sexta-feira, 20 de novembro de 2015

1943: Nazistas fecham jornal "Frankfurter Zeitung"


INSTANTÂNEOS: NAZIFASCISMO E 2ª GUERRA MUNDIAL1933

Brecht foge da Alemanha 1933: Repressão ao Partido Comunista da Alemanha1933: Aprovação da Lei Plenipotenciária 1933: UFA demite funcionários judeus1933: Grande queima de livros pelos nazistas1933: DVP e DNVP se dissolvem 1933: Hitler controlava a imprensa falada1933: Alemanha deixa a Liga das Nações1934: Hitler manda executar Ernst Röhm 1934: Nazistas assassinam ditador da Áustria1934: Regime nazista intervém na Justiça 1935: Nazistas retiram a cidadania alemã de escritores e oposicionistas1936: Abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim1936: Constituição do Eixo Berlim-Roma1936: Thomas Mann é expatriado1938: O pogrom da "Noite dos Cristais"1939: Assinado o Pacto de Não-Agressão1939: Eslováquia torna-se independente1939: Alemanha invade a Polônia1939: Programa nazista de extermínio1939: Soviéticos invadem a Polônia1939: Primeiro atentado contra Hitler1940: Alemanha inicia ofensiva ocidental1940: Armistício de Compiègne1940: Estreia do filme "O judeu Süss"1940: Crianças alemãs refugiam-se dos bombardeios1941: Selada aliança entre Londres e Moscou 1941: EUA decidem construir a bomba atômica 1941: Aberto o campo de concentração de Theresienstadt 1942: A Conferência de Wannsee1942: Genocídio dos judeus poloneses 1942: Judeus proibidos de ter animais domésticos1942: Ofensiva dos Aliados em El Alamein1942: Anne Frank inicia seu diário 1942: Batalha de Tobruk1942: Panfletos da resistência antinazista "Rosa Branca"1942: Pedagogo Janusz Korczak é deportado para Treblinka1942: Fracassa primeiro desembarque na Normandia1942: Tropas alemãs invadem o sul da França1943: Goebbels declara guerra total

Em 31 de agosto de 1943, o jornal "Frankfurter Zeitung", cuja relativa independência era tolerada para dar um tom liberal ao regime de Hitler, foi fechado pelos nazistas.

A última edição do jornal Frankfurter Zeitung foi publicada em 31 de agosto de 1943, quando o órgão que dava um tom liberal ao regime nazista foi proibido de circular por ordem pessoal do ministro da Propaganda, Joseph Goebbels. O jornal econômico republicano-liberal da era Bismark teve de parar as rotativas depois de dez anos de atividade sob o emblema oficial do partido nazista e do Terceiro Reich.

O Frankfurter, como era carinhosamente chamado pelos leitores, fora o diário de maior destaque da República de Weimar e era um incômodo constante para os nazistas. Tanto mais surpreendeu o fato de que ele continuara circulando depois de 1933.

Fritz Sänger, à época correspondente em Berlim e, após 1945, diretor da agência de notícias DPA, lembra que durante o nazismo toda a imprensa alemã foi amordaçada. Uma exceção era o Frankfurter Zeitung que, ao lado de alguns outros jornais, tentou combater o regime. Hitler acreditava que esses jornais serviriam de cartão de visita do nazismo no plano internacional.

Independência tolerada

O alinhamento da imprensa alemã com o nazismo, portanto, não era total, como frequentemente se afirma. Goebbels tolerava uma certa independência do Frankfurter Zeitung para tornar o nazismo socialmente aceitável nos meios burgueses. O ministro da propaganda esperava que a circulação do jornal servisse de prova da liberalidade do regime no exterior.

O alto nível dos artigos publicados pelo jornal era garantido por autores como o futuro presidente da Alemanha, Theodor Heuss, e os publicistas Walter Dirks, Karl Korn e Dolf Sternberger. No caderno de cultura escreviam esquerdistas-liberais como Ernst Bloch, Hermann Hesse ou Siegfried Kracauer.

