sábado, 22 de abril de 2017

1945: A tomada de Berlim


INSTANTÂNEOS: NAZIFASCISMO E 2ª GUERRA MUNDIAL: 

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Em 22 de abril de 1945, o Exército soviético começa a ofensiva final contra Berlim. A Alemanha havia sido cercada pelos soviéticos a partir do Leste e pelos norte-americanos e britânicos, pelo Oeste.



Soldado russo no Reichstag

"Há alguns dias, ouvíamos os tiros ao longe. Por isso, nos preparamos para qualquer eventualidade. Meu pai montou uma caixa para guardar mantimentos. Todas as garrafas foram enchidas com água fervida e guardadas no porão". Assim descreveu Renate Scholz, então com 9 anos, os últimos dias da Segunda Guerra Mundial. Todas as noites, ela passou no abrigo antiaéreo, levando a pasta da escola, a boneca preferida, sapatos de couro e borracha, dois sobretudos e roupa íntima.

Sua irmã, Helga, de 13 anos, descreveu assim a semana de combates por Berlim: "Era domingo, estávamos almoçando, quando ouvimos um barulho ensurdecedor. O ruído tornou-se cada vez mais forte. Sentia-se a terra ser atraída por uma força monstruosa. Em seguida, o estrondo violento de uma explosão estilhaçou os vidros das janelas e não se podia ver mais nada, de tanto pó. Minha irmã procurou proteção junto à mãe. De medo, eu me escondi debaixo da mesa. Quando a poeira baixou, vimos que uma bomba atingira a casa vizinha. Enquanto meus pais pregavam as janelas, nós tratamos de ir para o porão."

Caos na capital alemã

Esta foi a rotina dos últimos dias da guerra na capital do Deutsche Reich, Berlim. As pessoas passavam a maior parte do tempo nos abrigos antiaéreos. Todas as noites, repetiam-se os bombardeios, que incendiavam casas e edifícios, destruindo tudo. As estradas estavam repletas de escombros, que eram então usados para construir barreiras antitanques. As crianças estavam dispensadas das aulas. Em Berlim, reinava o caos.

Renate e Helga lembram-se ainda hoje desses dias terríveis. A única alegria era ver que a casa em que moravam ainda continuava de pé, embora as janelas estivessem pregadas. As rádios controladas pelo regime continuavam martelando a propaganda nazista, mesmo quando muitos alemães não acreditavam mais em Hitler. Noticiavam que o próprio "Führer" encabeçava a defesa da capital e que "este fato em si já dava um caráter único à luta por Berlim".

O cerco final

As duas irmãs contam a alegria com que receberam do pai a notícia de que a guerra havia acabado e que Hitler estava morto. Embora não tivessem ideia do que significava o fim da guerra, desejavam simplesmente que "tudo melhorasse", dizem as duas. Renate Scholz conta que, aos poucos, voltou a ter esperança. Até o medo dos soviéticos, que era onipresente, sumiu. Alguns dias mais tarde, soldados da União Soviética vieram morar na rua de Helga e Renate.

O cerco final aos nazistas havia começado a 6 de junho de 1944 – no chamado "Dia D" –, quando 55 mil soldados norte-americanos, britânicos e canadenses desembarcaram nas praias da Normandia, nordeste da França, na maior operação aeronaval da história. Hitler deu prosseguimento aos combates, mesmo quando os aliados cruzaram a fronteira alemã anterior à guerra, no dia 12 de setembro. O ditador manteve-se irredutível até perder Berlim, onde se suicidou no dia 30 de abril de 1945. No dia 7 de maio seguinte, a Alemanha se rendeu incondicionalmente.

Autoria Gábor Haláz (gh)

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Mi chica Bolchevique


Era otoño cuando me arrastró a su revolución
aún ahora no sé de qué, ni por qué,
pero por ella hasta los infiernos de Dante.
Y era otoño como les dije, era abril,
y por nada era silencio, era un estallido
que hacía conmigo lo que quería.
Y era abril cuando comenzó a explotar sus inquietudes
y amar la estrella roja de Leningrado.
Mucho antes de los otoños,
y mucho antes que firmará sus manifiestos
con nombres de mujeres rusas de 1930
tenía un nombre cristiano como todos:
Paula la de los ojos melocotones.
Ojos extremos, las que no podían pasar por alto ninguna pena.
Me enamoré de su mirada pensativa.
¡No lo hagas!, gritaban, los de derecha.
Me enamoré de una chica bolchevique
que andaba en bohina protestando
en Plaza de Armas.
Recuerdo que era emocionante caminar por las avenidas
de la mano de esa mujer y verla esquivar bombas lacrimógenas,
los chorros de agua,
el cordón policial.
Mi chica Bolchevique creía en cosas imposibles,
tales como la igualdad y la caída del capitalismo.
Mis amigos sonreían al verme con ella.
Hablaban de calentura.
Pero yo amaba a esa mujer y la metía en mi alma,
le daba miles de vueltas para sacarle cosas.
En el ombligo, por ejemplo, habían ríos
repletos de agua de lluvia para tiempos de sequía.
En su boca habían cosas como el valor de la palabra dada.
A pesar de tener las orejas pequeñas contenía sonidos asombrosos,
sonidos que quedan: la risa o todas las mañanas del mundo.
Y como les dije, yo me enamoré de ella,
de su abril,
su otoño,
el tacto de su cuello.
Ya pasaron meses y no pienso moverme.
La voy a seguir ciegamente,
porque seguir es defender su felicidad,
su lucha
y la libertad de existir en su piel.

Gara Ghuti