as árvores pareciam reflexos negros. As estrelas estavam encobertas. As únicas galáxias eram os sons de insetos que preenchiam a noite. Olhou pela janela aberta. Ainda não estava seguro de ter ouvido alguma coisa. Quase podia tocar as folhas da faia imensa que pendia sobre a varanda dos fundos. Por um tempo que lhe pareceu longo, examinou a área de sombra junto ao tronco. Na imobilidade de tudo, sentia-se visível, mas também estranhamente receptivo. Seus olhos vagavam de uma coisa a outra nos fundos da casa, as pálidas colunas coríntias da pérgula do vizinho, a sebe misteriosa, a garagem de soleira carcomida. Nada.

Eddie Fenn era carpinteiro, apesar de ter estudado em Dartmouth e se formado em história. Quase sempre trabalhava sozinho. Tinha trinta e quatro anos. Tinha o cabelo ralo e o sorriso tímido. Nada de muito mais. Havia alguma coisa de apagado nele. Quando era mais jovem, dizia-se que era um talento, mas jamais se aventurara de verdade na vida, ficara perto da costa. A mulher, alta e míope, era de Connecticut. O pai dela tinha sido banqueiro. De Greenwich e Havana, dizia o anúncio fúnebre nos jornais. Ele cuidara da filial de um banco de Nova York por lá, quando ela era criança. Isso quando Havana era uma lenda e os milionários cometiam suicídio depois de fumar o último charuto.

Os anos tinham passado. Fenn olhou para a noite lá fora. Tinha a sensação de ser o único ouvinte de um mar de gritos sem fim. Deixava-se impressionar por aquela vastidão. Pensou em tudo que estava oculto por trás daquilo, os gestos desesperados, os desejos, as surpresas fatais. Naquela tarde, ele vira um tordo bicando alguma coisa perto do limite da grama, pegando, jogando no ar, pegando de novo: um sapo, as patinhas hirtas estiradas em leque. O passarinho voltou a jogá-lo para cima. Os musaranhos cegos caçavam sem descanso por túneis vorazes, as línguas pontudas dos répteis sondavam o ar, sentia-se um abdômen triturado, a passividade das vítimas, o suave estertor do acasalamento. As filhas de Fenn dormiam na sala. Nada está seguro por mais de uma hora.

Parado ali, teve a sensação de que o som se alterava, não sabia bem como. Parecia isolar-se, como se permitisse que algo se destacasse dele, algo de cintilante e remoto. Tentou aos poucos identificar o que estava ouvindo como um grilo, uma cigarra, mas não, era alguma outra coisa, algo de febril e estranho que ganhava mais nitidez. Quanto mais atenção punha em ouvir, mais esquivo parecia o som. Tinha medo de se mover e perdê-lo. Ouviu o pio suave de uma coruja. A escuridão absoluta das árvores pareceu iluminar- se, e com ela também aquela nota singular e estridente.

Sem alarde a noite se abrira. O céu se revelava, as estrelas brilhavam fracamente. A cidade dormia, calçadas desertas, jardins em silêncio. Ao longe, em meio aos pinheiros, via-se a cumeeira de um celeiro. O som vinha de lá. Ainda não conseguia identificá-lo. Precisava chegar mais perto, descer e sair pela porta, mas assim talvez o perdesse, o som podia se calar, em alerta. Teve uma ideia perturbadora, que não pôde deixar de lado: o som estava em alerta. Trêmulo, repetindo-se e repetindo-se por cima dos demais, o som parecia chegar só até ele. O ritmo não era constante. Acelerava, hesitava, continuava. Era menos um grito instintivo e mais uma espécie de sinal, de código, diferente de tudo que ele ouvira antes, não uma série de pulsos curtos e longos,

mas algo de mais intricado, de certo modo quase como uma fala.

A ideia o assustou. As palavras, se é que eram palavras, eram tênues e pungentes, mas ele tremeu como se fossem a senha de um cofre. Sob a janela ficava o telhado da varanda. A inclinação era suave. Parou ali, perfeitamente imóvel, como perdido em pensamentos.

O coração batia com força. O telhado parecia largo feito uma rua. Teria que ir atrás daquilo, esperando não ser visto, movendo-se em silêncio, sem gestos bruscos, parando para sentir se havia alguma mudança no som a que ele estava agora completamente atento. A escuridão não o protegeria. Ele entrava numa noite de incontáveis redes e olhos irrequietos. Não tinha certeza se devia fazer aquilo, se ousava. Uma gota de suor brotou e correu pelo torso nu. Incansável, o chamado persistia. As mãos de Fenn tremiam.