Segundo Fritz Sänger, praticamente não ocorreram mudanças na equipe de redatores após a tomada do poder pelos nazistas. "Alguns, porém, foram demitidos, porque eram judeus. Outros foram embora. Vieram alguns novos, mas em apenas um caso foi desmascarado um membro do partido nazista, que logo sumiu. A redação, portanto, era um círculo fechado em que não ocorriam traições."

Os redatores do Frankfurter, no entanto, aceitaram passivamente a demissão dos colegas judeus e a faxina étnica na empresa. Como órgão de oposição, o jornal oscilava entre o oportunismo e uma certa autonomia. Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, a redação começou a silenciar.

Refúgio intelectual

Conteúdos subversivos somente eram publicados pelo folhetim num estilo de linguagem bem diferente do antissemitismo vulgar de um observador popular e serviam de refúgio intelectual para os leitores não nazistas. Segundo Dolf Sternberger, à época redator do Frankfurter Zeitung, apesar de usar uma série de malabarismos para escapar da censura, a direção do jornal foi obrigada a fazer concessões humilhantes ao nazismo.

Alguns jornalistas do Frankfurter até mesmo fortaleceram o regime com seu trabalho. Uma das versões correntes sobre a causa do fechamento do jornal foi a publicação de um artigo criticando as obras de Paul Ludwig Troost, um dos arquitetos preferidos de Hitler.

Outra versão é um artigo publicado em 23 de março de 1943 e que apresentou o cofundador do movimento nazista, Dietrich Eckart, mentor de Hitler e criador do slogan "Acorda Alemanha!", como indivíduo sem caráter e classificou sua obra literária como um amontoado de frases. Mencionou também que Eckart era um dependente de morfina.

Algumas semanas depois, o jornal foi proibido de circular, mas não em função da publicação do perfil de Eckart e, sim, devido aos paralelos que traçou com o morfinismo de Hermann Göring. Oficialmente, o regime alegou que o fechamento do jornal devia-se à medidas de economia de guerra.

Na realidade, o papel representativo do Frankfurter Zeitung para o exterior havia se esgotado em 31 de agosto de 1943. O comportamento da Alemanha na Segunda Guerra Mundial e os horrores de Auschwitz dispensavam qualquer tentativa de vender uma imagem liberal do regime nazista.

Michael Marek (gh)
Fonte Deutsche Welle


Rio de Lama que Vale uma vida

Quanto ele recebeu da Vale ?Quanto o seu partido fez pela irresponsabilidade das empresas ao não darem a Minas uma legislação que protegesse os mineiros? As leis impotentes , fracas diante do forte capital assassinou vidas um rio que corria ao oceano atravessando dois estados. Por isso ele está mudo . Um estado de Anastasias e Aécios não precisam de tsunamis.

Quando o capital não é controlado ele mata.Quando o Estado prevarica ou não legisla visando o bem comum - das pessoas pobres que mais precisam do estado,Torna-se um cúmplice coletivo sem face, mas com endereço conhecido. A Assembléia mineira e seu governador . Na época de tantas décadas abandonada, Minas Gerais ,a fome pantagruélica das mineradoras e metalúrgicas soterrou montanhas ,fez ninhos de águas pútridas e agora matou um rio e todas as vidas que dele dependiam.

O Senhor Aécio está calado, o senhor Anastasia, os executivos da Vale pensam em termos de números e como Eichmanns abstraem as vidas por traz de seus relatórios , faram todo o possível para minorar os custos para a Vale e sua sócia australiana. Dará até para dar uns trocados para quem perdeu toda uma vida

wrnj

1945: Início dos julgamentos de Nurembergue



INSTANTÂNEOS: NAZIFASCISMO E 2ª GUERRA MUNDIAL1933:

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Poucos meses após o fim da Segunda Guerra Mundial e do suicídio de Adolf Hitler, alguns de seus principais colaboradores sentaram no banco dos réus, em 20 de novembro de 1945, para serem julgados por crimes de guerra.

