terça-feira, 14 de setembro de 2010

Cupido e Psique

Psique em grego significa tanto borboleta, como alma. Ela representa a alma humana purificada pela dor, preparada, assim, para desfrutar a felicidade verdadeira. A união de Cupido e Psique simboliza o encontro do amor e da alma

A Vênus de Milo

Uma estória curiosa explica a “falta” de braços da Vênus (Afrodite). Quando foi encontrada na Ilha de Milo no Mar Egeu, já estava danificada, quebrada ao meio, mas possuía os braços. O camponês que a achou quis vendê-la à oficiais franceses, mas como tardaram na aquisição da Vênus, o homem aceitou a oferta de outro comprador. Quando a escultura estava sendo embarcada para a Turquia, os franceses chegaram, e convenceram o camponês a manter o acordo de compra. Durante sua transferência para o barco, a escultura foi arrastada através de pedras e danificou-se, perdendo o que restava dos braços. Os marinheiros se recusaram a voltar para recuperá-los.

O Êxtase de Santa Teresa

Simboliza as visões que Santa Teresa teria tido, com um anjo que lhe cravava uma espada de ouro no peito. Bernini dá à obra um sentido de paz tão contemplativa, que nos desfocamos da figura desfalecida e desamparada de Santa Teresa.

Apolo e Dafne


Apolo era o mais belo dos deuses do Olimpo, senhor da Arte, da Música e da Medicina. Sua arrogância irrita Cupido, que o atinge com duas flechas de amor e outra de chumbo, em Dafne. Cupido passa a assediá-la inultimente. Desesperado, começa a perseguí-la pela floresta. Dafne sentindo-o cada vez mais próximo, suplica ao pai, o Deus Peneu, que lhe mude as formas. O pai atende o desejo da filha e, no momento em que Apolo começava a tocar seus cabelos, Dafne revesti-se de cascas, os cabelos transformam-se em folhas, os braços ramos e galhos, os pés cravam-se no solo, como raízes. Transtornado com a metamorfose da amada em arbusto – o Loureiro, Apolo chora dizendo que aqueles ramos serão sua coroa verde e vistosa, participando de seus triunfos eternamente. Quem acompanha os Jogos Olímpicos, deve se lembrar que a coroa de Louros de Apolo simboliza a vitória.

Fonte: blog leituras favre

O Rapto de Proserpina


A definição das quatros estações deriva da lenda de Proserpina (Perséfone). Diz-se que Demeter (Ceres), mãe de Proserpina, desesperada com o rapto da filha por Plutão (Hades, Deus da morte) caiu em desespero tornando o solo infertil. Atendendo a um pedido de Zeus (Júpiter), seu marido, concordou devolver a fertilidade à Terra, exigindo no entando, que Plutão lhe devolvesse a filha. Como Proserpina havia comido seis grãos de romã, não poderia abandonar definitivamente o Tártaro, submundo de Plutão. Passaria então, metade do ano nas profundezas da terra, representação do outono e do inverno, quando sua mãe, triste, descuida da natureza e, a outra metade na superfície, na companhia dos seus, o que corresponde a primavera e o verão, a terra viva e produtiva, fruto da felicidade de sua mãe Demeter, deusa das plantas.



Fonte: blog leituras favre

Autoeroticism, 1975

União

Nos meus braços teu corpo estremeceu,

Desse tremor o meu foi percorrido.

Colados, curva a curva, onde começa o teu?

Onde se acaba o meu? Teu e meu têm sentido?





Brandamente, por vezes, te desvio

De mim, para melhor, depois, sentir

Que és bem tu que eu agarro, acaricio,

Bem tu que eu pude, em mim, fundir.



Soneto do amor

Não me peças palavras, nem baladas,

Nem expressões, nem alma…Abre-me o seio,

Deixa cair as pálpebras pesadas,

E entre os seios me apertes sem receio.



Na tua boca sob a minha, ao meio,

Nossas línguas se busquem, desvairadas…

E que os meus flancos nus vibrem no enleio

Das tuas pernas ágeis e delgadas.



E em duas bocas uma língua…, – unidos,

Nós trocaremos beijos e gemidos,

Sentindo o nosso sangue misturar-se.



Depois… – abre os teus olhos, minha amada!

Enterra-os bem nos meus; não digas nada…

Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

Rigoletto a Mantova -Atto1(1) Domingo - Grigolo - "Questa o quella per m...

Musa dos olhos verdes

Musa dos olhos verdes, musa alada,

Ó divina esperança,

Consolo do ancião no extremo alento,

E sonho da criança;



Tu que junto do berço o infante cinges

C’os fúlgidos cabelos;

Tu que transformas em dourados sonhos

Sombrios pesadelos;



Tu que fazes pulsar o seio às virgens;

Tu que às mães carinhosas

Enches o brando, tépido regaço

Com delicadas rosas;

Casta filha do céu, virgem formosa



Do eterno devaneio,

Sê minha amante,

os beijos meus recebe,

Acolhe-me em teu seio!



Já cansada de encher lânguidas flores

Com as lágrimas frias,

A noite vê surgir do oriente a aurora

Dourando as serranias.



Asas batendo à luz que as trevas rompe,

Piam noturnas aves,

E a floresta interrompe alegremente

Os seus silêncios graves.



Dentro de mim, a noite escura e fria

Melancólica chora;

Rompe estas sombras que o meu ser povoam;

Musa, sê tu a aurora!

Poema do homem só

Sós,

irremediavelmente sós,

como um astro perdido que arrefece.

Todos passam por nós

e ninguém nos conhece.

Os que passam e os que ficam.

Todos se desconhecem.

Os astros nada explicam:

Arrefecem.

Nesta envolvente solidão compacta,

quer se grite ou não se grite,

nenhum dar-se de dentro se refracta,

nenhum ser nós se transmite.

Quem sente o meu sentimento

sou eu só, e mais ninguém.

Quem sofre o meu sofrimento

sou eu só, e mais ninguém.

Quem estremece este meu estremecimento

sou eu só, e mais ninguém.

Dão-se os lábios, dão-se os braços,

dão-se os olhos, dão-se os dedos,

bocetas de mil segredos

dão-se em pasmados compassos;

dão-se as noites, e dão-se os dias,

dão-se aflitivas esmolas,

abrem-se e dão-se as corolas

breves das carnes macias;

dão-se os nervos, dá-se a vida,

dá-se o sangue gota a gota,

como uma braçada rota

dá-se tudo e nada fica.

Mas este íntimo secreto

que no silêncio concreto,

este oferecer-se de dentro

num esgotamento completo,

este ser-se sem disfarce,

virgem de mal e de bem,

este dar-se, este entregar-se,

descobrir-se e desflorar-se,

é nosso de mais ninguém.


António Gedeão

Silencio