sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

o direito à violência

"O padrão pós-ditatorial não pode acertar contas com a Ditadura porque depende da sobrevivência dos aparatos de segurança daquela época. A sofisticação da dominação foi possível porque os valores neoliberais continuaram hegemônicos e a “democratização” no Brasil se restringiu ao plano da política eleitoral e dos partidos. Não se estendeu às Forças armadas, aos meios de comunicação, às polícias militarizadas e aos tribunais. Assim era menor o custo político do uso de tribunais em vez das Forças Armadas."

Lincoln Secco reflete sobre o direito à violência, no Blog da Boitempo!

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Terrível
um cavalo em plena noite
sozinho atrelado
na rua silenciosa
e relinchando
como se alguém nu e triste
o houvesse molhado e cingido com pernas ardentes
e cantarolado
uma única sílaba
singela estridente e faminta.

LAWRENCE FERLINGHETTI
Um parque de diversões da cabeça.
L&PM.

Tradução Eduardo Bueno.

O povo de santo - Religião, história e cultura dos orixás, voduns, inquices e caboclos

"(...)
É Exu o compadre, amigo íntimo do terreiro. Possui tantos nomes quantos santuários possuir, ampliando e diversificando sua própria imagem.

No vermelho e no fogo se assentam seus signos de trabalhador mágico e divino agente do axé.

Sem dúvida, na velocidade dos seus caminhos incomensuráveis pelo espaço cronológico, ocorre sua fluidez mercurial. Pé de asa, bico de fogo, dente de ponta, cornos e cheiro que marcam."


[Raul Lody, in "O povo de santo - Religião, história e cultura dos orixás, voduns, inquices e caboclos", Ed. Pallas, 1995]
André Castelo Branco Machado

Diante da inevitabilidade da morte, há um conflito humano entre a busca do máximo de prazer individual e o altruísmo. As pessoas atribuem valor ao seu tempo vivo nessa escala de extremos, numa escolha entre o hedonismo e a abnegação. A felicidade, no entanto, para mim, está na superação deste conflito, sem renunciar à individualidade ou ao coletivo, buscando o prazer justamente nessa relação.


Invicto




Do avesso desta noite que me encobre,
Preta como a cova, do começo ao fim,
Eu agradeço a quaisquer deuses que existam,
Pela minha alma inconquistável.

Na garra cruel desta circunstância,
Não estremeci, nem gritei em voz alta.
Sob a pancada do acaso,
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.

Além deste lugar de ira e lágrimas
Avulta apenas o horror das sombras.
E apesar da ameaça dos anos,
Encontra-me, e me encontrará destemido.

Não importa quão estreito o portal,
Quão carregada de punições a lista,
Sou o mestre do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.

(Tradução livre)

Do poeta inglês William Ernest Henley (1849-1903).
Tradução :Mia Couto