Salvo engano, parece haver uma diferença rombuda entre as
manifestações de amanhã e aquelas pelo impeachment, que só o observador
vitimado pelo efeito bolha não percebe. No impedimento de Dilma, as associações
do empresariado caboclo se engajaram pesadamente nas manifestações, postura
essa que foi repercutida imediatamente por seus aliados (segmentos da mídia,
PMDB, políticos fisiológicos etc.). Agora, não. Só a burguesia cosmopolita (e
seus aliados, especialmente na mídia globeleza), ex-esquerdistas ressentidos
com o PT, burocratas sem brilho em busca de seus 15 segundos de glória, a
cúpula judiciária, e a direita mais desparametrada estão participando das
convocatórias, enquanto as classes produtoras estão mais preocupadas com a
Chape e com a recuperação da economia brasileira, geração de empregos etc.,
enfim, com o futuro do Brasil e de sua população e não com seu Passado
Assombroso. Vamos ver a força relativa desse povo todo amanhã já que a prova do
Pudim está em come-lo, já dizia Bacon. Mas não pense que a arenga vai parar aí.
Se não for gente suficiente, a expectativa é de mais vazamentos a jato e
prisões espetaculares para estimular a ira pública justiceira, o que
evidenciará mais uma vez que os custos da ausência de limites temporais e normativos,
bem como do descontrole e da irresponsabilização suspeitas da operação, já
estão sendo bem maiores do que seus eventuais benefícios para o Brasil...A ver.
Sergio Soares Braga