terça-feira, 14 de setembro de 2010

União

Nos meus braços teu corpo estremeceu,

Desse tremor o meu foi percorrido.

Colados, curva a curva, onde começa o teu?

Onde se acaba o meu? Teu e meu têm sentido?





Brandamente, por vezes, te desvio

De mim, para melhor, depois, sentir

Que és bem tu que eu agarro, acaricio,

Bem tu que eu pude, em mim, fundir.



Soneto do amor

Não me peças palavras, nem baladas,

Nem expressões, nem alma…Abre-me o seio,

Deixa cair as pálpebras pesadas,

E entre os seios me apertes sem receio.



Na tua boca sob a minha, ao meio,

Nossas línguas se busquem, desvairadas…

E que os meus flancos nus vibrem no enleio

Das tuas pernas ágeis e delgadas.



E em duas bocas uma língua…, – unidos,

Nós trocaremos beijos e gemidos,

Sentindo o nosso sangue misturar-se.



Depois… – abre os teus olhos, minha amada!

Enterra-os bem nos meus; não digas nada…

Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

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