Os cemitérios
onde moram meus sonhos
volta e meia ainda
assombram minha razão
com utopias as quais ,
ao invés de libertar
fazem acorrentar.
Sonhando
o mesmo sonho
se constrói uma certeza?
Os sonhos não são feitos só de beleza
o que não escondem suas vísceras?
Todo sonho que acorda da vertigem
espatiface em pesadelos multifaces
de ísmos rapaces.
A fortaleza eterna e etérea
e fantasma
da utopia revolucionária.
Lá onde o certo é duvidoso
e o cetro do centro não é o
mercado onde as pessoas
não são escravas
zumbis da angústia do consumo
Blá blá blá não tenho tempo para
pensar no amanhã
se não tenho o hoje
que me fora surrupiado por um piá na praça
para pagar o aluguel da alienação.