Os professores da rede pública de ensino do Estado do Paraná
em greve debatem aqui no Facebook em antecipação à votação que deverá ser
encaminhada na assembléia da próxima terça feira: continuar ou não continuar
com a greve? É uma decisão terrível para a qual inexiste qualquer resposta
viável: tanto prosseguir quanto encerrar a greve não são opções. Ambas são
alternativas igualmente péssimas diante de um desgoverno de corruptos, ladrões
e estupradores, auxiliado por um anti-judiciário lacaio do poder que nega aos
grevistas os mesmos direitos que não hesita em atribuir a si mesmo, tudo
legitimado por uma anti-assembleia de capachos e bandidos que se recusa a
julgar deputados estelionatários e corruptos. A greve só seria opção viável se
estivéssemos em um Estado Democrático de Direito, mas estamos vivendo um regime
anti-republicano, anti-democrático, inconstitucional, anti-povo e
anti-trabalhador. A conclusão a que se pode chegar é que ficou caríssimo para o
movimento dos professores ter trocado a vitoriosa revolução de fevereiro pela
atual greve fracassada. É duvidoso que os professores do Paraná consigam
repetir o milagre de fevereiro: seria como de novo andar sobre a água. Mas se o
fizerem e conseguirem repetir o milagre de novamente ocupar o plenário da
ex-alep, com a anuência dos aparelhos repressivos de Estado como ocorreu em
fevereiro, espera-se que desta vez façam a coisa certa: exerçam o poder
legislativo em nome do povo e no interesse da categoria e do Estado do Paraná
promulgando sem mais delongas as leis de que tanto carecemos e pondo fim a um
regime político insuportável e inaceitável. Seu exemplo pode desencadear por
todo país a mudança a que todos aspiramos. Independentemente do que venha a
acontecer na terça-feira nossos corações e nossos pensamentos estarão com os
professores da rede pública de ensino do Estado do Paraná.
Dennison de Oliveira