sábado, 20 de agosto de 2016

1922: Stalin se torna secretário-geral


No dia 3 de abril de 1922, Josef Stalin foi eleito secretário-geral do Partido Comunista pelo politburo em Moscou.

Responsabilidades no cargo eram mais burocráticas do que políticas

Poucos políticos ampliaram seu poder de forma tão despercebida como Josef Stalin. No início de 1922, mal era conhecido na Rússia. Já nessa época, ocupava quatro cargos e estava em todos os principais grêmios do Partido Comunista. Vladimir Lenin, líder do governo revolucionário, criticava a lentidão do processo pós-revolucionário e sugeriu ao politburo a escolha de um secretário-geral para coordenar as atividades no partido. Stalin foi candidato único.

Suas responsabilidades no cargo eram mais burocráticas que políticas. Ele tinha que coordenar a organização de todo o aparato partidário. Os conhecidos e destacados bolcheviques da época viam nisso uma tarefa incômoda. Eleito no dia 3 de abril de 1922, Stalin foi incumbido de mediar os interesses entre a liderança do partido e os correligionários. No princípio, ninguém viu nele um concorrente ao poder.
Ambição subestimada

Todos se viam como grandes teóricos e pensadores. Não acreditavam que as ambições de Stalin os afetassem. Ele, entretanto, foi conquistando espaço, pouco a pouco, quase sem ser percebido. Dois meses depois da eleição de Stalin, Lenin sofreu seu primeiro derrame cerebral e o secretário-geral foi incumbido pelo partido de preparar uma nova Constituição, que ligasse mais a Federação das Repúblicas Socialistas a Moscou. O tratamento que deu aos povos não russos era severo. Na Geórgia, sua república de origem, ele não permitiu a manutenção de uma identidade própria.

Enfermo, Lenin ouvia apenas as versões passadas por Stalin. Depois de recuperado, entretanto, teve de ouvir as queixas dos habitantes da Geórgia. Até Leon Trotski, organizador e comandante-em-chefe do Exército Vermelho, acusou Stalin de bloquear o trabalho do partido. As dúvidas de Lenin quanto ao secretário-geral começaram a aumentar.
Enquanto se recuperava de um segundo derrame, sugeriu em seu testamento político que os companheiros encontrassem uma maneira de substituir Stalin por alguém mais tolerante, leal, cortês, atencioso e menos genioso.
Tarde demais
Lenin considerava o companheiro político muito perigoso e queria sugerir sua substituição no Congresso do Partido. Isso, entretanto, não chegou a acontecer, pois Lenin não se recuperou do quarto derrame, morrendo em 1924. Enquanto isso, Stalin ascendera para a segunda força política na Rússia, conseguindo eliminar seu principal crítico no partido, Leon Trotski.

Ao completar 50 anos, em 1929, Stalin havia conseguido fazer do cargo de secretário-geral a principal função política na União Soviética. Em 1941, pouco antes da invasão dos alemães, nomeou-se chefe do governo, assumindo oficialmente a liderança política.

1952: Stalin propõe reunificar Alemanha

No dia 10 de março de 1952, Josef Stalin, surpreendeu o Ocidente com uma sugestão de unificar a Alemanha, desde que esta não entrasse para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). (10.03.2007) 

"Hitler cego, Stalin aleijado": fotomontagem política nos anos 30

Museu Ludwig de Colônia expõe obras de John Heartfield, considerado pai da fotomontagem, e do dinamarquês Marinus, cuja identidade só foi revelada há poucos anos. Pela primeira vez, a obra de Marinus é vista na Alemanha. (26.08.2008) 

Autoria Ralf Geissler (rw)

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1921: Rebelião dos marinheiros de Kronstadt


No dia 2 de março de 1921, 300 representantes de estaleiros e marinheiros da cidade russa de Kronstadt, no Mar Báltico, elegeram um Comitê Revolucionário Provisório.