Göring, Hess, Ribbentrop, Keitel, Dönitz, Raeder, Schirach e Sauckel no banco dos réus

Nurembergue, novembro de 1945. A cidade na qual Hitler e seus cúmplices eram festejados anualmente nas convenções do partido nazista está destruída, como a maioria dos centros urbanos alemães. O prédio da Justiça na rua Fürther Strasse, no entanto, mal fora danificado. Ali, na sala 600 do Tribunal do Júri, reuniu-se de 20 de novembro de 1945 a 1º de outubro de 1946 o Tribunal Militar Internacional.

Já durante a guerra os Aliados haviam decidido levar a elite nazista ao banco dos réus quando o conflito terminasse. Desde outubro de 1942, a Comissão de Crimes de Guerra das Nações Unidas juntava provas e documentos e elaborava uma lista de crimes.

"Quando eu comecei, no ano de 1942, a trabalhar neste assunto nos Estados Unidos, meus colegas americanos me perguntavam: 'Então, é tudo verdade? Podemos provar isto?' E eu respondia que podíamos comprovar 100%. Em Nurembergue, pude ver mais tarde que as coisas não eram 100%, mas 105%. Eles mesmos deixaram por escrito, a começar por Hermann Göring", recorda Robert Kempner, um jurista teuto-americano, que atuou na acusação em Nurembergue.

Lista de acusados
Em 20 de novembro de 1945, a audiência contra os principais criminosos de guerra foi aberta. A lista de acusados era um "quem é quem" do regime de Hitler: Hermann Wilhelm Göring, Rudolf Hess, Joachim von Ribbentrop, Robert Ley, Wilhelm Keitel, Ernst Kaltenbrunner...

Vinte e dois acusados proeminentes, entre eles três do estreito grupo de líderes em torno de Hitler: Martin Bormann, desaparecido desde o fim da guerra, Hermann Göring e Rudolf Hess, assim como os militares Keitel, Jodl, Raeder e Dönitz, e os ministros Ribbentrop, Frick, Funk e Schacht. A relação prosseguia:

Alfred Rosenberg, que comandava a região leste ocupada, Hans Frank, governador-geral da Polônia, Arthur Seyss-Inquardt, comissário do Reich para a Holanda ocupada, Fritz Sauckel, que distribuía os escravos do nazismo, e Albert Speer, que como ex-ministro da Munição e das Armas recrutou vários trabalhadores forçados para as indústrias alemãs do setor.

Abertura

"O presidente do Tribunal abre a seção. Então, passa a palavra ao principal promotor americano. Sua voz soa como se estivesse distante. Os intérpretes murmuram atrás da divisória envidraçada. Todos os olhos estão voltados para os acusados... Agora estão sentados, no banco dos réus, a guerra, o pogrom, o rapto de pessoas, o assassinato em massa e a tortura. Gigantescos e invisíveis, eles estão sentados ao lado das pessoas acusadas", descreveu o escritor Erich Kästner suas impressões. Ele foi um dos poucos alemães admitidos como observadores no julgamento.

A promotoria resumira em quatro pontos suas acusações:

Conspiração contra a paz mundial;
Planejamento, início e condução de guerra;
Crimes e violações ao direito de guerra;
Crimes contra a humanidade.

Lavando as mãos

Encerrada a leitura do libelo acusatório, os réus foram perguntados se consideravam-se "culpados" ou "inocentes". Hermann Göring tentou dar uma longa declaração, mas foi interrompido pelo juiz.

Göring: "Antes que eu responda à pergunta do tribunal se eu me considero culpado ou inocente..."
Juiz: "Você deve declarar-se culpado ou inocente..."

Göring: "No espírito da acusação, eu me considero inocente".

Os demais acusados também alegaram inocência, dentro do "espírito da acusação". Todos declararam ter apenas obedecido ordens, não ter conhecimento dos crimes e empurraram toda a responsabilidade para o ditador morto. Nenhum defendeu a ideologia em nome da qual milhões foram atacados, escravizados e assassinados.


Autoria : Rachel Gessat (mw)

Fonte Deutsche Welle