Soltando a tela da janela, ele a baixou com cuidado e a encostou na parede. Movia-se em silêncio, como uma serpente, por cima do telhado de um verde esmaecido. Olhou para baixo. O chão parecia distante. Teria que se pendurar no telhado e se soltar, leve como uma aranha. Ainda via a cumeeira do celeiro. Movia-se na direção da estrela polar, podia sentir. Era quase como se estivesse caindo. O gesto era atordoante, irreversível, e o levaria aonde nada do que possuía poderia protegê-lo, descalço, sozinho.

Ao cair no chão, Fenn sentiu um arrepio pelo corpo todo. Estava para ser redimido. Sua vida não tomara o rumo que ele esperava, mas ele ainda se achava um ser especial, que não pertencia a ninguém. Na verdade, tinha uma ideia romântica do fracasso. Quase fora a sua meta. Esculpia pássaros em madeira, ou tinha esculpido. As ferramentas e os blocos de madeira parcialmente moldados estavam sobre uma mesa no porão. A certa altura, quase se tornara um naturalista. Alguma coisa nele, o silêncio, a disposição a ficar de lado, vinha a calhar. Em vez disso, começou a produzir mobília com um amigo que tinha algum capital, mas o negócio deu errado. Começou a beber. Certa manhã, acordou ao lado do carro, deitado junto aos sulcos de pneu da vereda, a velha senhora que vivia do outro lado da rua afugentando o cachorro. Entrou em casa antes que as filhas o vissem. Estava a um passo, disse o médico, de se tornar um alcoólatra. As palavras o espantaram. Isso fora há muito tempo. A família o salvara, mas não sem custo.

Parou. O chão era firme e seco. Foi até a sebe e cruzou a vereda do vizinho. O som que o trespassava era mais claro agora. Seguindo-o, passou por casas que mal reconhecia pelos fundos, por quintais abandonados em que latas e detritos se escondiam na grama escura, por galpões que ele jamais vira. O terreno começava a descer suavemente, estava se aproximando do celeiro. Podia ouvir a voz, sua voz, ressoando mais para o alto. Vinha de algum lugar do espectral triângulo de madeira que se elevava como a face de uma montanha distante que se aproxima repentinamente de uma curva da estrada. Movia-se vagarosamente em sua direção, com o medo de um explorador. Mais acima, ouvia a corrente tênue que trinava. Aterrorizado com a proximidade, parou e ficou quieto.

De início, ele recordaria mais tarde, não significava nada, era brilhante demais, puro demais para isso. Continuava a ressoar, mais e mais insano. Fenn não conseguia identificar, não conseguia repetir, não conseguia sequer descrever o som. Ganhara volume, pusera todo o resto de lado. Parou de tentar entendê-lo e, em vez disso, deixou que o percorresse, que o invadisse como um canto. Devagar, como um padrão que muda de aparência quando é observado e começa a tomar outra dimensão, o som se alterou inexplicavelmente e expôs seu núcleo real. Começou a reconhecer. Afinal eram palavras. Não tinham sentido nem antecedentes, mas eram sem dúvida uma linguagem, a primeira a se deixar ouvir de uma ordem mais vasta e mais densa que a nossa. Logo acima, na superfície esbranquiçada, desesperado, suplicante, estava o pioneiro sem nome.

Numa espécie de êxtase, Fenn chegou mais perto. Imediatamente percebeu o erro. O som hesitou. Ele fechou os olhos, num espasmo, mas era tarde demais, o som vacilou e parou. A toda a sua volta, as vozes retiniram. A noite estava repleta delas. Virou-se para um lado e para o outro, na esperança de encontrá-la, mas a coisa que ele ouvira já se fora.

Era tarde. O céu começava a ganhar um tom pálido. Fenn estava junto ao celeiro com os fragmentos de um sonho que se tenta recordar a custo: quatro palavras, distintas e inimitáveis, que ele criara. Protegendo-as, concentrando-se nelas com toda a força que tinha, começou a levá-las de volta. O barulho dos insetos parecia mais alto. Tinha medo de que alguma coisa acontecesse, que um cão latisse, que uma luz se acendesse num quarto e o distraísse, que ele afrouxasse a mão. Tinha que voltar sem ver nada, sem ouvir nada, sem pensar. Repetia as palavras consigo enquanto caminhava, os lábios se moviam sem parar. Mal ousava respirar.

Podia ver a casa. Estava cinzenta agora. Não havia luz nas janelas. Tinha que chegar até lá. O som das criaturas noturnas parecia aumentar com raiva e tormento, mas ele estava além disso. Estava fugindo. Percorrera uma distância imensa, estava chegando à sebe. A varanda não estava longe. Subiu no parapeito, a beira do telhado a seu alcance. A calha era firme, ele se ergueu. Sentiu o calor do asfalto quebradiço e esverdeado sob os pés. Passou uma perna pelo peitoril, depois a outra. Estava seguro. Instintivamente, tomou distância da janela. Conseguira. Lá fora, a luz parecia débil e histórica. Uma aurora espectral começou a atravessar as árvores.