Trotski prometeu caçar revolucionários "como coelhos"

Os marinheiros da cidade portuária de Kronstadt, no Mar Báltico, haviam se rebelado no final de 1917. A frota bloqueara a foz do Rio Neva, quando o cruzador Aurora deu o sinal para começar a histórica Revolução de Outubro.

A historiadora alemã Jutta Petersdorf dedicou-se intensamente ao estudo da história russa. Ela conta que os marinheiros de Kronstadt desempenharam papel muito importante do começo ao fim da revolução. O próprio Leon Trotski reconheceu este fato.

Retrocesso na Rússia

O povo russo continuava sofrendo mesmo depois da queda dos czares. A União Soviética de então estava literalmente arrasada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e pela Guerra Civil (1918-1921). Fome e epidemias grassavam por toda parte, indústria e transportes estavam profundamente debilitados. Alguns setores apresentavam índices equivalentes aos de fins do século 18.

Havia greves, a agricultura estava paralisada, à espera de definições políticas, o descontentamento agitava a população urbana e provocava revoltas no campo. Protestos públicos eram punidos com prisão sumária.
Os comunistas governavam com mão de ferro. Quem parasse de trabalhar, podia ser condenado à morte. 

Esta efervescência provocou a insurreição dos marinheiros de Kronstadt contra os bolcheviques. No dia 2 de março de 1921, 300 representantes dos estaleiros daquela cidade portuária elegeram um Comitê Revolucionário Provisório. Os marinheiros entendiam-se responsáveis pelo regime, criticavam a inflação de poder do partido e queriam o retorno dos sovietes às suas origens.
"Somos invencíveis!"

Os sovietes eram os conselhos integrados por operários, camponeses e soldados. Eles apareceram pela primeira vez na Rússia em 1905. Com a revolução de 1917, passaram a ser órgão deliberativo no país. Mas Vladimir Lênin e Trotski viam nos amotinados apenas contrarrevolucionários, e não os apoiaram. Em 5 de março, Trotski enviou uma advertência aos rebelados para que encerrassem seu protesto. Caso contrário, "seriam caçados como coelhos".

Como os marinheiros mantiveram suas reivindicações, dois dias mais tarde começou a invasão de Kronstadt pelo Exército Vermelho. Protegidos como numa fortaleza, os amotinados conseguiram defender-se e enviaram a seguinte mensagem a 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

"Da Kronstadt libertada para todas as operárias do mundo: estamos aqui em meio aos estrondos dos canhões, em meio às granadas explodindo, jogadas pelos comunistas, inimigos do povo trabalhador! Mesmo assim, enviamos fraternas congratulações a vocês, operárias de todo o mundo. Saudações da Kronstadt vermelha rebelada, do império da liberdade. Que nossos inimigos se atrevam a nos destruir. Somos fortes. Somos invencíveis!"

Rápida derrota

A invencibilidade durou apenas dez dias. Com o apoio de voluntários que participavam da 10ª Convenção do Partido Comunista, as tropas russas conseguiram conquistar a fortaleza de Kronstadt em 18 de março de 1921.

Uma parte dos amotinados foi executada, outra enviada para prisões afastadas, nas temidas ilhas Solofki, no Mar Branco, ao norte da atual Federação Russa; 8 mil rebelados conseguiram fugir de Kronstadt pelas águas geladas do Mar Báltico. Estava debelado, assim, um dos primeiros movimentos políticos na União Soviética.

1940: Assassinato de Trotski no México

No dia 20 de agosto de 1940, o chefe de Estado soviético Josef Stálin se livrou de um inimigo incômodo. Um agente stalinista matou Leon Trotski, que vivia exilado no México. 
1918: Desapropriação da Igreja Ortodoxa russa

No dia 23 de janeiro de 1918, Lenin publicou um decreto que rompia com todas as ligações entre a Igreja Ortodoxa e o Estado. Os bens da Igreja foram desapropriados, o ensino de religião foi proibido. 

1922: Assinado o Tratado de Rapallo

Em 16 de abril de 1922, foi assinado o tratado entre a Alemanha e a União Soviética no balneário italiano Rapallo. 

