domingo, 2 de julho de 2017

Das Nothend



»Ich muß zu Feld, mein Töchterlein,
Und Böses dräut der Sterne Schein,
Drum schaff du mir ein Notgewand,
Du Jungfrau, mit der zarten Hand!«

»Mein Vater! willst du Schlachtgewand
Von eines Mägdleins schwacher Hand?
Noch schlug ich nie den harten Stahl,
Ich spinn und web im Frauensaal.«

»Ja, spinne, Kind, in heil’ger Nacht,
Den Faden weih der höllischen Macht!
Draus web ein Hemde, lang und weit!
Das wahret mich im blut’gen Streit.«

In heil’ger Nacht, im Vollmondschein,
Da spinnt die Maid im Saal allein.
»In der Hölle Namen!« spricht sie leis,
Die Spindel rollt in feurigem Kreis.

Dann tritt sie an den Webestuhl
Und wirft mit zager Hand die Spul;
Es rauscht und saust in wilder Hast,
Als wöben Geisterhände zu Gast.

Als nun das Heer ausritt zur Schlacht,
Da trägt der Herzog sondre Tracht:
Mit Bildern, Zeichen, schaurig, fremd,
Ein weißes, weites, wallendes Hemd.

Ihm weicht der Feind wie einem Geist:
Wer böt es ihm, wer stellt’ ihn dreist,
An dem das härteste Schwert zerschellt,
Von dem der Pfeil auf den Schützen prellt!

Ein Jüngling sprengt ihm vors Gesicht:
»Halt, Würger, halt! mich schreckst du nicht.
Nicht rettet dich die Höllenkunst,
Dein Werk ist tot, dein Zauber Dunst.«

Sie treffen sich und treffen gut,
Des Herzogs Nothemd trieft von Blut;
Sie haun und haun sich in den Sand,
Und jeder flucht des andern Hand.

Die Tochter steigt hinab ins Feld:
»Wo liegt der herzogliche Held?«
Sie find’t die todeswunden zwei,
Da hebt sie wildes Klaggeschrei.

»Bist du’s, mein Kind? Unsel’ge Maid!
Wie spannest du das falsche Kleid?
Hast du die Hölle nicht genannt?
War nicht jungfräulich deine Hand?«

»Die Hölle hab ich wohl genannt,
Doch nicht jungfräulich war die Hand,
Der dich erschlug, ist mir nicht fremd,
So spannt ich, weh! dein Totenhemd.«

A cota de malha

– Filha, eu vou para a batalha;
No céu atina a má estrela:
Quero uma cota de malha
De tuas mãos de donzela.

– Pai, estarias seguro
Pelas mãos de uma mocinha?
Não sei forjar ferro duro;
Só entendo de agulha e linha.

– À noite, oferte o tecido
Ao Inferno! E com arremate,
Eu estarei protegido
Nesse cruento combate.

Lua-cheia em noite santa,
E sozinha ela urde a trama:
– Invoco o Inferno! E se espanta:
O fuso gira e se inflama.

Quando ela retira a linha
Daquele tear terrível,
Ele torna e redemoinha
Como por mão invisível.

Tão logo a armada se arranca,
O duque salta à vanguarda:
Sob a sua heráldica branca,
A cota de malha guarda.

Dele o inimigo se afasta;
Contra ele ninguém avança.
Despedaçando toda a hasta,
Quebra seta, sabre e lança.

E um infante o atalha no ato:
– Pára, homem sanguinolento!
De nada vale teu pacto:
É desfeito o encantamento.

A refrega os incendeia.
Eis rasgada e tinta a cota…
E ambos rolam pela areia,
Amaldiçoando a derrota…

A filha invade o sangrento
Campo. – Onde, o Duque? E depois,
Reconhece com lamento
A pugna horrenda dos dois.

– Minha filha, tu forjaste
A cota como as demais?
O Inferno não invocaste,
Ou não tens mãos virginais?

– Invoquei o Inferno, mas
A mão que teceu tua malha
Pertencera a esse rapaz…
Pai, eu teci tua mortalha!
Johann Ludwig Uhland
Wagner Schadeck é poeta e tradutor.

Jornal Opção
Otto Leopoldo Winck

O Estado sempre esteve a serviço das classes dominantes. No caso do capitalismo, a serviço da burguesia. A diferença entre a democracia burguesa e os regimes anteriores -- absolutismo, feudalismo etc -- é que na democracia burguesa há uma ideologia de igualdade perante a lei. E ideologia nada mais é que ideologia, isto é, uma visão distorcida da realidade. A diferença gritante de tratamento ontem pelo STF apenas escancara isso. Alguns, conforme a coloração política, mofam anos no cércere apenas com base em delações. Outros, com malas de dinheiro, helicópteros e aviões repletos de pasta base de cocaína, ficam livres ou nem sequer são presos. Isso não se muda com boa vontade, conversão das pessoas etc. Isso se muda com uma mudança estrutural profunda da sociedade: a essa mudança chamamos revolução.


Otto Leopoldo Winck

O negócio é o seguinte: o cara morreu de fome no Nordeste ou por conta da violência racial nos EUA a culpa é da seca ou do racismo (como se o racismo fosse uma coisa pessoal, nunca estrutural). O cara morreu de unha encravada na Ucrânia em 1930 a culpa é do comunismo.

Se colocássemos na conta do capitalismo todas a mortes das guerras por mercado, por fome, por más condições de vida, por culpa do imperialismo e do (neo)colonialismo, as mortes superdimensionadas atribuídas a Stálin seriam fichinhas.