Avaro,
conto as palavras
com que pretendo dizer
algo
-- quase nada --
do tudo que quisera.
(Raras, as palavras
não vingaram na primavera.)
Vai vir o dia
em que não direi nada,
não serei nada:
partícula abismada no tudo.
Aí tudo estará bem.
Ou nada.
Avaro,
me calo
ante o mistério do nada.
(Nada
é
tudo.
Tudo
é
nada.)
E apago as palavras
em que sobrenado.
Otto Leopoldo Winck