1918: Atentado contra Lenin

No dia 30 de agosto de 1918, Vladimir Lenin, líder do Partido Comunista da Rússia, foi gravemente ferido por duas balas, mas sobreviveu. 

1917: Lênin retorna à Rússia

A 16 de abril de 1917, Lênin chegou de trem à Rússia, depois de obter licença para atravessar o território alemão. Em guerra com a Rússia, os alemães queriam desestabilizar o governo russo e apressar a assinatura da paz. 

Autoria Roselaine Wandscheer (av)

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1918: Atentado contra Lenin


No dia 30 de agosto de 1918, Vladimir Lenin, líder do Partido Comunista da Rússia, foi gravemente ferido por duas balas, mas sobreviveu.


Desde 7 de novembro de 1917, a Rússia era um país agitado, onde reinava o caos da guerra civil. Após o bem-sucedido golpe de Estado, Vladimir Ilitch Ulianov, apelidado Lenin, estava construindo um sistema ditatorial de governo, sob a liderança dos quadros do partido bolchevista. A oposição era reprimida de maneira radical.

Mas o entusiasmo estava arrefecendo. Além disso, reinava a guerra na Europa e parecia que os alemães iriam vencê-la também no Leste. Em 9 de fevereiro de 1918, foi assinado um tratado de paz entre a Ucrânia e a Alemanha. Aumentou a pressão sobre os bolchevistas, fazendo com que Lev Trotski, como chefe da delegação russa, anunciasse oficialmente a retirada do país da guerra, e interrompesse as negociações de paz, sem fechar um acordo.

Resistência no partido a acordo com a Alemanha

O Alto Comando do Exército alemão ordenou o prosseguimento da marcha militar em direção ao Leste. O novo governo russo, ainda instável, teve que capitular e aceitar as exigências alemãs. O tratado de paz de 3 de março, entre a Rússia e o Império Alemão, foi assinado por Lenin contra uma enorme resistência dentro do partido.

Os comunistas necessitavam de paz externa, a fim de poder impor internamente a sua sangrenta revolução. No dia 17 de julho, então, a família do czar foi eliminada, com a execução, em Lecaterinburgo, de todos os membros da casa real.

Mas apenas seis semanas mais tarde veio o grande choque para a revolução. Lenin, o líder do Partido Comunista da Rússia, tinha acabado de entrar no seu carro, após uma assembleia com os operários de uma fábrica de armamentos. Antes que o motorista pudesse dar a partida, foram disparados três tiros.

Dois deles acertaram o alvo: uma bala atingiu a omoplata esquerda, a segunda alojou-se diretamente no ombro esquerdo do líder. Lenin desmaiou e a polícia revolucionária prendeu imediatamente a suposta autora do atentado: Fanya Kaplan.

Dúvidas quanto à autoria do atentado

A anarquista ucraniana, de 30 anos de idade, havia sido condenada à pena perpétua de trabalhos forçados, em 1906, pelo atentado fracassado contra o governador da província. Ela fora anistiada após a Revolução de 1917. E acusada, pouco depois, dos disparos contra Lenin.

Trecho do protocolo do interrogatório pela polícia secreta, no dia 30 de agosto de 1918, às 23h30: "Eu me chamo Fanya Efimovna Kaplan, este é o nome sob o qual fui registrada como prisioneira do campo de trabalhos forçados de Acatua. Eu disparei hoje contra Lenin. Disparei contra ele por convicção própria. Disparei várias vezes, mas não sei quantas. Não contarei nenhum pormenor em relação à arma. Disparei contra Lenin porque o considero um traidor da Revolução e a sua existência irá destruir a crença no socialismo."

Foi uma declaração misteriosa, que ainda desperta dúvidas quanto ao papel de Kaplan no atentado contra Lenin. Pois ela parece ser apenas uma vítima voluntária. São muito estranhos os indícios que procuravam transformar a revolucionária numa assassina.

