aquele que simula afeição, caminha à sombra do assassino!
Ricardo Pozzo
segunda-feira, 11 de junho de 2012
As cidades e os símbolos
"(...)cada pessoa tem em mente uma cidade feita exclusivamente de diferenças, uma cidade sem figuras e sem forma , preenchida pelas cidades particulares.
(...)O viajante anda de um lado para outro e enche-se de dúvidas: incapaz de distinguir os pontos da cidade , os pontos que ele conserva distintos na mente se confundem. Chega-se à seguinte conclusão: se a existência em todos os momentos é uma única , a cidade de Zoé é o lugar da existência indivisível. Mas então qual é o motivo da cidade ?Qual é a linha que separa a parte de dentro da de fora , o estampido das rodas do uivo dos lobos ? "
Ítalo Calvino.As Cidades Invisíveis.
p 36-37.
(...)O viajante anda de um lado para outro e enche-se de dúvidas: incapaz de distinguir os pontos da cidade , os pontos que ele conserva distintos na mente se confundem. Chega-se à seguinte conclusão: se a existência em todos os momentos é uma única , a cidade de Zoé é o lugar da existência indivisível. Mas então qual é o motivo da cidade ?Qual é a linha que separa a parte de dentro da de fora , o estampido das rodas do uivo dos lobos ? "
Ítalo Calvino.As Cidades Invisíveis.
p 36-37.
"... O escritor Ítalo Calvino diz que vivemos em cidades escritas, que deixamos nossas marcas em cada segmento do espaço urbano.Símbolos que não só refletem o que somos, como também nos situam, dão indicações, informam , permitem nosso passo ou o interditam. Sem a possibilidade de comunicação com o mundo que nos rodeia, nós nos perdemos nele e, com isso, perdemos parte da condição de sujeitos.
Os refugiados que se fixaram no Brasil sentem isso na pele. "
Figueró, Inês. Português para refugiados. Ponto-e-vírgula.Revista Educação.número 119. Março 2007.p 67.
Os refugiados que se fixaram no Brasil sentem isso na pele. "
Figueró, Inês. Português para refugiados. Ponto-e-vírgula.Revista Educação.número 119. Março 2007.p 67.
Preguiça
para Rose
Algo de sol se infiltra
no quarto e , por um ápice,
embora, mais que fibra
de lã puída, esfiape-se ,
ainda recalcitra,
riscando, como lápis
que escreve um verso capaci
osíssimo , a tez vítrea
de quem permite, imersa
em si mesma, conforme
o escuro se dispersa,
que um grão de luz se forme
no âmago da inércia
e , sem notá-lo, dorme.
Nelson Ascher
Algo de sol se infiltra
no quarto e , por um ápice,
embora, mais que fibra
de lã puída, esfiape-se ,
ainda recalcitra,
riscando, como lápis
que escreve um verso capaci
osíssimo , a tez vítrea
de quem permite, imersa
em si mesma, conforme
o escuro se dispersa,
que um grão de luz se forme
no âmago da inércia
e , sem notá-lo, dorme.
Nelson Ascher
«Resto lì a lungo, la mano appoggiata al bordo della finestra, a fissare il punto in cui è sparita. Magari potrebbe accorgersi di aver dimenticato di dirmi qualcosa, e tornare indietro. Ma non torna. In quel punto rimane solo una specie di cavità invisibile che ha la forma della sua assenza».
Haruki Murakami, "Kafka sulla spiaggia"
"Descanse lá por muito tempo, a mão apoiada na borda da janela, olhando para o local onde ela desapareceu. Talvez você possa perceber que você esqueceu de me dizer alguma coisa, e voltar. Mas não vá. Nesse ponto permanece apenas um tipo de cavidade invisível que tem a forma de sua ausência. "
Haruki Murakami, "Kafka on the Shore"
Haruki Murakami, "Kafka sulla spiaggia"
"Descanse lá por muito tempo, a mão apoiada na borda da janela, olhando para o local onde ela desapareceu. Talvez você possa perceber que você esqueceu de me dizer alguma coisa, e voltar. Mas não vá. Nesse ponto permanece apenas um tipo de cavidade invisível que tem a forma de sua ausência. "
Haruki Murakami, "Kafka on the Shore"
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