De repente, ele ouviu o chão estalar. Alguém estava ali, uma figura à luz suave e sem cor. Era sua mulher, ficou pasmo diante da imagem dela, apertando a camisola de algodão contra o corpo, o rosto simplificado pelo sono. Fez um gesto de alerta.

“O que foi? O que aconteceu?”, ela sussurrou.

Não, ele implorou, balançando a cabeça. Uma palavra se perdera. Não, não. Ela se agitava e desfazia como uma coisa qualquer lançada ao mar. Ele tentava agarrá-la às cegas. Ela o abraçou. Ele se afastou abruptamente. Fechou os olhos.

“Meu bem, o que foi?” Ele estava perturbado, ela sabia. Ele jamais se recuperara por inteiro das dificuldades. Muitas vezes ele acordava no meio da noite, ela o encontrava sentado na cozinha, o rosto velho e cansado.

“Venha para a cama”, ela convidava.

Ele fechava os olhos com firmeza e tapava os ouvidos com as mãos.

“Você está bem?”, ela perguntou.

A devoção dela dissolvia tudo, as palavras estavam caindo por terra. Ele começou a girar em desespero.

“O que foi, o que foi?”, ela exclamou.

A luz vinha de toda parte, avançando pelo gramado. O sussurro sagrado esvanecia. Não tinha um minuto a perder. As mãos coladas à cabeça, correu até a sala atrás de um lápis, com ela correndo atrás, pedindo que lhe dissesse o que havia. Estavam sumindo, só restava uma, inútil sem as outras, e contudo de valor infinito.Enquanto ele escrevia, a mesa se mexeu. Um quadro tremeu na parede. A mulher, segurando os cabelos de lado com uma das mãos, examinava de perto o que ele escrevera. Dena, de camisola, surgira no vão da porta, despertada pelo barulho.

“O que foi?”, ela perguntou.

“Me ajude”, a mãe exclamou.

“Papai, o que foi?”

As mãos das duas estendiam-se para ele. No vidro do quadro, um quadrado brilhante de azul e verde estremecia, a folhagem luminosa das árvores. As vozes incontáveis recuavam, voltando ao silêncio.

“O que foi, o que foi?”, a mulher implorava.

“Papai, por favor!”

Ele balançou a cabeça. Estava quase chorando quando tentou se livrar das duas. De repente, descambou para o chão e ficou sentado ali, e para Dena recomeçou uma época que ela lembrava dos primeiros anos de escola, quando a tristeza tomava conta da casa e as portas batiam com força e o pai, cheio de afeição desajeitada, entrava no quarto das filhas para contar histórias de ninar e acabava adormecendo ao pé da cama dela.



Tradução: Samuel Titan Jr.



AKHNILO



Um conto de: JAMES SALTER

Do livro: “ÚLTIMA NOITE e outros contos”

Editora: Cia. das Letras



Retrato das raízes de um país triste

Ensaio clássico de Paulo Prado, publicado em 1928, ganha nova edição

“A visão mais pessimista de nossa história”, segundo Alceu de Amoroso Lima. “Triste no desfecho, mas de narrativa amena e pitoresca, empolgando o leitor, da primeira à ultima página”, no dizer de João Ribeiro. “Um livro que vale mais como obra de arte que de pensamento”, para Agripino Grieco. “Livro pré-freudiano, que repete todas as monstruosidades de julgamento do Ocidente sobre a América descoberta”, na definição de Oswald de Andrade. Estas são algumas das dezenas de opiniões que cercaram a fortuna crítica de Retrato do Brasil: Ensaio Sobre a Tristeza Brasileira, de Paulo Prado. Publicado pela primeira vez em 1928, a contrapelo da maré ufanista daqueles anos, ganhou um numero invulgar de leitores e provocou acirrada polêmica entre os críticos da época. Tudo isto o leitor pode conferir nesta oportuna reedição, primorosamente organizada por Carlos Augusto Calil e fartamente documentada, não apenas pelo acesso que o organizador teve aos arquivos pessoais do autor, mas com um sem-número de notas, depoimentos, resenhas e perfis produzidos nos últimos 80 anos.



