O que aconteceu na Hebraica, tanto em São Paulo (onde a
palestra do fascistão foi cancelada) como no Rio (onde ocorreu sob protestos)
tem um nome- luta de classes, e um sobrenome- a incapacidade (que pode ser
corrigida) dos setores democráticos das várias comunidades de se descartarem de
suas velhas organizações.
OK, a Hebraica é apenas um clube e aqueles que protestaram
não são a classe operária. Porém, a luta de classes se desdobra em mil facetas
e expõe o tenebroso drama do atual momento.
Os judeus pagam um altíssimo preço pela existência do estado
de Israel, na verdade um Forte Apache implantado no Oriente Médio para atender
os interesses imperialistas, massacrar os palestinos, negando-lhes qualquer
existência independente, e ajudar na manutenção das monarquias árabes feudais,
que garantem o fluxo do petróleo.
Os protestos dos judeus, no Brasil contra Bolsonaro, em
Israel e no mundo contra a guerra sem quartel aos palestinos, expõem a
incompatibilidade dos anseios democráticos com a “ordem” (na verdade, uma
desordem sanguinária) reinante no Oriente Médio, estado de coisas que encontra
apoio nos dirigentes das Hebraicas.
Por isso, nada de racismo, que não é senão uma das
manifestações mais pútridas dessa mesma “ordem”.
Roberto Elias Salomão