terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Fogo da Língua

A língua portuguesa nasceu no fogo da guerra dos humildes, oprimidos e periféricos do Noroeste Ibérico. Língua com raízes romano-célticas, temperada com o povo local da Lusitania e Galécia, mais suevos, alanos e Borgonha, criando uma nova sociedade, um novo Estado na luta incessante contra invasores e suas línguas opressoras. Cada fogo somente a torna mais poderosa porque expressa uma comunidade, na luta e defesa da sua língua e vida social. Historicamente a língua portuguesa só cresceu quando os fatores democráticos e populares conseguiram triunfar. As Gentes Cristãs do Minho a tentar sobreviver. Na Criação de Portugal contra almorávidas, almoádas, mouros e árabes. Na Crise de 1383-1385 contra castelhanos. Na Guerra de Restauração, depois de 1641, em grande guerra mundial pela sua sobrevivência contra Holanda e Espanha. Nas Guerras Napoleônicas forjando a unidade brasileira. A língua portuguesa foi capilarizada, ampliada e miscigenada na conquista e colonização do Brasil pelos seus falantes, os antepassados dos brasileiros coloniais, nossos antepassados, marinheiros, fazendeiros, bandeirantes, pioneiros e povoadores, juntos com todos aqui reunidos, de uma maneira ou de outra. Índios destribalizados e violentados nas suas origens. Africanos vendidos e banidos das suas origens. Europeus expulsos e afastados de suas origens. Nativos, escravos, migrantes e outros recuperam suas vozes e identidades com a mesma língua e a influenciam ativamente. Quer o destino novamente que se torne língua de luta de expressão de direitos políticos, agora no século XXI, de imensa massa ainda sem voz na metade da América do Sul, para realizarem mais uma vez o seu destino glorioso surgido a partir do fogo das lutas populares, tal como há mil anos nos confrontos dos fogos da existência.

Ricardo Costa de Oliveira
Por seguir tras de su huella
yo bebí incansablemente
en mi copa de dolor,
pero nadie comprendía
que si todo yo lo daba,
en cada vuelta dejaba
pedazos de corazón.
Ahora solo (triste) en la pendiente,
solitario y ya vencido
yo me quiero confesar:
Si aquella boca mentía
el amor que me ofrecía,
por aquellos ojos brujos

yo habría dado siempre más...

 Gardel 
“Há um radar coletivo que os pobres têm, e que os ricos não têm, tanto que estão levando o mundo para a própria destruição deles: a classe rica vai ser destruída pela próxima movimentação da Terra. Eles perderam o faro, perderam a sensibilidade porque a morte para eles é uma coisa que não existe”.
(Henfil)
Dilma ganhou, Cunha perdeu, Renan assume protagonismo, Temer recua, Fachin derrotado por Barroso – a preliminar do julgamento do impeachment foi narrada pela mídia como se fosse o primeiro tempo de uma partida de futebol, que começou antes do Natal e só vai terminar depois do Carnaval .
(Alberto Dines)

Vivo de amor tan libre



Vivo de amor tan libre, y he vivido,
que voluntario pruebo su dolencia,
dando ejercicio a tanta resistencia
como huelga en mi pecho endurecido.

Miro la llama a la distancia asido, 
siendo costumbre libre y no prudencia,
que a beldad, donde es alma la apariencia
harto le sirve el riesgo de un sentido.

Huya del mar el que en seguro suelo
los claros riesgos vio del anegado; 
no tiente el mar en fe de luz divina.

Que las piedades las reserva el cielo
para quien gime a su ruina atado,
no para aquel que labra su ruina.
Volver a poemas de Gabriel Bocángel

 Gabriel Bocángel


Biblioteca Digital Ciudad Seva

El sueño



Jorge Luis Borges

Si el sueño fuera (como dicen) una
tregua, un puro reposo de la mente,
¿por qué, si te despiertan bruscamente,
sientes que te han robado una fortuna?

¿Por qué es tan triste madrugar? La hora
nos despoja de un don inconcebible,
tan íntimo que solo es traducible
en un sopor que la vigilia dora

de sueños, que bien pueden ser reflejos
truncos de los tesoros de la sombra,
de un orbe intemporal que no se nombra

y que el día deforma en sus espejos.
¿Quién serás esta noche en el oscuro
sueño, del otro lado de su muro?
Volver a poemas de Jorge Luis Borges




Biblioteca Digital Ciudad Seva