Todos foram unânimes em discordar da tese central de que o povo brasileiro é um povo triste e, sobretudo, da equação psicológica através da qual Paulo Prado resumia toda a história brasileira: luxúria + cobiça + romantismo = tristeza. Muitos diziam que o autor confundira as coisas, tomando o sintoma de uma crise de identidade como sendo a própria identidade nacional. Talvez pela clareza do seu estilo ou pelo tom pitoresco da sua argumentação ele acabou por fazer a cabeça de muitos pensadores, então ainda jovens na época, como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Caio Prado Jr. – inaugurando uma modalidade de ensaio sobre a identidade nacional que serviria de modelo para aquela tríade de clássicos da década seguinte. Combatendo tanto o ufanismo estéril quanto os determinismos biológicos e raciais que pesavam na compreensão do Brasil, o Retrato pode ser visto como uma espécie de catalisador daquela ansiedade dos modernistas de 1922 em compreender o País de forma intuitiva e rápida.



Mas também representou a síntese mais notável de um debate virtualmente já estabelecido entre a intelectualidade que se voltava para a busca de uma explicação das origens brasileiras. É o caso do pouco conhecido ensaio Melancolias, de Matheus de Albuquerque – publicado em 1915 – com tema e argumentação semelhantes ao ensaio de Prado, embora literariamente inferior a este. Também não havia nada de especificamente brasileiro naquela equação que apontava a tristeza como signo da nacionalidade, pois tal discurso sintético era parte de um conjunto de padrões de comportamento que há muito a cultura ocidental já vinha atribuindo ao universo selvagem e rural, os dois frequentemente assimilados.



Seja como for é sempre compensador ler, ou reler, o Retrato. Como seu grande mestre e inspirador – o historiador Capistrano de Abreu -, Paulo Prado lembrava, em alguns momentos, aqueles moralistas do século 18, ao estilo de Fontenelle – com apenas uma diferença essencial -, o pensador francês viveu numa época de euforia com o progresso, enquanto o ensaísta brasileiro já respirou o oxigênio mental de uma época de forte descrença com o progresso e com a razão iluminista. Há momentos nos quais ele parece mesmo um moralista demodée em pleno século 20, assistindo a uma profunda crise dos valores e de linguagem pública. Lembra ainda Capistrano também na capacidade de citar o documento na hora certa, encaixando – com mão pesadíssima diga-se – trechos de um viajante ou frases diretas retiradas de autos inquisitoriais, quebrando a amenidade da narrativa. Sua caracterização dos portugueses como “um povo já gafado do germe de decadência quando começou a colonizar o Brasil” faz eco daquela ferina definição de Capistrano que dizia que “O Brasil não passava de um Portugal rarefeito e ampliado”. O mais ilustre padrinho dos modernistas paulistas revela-se ainda implacável contra quaisquer regionalismos. Ao tratar da decadência paulista na época da mineração, arremata: “Foi quando os paulistas se barbarizaram de vez: dispersos, escondidos pelas roças, procurando a solidão no seu amuo característico, vivendo de canjica, pinhão e içá torrado”. Conclui que a cidade de Salvador não passava de “um extravagante caravançarai, pitoresco e tropical”, e ao caracterizar o Rio de Janeiro, não deixa por menos, subscrevendo a extravagante descrição de Luccock de que a cidade era uma “das mais imundas associações de homens debaixo dos céus”.



Quanto à discutível equação de Prado para explicar a psicologia nacional, é possível perceber quanto ela serviu de fonte e inspiração para Sérgio Buarque discorrer sobre o significado da cordialidade na história brasileira no seu Raízes do Brasil, publicado em 1936. Por trás da categoria tristeza estava uma sociedade sem grandes mediações, resultando em formas de convívio nas quais predominam a familiaridade, o personalismo e a afetividade, que acabam exportadas para a vida pública e para as estruturas políticas. Seria apenas pela mobilização de tais categorias sentimentais que não apenas o universo social como também o universo religioso ganhavam sentido: note-se que, no conhecido exemplo de Buarque, o Brasil é o único país no qual Santa Tereza de Lisieux vira “Santa Terezinha”. A diferença era que as categorias sentimentais enfeixadas por Buarque na metáfora do homem cordial não eram apenas negativas – como queria Paulo Prado – mas também positivas e, neste caso, tristeza e melancolia, assim como alegria e fuzarca eram faces da mesma moeda. Afinal, como dizia Millôr Fernandes, “a distância entre o riso e a lágrima é apenas o nariz”.



RETRATO DO BRASIL:



ENSAIO SOBRE A TRISTEZA BRASILEIRA



Autor: Paulo Prado



Editora: Companhia das Letras



(400 págs., R$ 49)



* ELIAS THOMÉ SALIBA É PROFESSOR DE TEORIA DA HISTÓRIA NA USP, AUTOR DE, ENTRE OUTROS, Raízes do Riso (COMPANHIA DAS LETRAS)


Elias Thomé Saliba
 – O Estado de S.Paulo