domingo, 22 de agosto de 2010
Um Toque azul
Eis o centro do corpo
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro
os dedos esfregam – correm
e voltam sem cessar
e então são os meus
já os teus dedos
e são meus dedos
já a tua boca
que vai sorvendo os lábios
dessa boca
que manipulo – conduzo
pensando em tua boca
Ardencia funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
alando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios
que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro
os dedos esfregam – correm
e voltam sem cessar
e então são os meus
já os teus dedos
e são meus dedos
já a tua boca
que vai sorvendo os lábios
dessa boca
que manipulo – conduzo
pensando em tua boca
Ardencia funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
alando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios
que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma
desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito
é rede a tua língua
em sua teia
é vicio as palavras
com que falas
a trégua
a entrega
o disfarce
e lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lençol que desfazes
desperta-me de noite
com teu corpo tiras-me do sono
onde resvalo
e eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vai descoblindo vales
Maria Tereza Horta
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito
é rede a tua língua
em sua teia
é vicio as palavras
com que falas
a trégua
a entrega
o disfarce
e lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lençol que desfazes
desperta-me de noite
com teu corpo tiras-me do sono
onde resvalo
e eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vai descoblindo vales
Maria Tereza Horta
POUR TOI MON AMOUR
Jacques Prevert
Je suis allé aux marché aux oiseaux
Et j’ai acheté des oiseaux
Pour toi
Mon amour
Je suis allé au marché aux fleurs
Et j’ai acheté des fleurs
Pour toi
Mon amour
Je suis allé au marché à la ferraille
Et j’ai acheté des chaînes
Des lourdes chaînes
Pour toi
Mon amour
Et puis je suis allé au marché aux esclaves
Et je t’ai cherchée
Mais je ne t’ai pas trouvée
Mon amour
Para ti meu amor
Jacques Prevert
PARA TI, MEU AMOR
De um velho passarinheiro
Comprei para ti,
Meu amor,
Um lindo bem-te-vi.
Da florista mais vaidosa,
A mais bela rosa
Comprei para ti,
Meu amor.
A um robusto ferreiro,
Do aço mais duradouro,
Banhadas em ouro,
Algemas pedi,
Só para ti,
Meu amor.
Por fim, louco de amor,
Em meio às escravas
Por ti procurei.
Mas tu não estavas,
Meu amor.
(Tradução de Isaias Edson Sidney)
Je suis allé aux marché aux oiseaux
Et j’ai acheté des oiseaux
Pour toi
Mon amour
Je suis allé au marché aux fleurs
Et j’ai acheté des fleurs
Pour toi
Mon amour
Je suis allé au marché à la ferraille
Et j’ai acheté des chaînes
Des lourdes chaînes
Pour toi
Mon amour
Et puis je suis allé au marché aux esclaves
Et je t’ai cherchée
Mais je ne t’ai pas trouvée
Mon amour
Para ti meu amor
Jacques Prevert
PARA TI, MEU AMOR
De um velho passarinheiro
Comprei para ti,
Meu amor,
Um lindo bem-te-vi.
Da florista mais vaidosa,
A mais bela rosa
Comprei para ti,
Meu amor.
A um robusto ferreiro,
Do aço mais duradouro,
Banhadas em ouro,
Algemas pedi,
Só para ti,
Meu amor.
Por fim, louco de amor,
Em meio às escravas
Por ti procurei.
Mas tu não estavas,
Meu amor.
(Tradução de Isaias Edson Sidney)
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