sexta-feira, 10 de março de 2017

1957: EUA aprovam Doutrina Eisenhower


No dia 9 de março de 1957, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um pacote de sugestões conhecido como Doutrina Eisenhower.


 Bildergalerie amerikanische Präsidenten (AFP/Getty Images)

O presidente norte-americano Dwight Eisenhower ressaltara, num pronunciamento diante do Congresso em 5 de janeiro de 1957, que o Oriente Médio havia atingido uma nova fase crítica em sua história.
"Nas últimas décadas, muitos países na região não conseguiram a autonomia completa; outras nações desempenharam um papel autoritário, ameaçando a segurança na área. Mas desde a Primeira Guerra Mundial houve movimentos positivos pela independência e os Estados Unidos saúdam essas iniciativas", destacou o chefe de Estado e governo.

Eisenhower, entretanto, estava preocupado com a nova intromissão das potências coloniais na região (o conflito pelo Canal de Suez, entre britânicos e franceses, e o avanço de Israel) e acusava o "comunismo internacional" de agravar e inclusive manipular a situação. Para contrabalançar o suposto avanço do poder soviético na região, Eisenhower sugeriu ao Congresso uma resolução para prestar apoio econômico e militar ao Oriente Médio.

O pacote de medidas foi aprovado no dia 9 de março de 1957 e passou a ser conhecido como a Doutrina Eisenhower. Na realidade, ela repetia os princípios da Doutrina Truman, editada dez anos antes, beneficiando a Grécia e a Turquia. Depois da criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Ocidente, e da Organização do Tratado do Sudeste Asiático (Seato), em 1955 havia sido criado o Pacto de Bagdá, fechando a frente contra a União Soviética.

Intervenção dos EUA

No conflito do Oriente Médio em 1956, o fornecimento de armas por Moscou havia aumentado a influência soviética sobre a Síria e o Egito. Depois da derrubada da monarquia no Iraque pelos militares, em 1958, e da advertência do presidente conservador do Líbano, Kamil Chamoun, para o perigo de um golpe socialista em seu país, os EUA resolveram intervir diretamente, através do envio de fuzileiros navais por três meses a Beirute.

A missão norte-americana no Líbano foi criticada, pois a Doutrina Eisenhower permitia apenas intervenção em caso de ameaça à segurança externa. Na realidade, o interesse de Washington era econômico, devido à riqueza petrolífera da região. Apesar de não quererem mais uma missão como a de 1958 no Líbano, os EUA tentaram conquistar os países da região através de apoio político e econômico. E essa fórmula, a longo prazo, surtiu mais efeito do que a Doutrina Eisenhower.

A Jordânia conseguiu estabilizar sua situação depois da reviravolta no Iraque, o Egito se distanciou da União Soviética – alguns anos mais tarde, inclusive, fez as pazes com Israel, enquanto as nações do Golfo se aliaram a Washington. Devido a este apoio incondicional a Israel, muitas nações árabes ainda hoje veem com ceticismo as intenções de Washington. A aplicação da Doutrina Eisenhower ao pé da letra só teria aumentado essa aversão.

Autoria Peter Philipp

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1915: Dirigíveis bombardeiam Londres

No dia 19 de janeiro de 1915, a Alemanha passou a empregar uma nova arma contra o Reino Unido na Primeira Guerra Mundial: os dirigíveis.


 London, Weltkrieg 1915, Nachtlichter gegen Zeppeline (picture-alliance/arkivi)

Os dirigíveis alemães começaram a lançar bombas sobre Londres seis meses depois do início da 1ª Guerra Mundial. Nos anos seguintes, os zepelins do Império Alemão realizaram 51 operações aéreas contra a Inglaterra, causando a morte de 58 soldados e 500 civis.

É um número relativamente pequeno, considerando o total de vítimas dos ataques aéreos durante a 2ª Guerra Mundial. Mesmo assim, o dia 19 de janeiro de 1915 modificou completamente a 1ª Guerra, como escreve o historiador alemão Olaf Groehler: "Significou o fim da imagem que milhões de pessoas faziam de uma guerra. Até aí, valia a divisão entre a linha de frente e a retaguarda. Mas, a partir de agora, a população tinha de aceitar que podia ser alvo de bombardeios, da mesma forma como os soldados no front."

O entusiasmo do conde

Os ataques aéreos tornaram-se possíveis graças ao invento do conde Ferdinand von Zeppelin. Aos 25 anos, foi enviado pelo rei para observar a Guerra da Secessão nos Estados Unidos. Lá, viajou num balão para analisar as vantagens de atacar os inimigos do céu e anotou que "nenhum meio é mais eficiente para conquistar uma região desconhecida ocupada pelo inimigo".

De volta à Alemanha e entusiasmado com a ideia, Zeppelin começou a divulgar seu projeto junto a amigos e pessoas influentes, que o ajudaram a reunir 800 mil reichsmark, a moeda da época. No dia 2 de julho de 1900, "o charuto de prata" fez seu voo inaugural sobre o lago Constança. Seu nome: LZ 1. Às críticas de "colossal bobagem técnica", o conde Zeppelin respondia: "Meus veículos em pouco tempo serão os mais seguros".

Até o LZ 3 correu tudo bem, mas o quarto exemplar caiu enquanto fazia testes perto de Stuttgart. Com a ajuda de propaganda nacionalista, no entanto, Zeppelin conseguiu tornar-se um herói nacional e reunir uma considerável soma em dinheiro. Até escolares ajudaram a reunir dinheiro. O bolo foi engrossado com subvenções estatais e ajuda dos militares, que haviam reconhecido o potencial do novo veículo na iminente guerra contra a Inglaterra e a França.

Dirigível vai à guerra

A Primeira Guerra Mundial foi um grande negócio para a fábrica de Zeppelin em Friedrichshafen, no sul da Alemanha. Entre 1909 e 1914, Exército e Marinha haviam encomendado 13 dirigíveis. A partir daí, nos quatro anos que durou a guerra, foram solicitados mais 88. O próprio conde Zeppelin, general de cavalaria, chegou a se oferecer, aos 76 anos, como piloto ao imperador alemão.

No início da guerra, o monarca alemão ainda hesitava em atacar os ingleses devido ao seu parentesco com a família real. A pressão de seus militares, porém, foi maior. A única condição imposta pelo imperador foi evitar que certas regiões fossem atingidas, como o Palácio de Buckingham. Na realidade, uma exigência sem sentido, como demonstrou a prática.

Um dos pilotos ressaltou mais tarde que, na noite da primeira ofensiva, ninguém tinha noção de que cidade estavam atacando. A confirmação veio apenas nos jornais ingleses na manhã seguinte. Mas o desenvolvimento do sistema de defesa também foi rápido.

Em pouco tempo, os "charutos" tornaram-se alvos das baterias antiaéreas. Pelo tamanho do zepelim, cada tiro era um acerto. Não demorou para que os militares alemães desistissem de usar dirigíveis, bem antes do final da guerra.

Autoria Gerda Gericke (rw)


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