Não houve nenhuma testemunha que a tivesse visto realmente fazer os disparos. No ano de 1906, ela havia perdido inteiramente a visão, recuperando-a parcialmente seis anos depois. Mas era extremamente míope e, por isto, pouco adequada como assassina.

Dossiê médico trouxe a prova

Nas investigações feitas por Yurovski – o assassino do czar – no local do atentado contra Lenin, foram encontradas quatro cápsulas de bala, apesar de todas as testemunhas terem ouvido apenas três disparos. Também suscita desconfiança o fato de que Fanya Kaplan tenha confessado tão prontamente sua suposta culpa.
Prova cabal da sua inocência parece ser um dossiê médico do ano de 1922, quando foi retirada finalmente a bala do ombro de Lênin. Com toda certeza, o projétil não foi disparado de um revólver Browning, como o que a polícia secreta teria encontrado na bolsa de Fanya Kaplan e afirmava ser a arma do crime.

Assim, um outro boato foi espalhado desde então. O verdadeiro autor do atentado de 30 de agosto de 1918 contra Lenin teria sido um homem chamado Protopopov, chefe de uma unidade da Tcheka – a organização predecessora do serviço secreto KGB – e que estaria decepcionado com a revolução. Também ele teria sido preso no local do crime e executado no mesmo dia. Kaplan deveria acobertá-lo e, não sabendo da sua prisão, teria "confessado" o crime.

A Tcheka também fez processo sumário contra Kaplan. No dia 4 de setembro, ela foi executada por Pavel Malkov numa garagem. Cumprindo ordens superiores, seus restos mortais foram eliminados sem deixar vestígios.

Posteriormente, no terror da era de Stalin, bastava alguém ter o sobrenome Kaplan para que vivesse sob constante ameaça de morte. E ouvia sempre a mesma pergunta: "É parente da Kaplan?"

De qualquer forma, o dia 30 de agosto de 1918 ofereceu ao líder dos bolchevistas um pretexto bem-vindo para radicalizar ainda mais a caça a todos os seus adversários. Começou então o "terror vermelho". As vítimas foram principalmente os integrantes do Partido Social Revolucionário, que tinha obtido nas eleições um resultado muito melhor do que o Partido Comunista.

Lev Trotski descreveu assim a situação daquele momento: "Curiosamente, a revolução não foi estabilizada através de uma curta fase de tranqüilidade, mas sim através da ameaça do atentado".

1917: Lenin retorna à Rússia

Em 16 de abril de 1917, Lenin chega de trem à Rússia, depois de obter licença para atravessar o território alemão. Em guerra com a Rússia, os alemães queriam desestabilizar o governo russo e apressar a assinatura da paz. (16.04.2009) 

1918: Desapropriação da Igreja Ortodoxa russa

No dia 23 de janeiro de 1918, Lenin publicou um decreto que rompia com todas as ligações entre a Igreja Ortodoxa e o Estado. Os bens da Igreja foram desapropriados, o ensino de religião foi proibido. (23.01.2008) 

1922: Stalin se torna secretário-geral

No dia 3 de abril de 1922, Josef Stalin foi eleito secretário-geral do Partido Comunista pelo politburo em Moscou. (03.04.2009) 

1940: Assassinato de Trotski no México

No dia 20 de agosto de 1940, o chefe de Estado soviético, Josef Stálin, se livrou de um inimigo incômodo quando um agente stalinista matou Leon Trotski, que vivia exilado no México. (20.08.2010) 


Autoria Jens Teschke (am)

1940: Assassinato de Trotski no México


No dia 20 de agosto de 1940, o chefe de Estado soviético, Josef Stalin, se livrou de um inimigo incômodo quando um agente stalinista matou Leon Trotski, que vivia exilado no México.

Leon Trotski

"Piero" (a pena) era seu nome no exílio, Janowski foi sua autodenominação na fundação do primeiro Conselho Soviético, em 1905, mas era chamado também de "Jovem Águia". Trata-se de Leon Trotski (1879–1940), como ficou conhecido o revolucionário e teórico russo Lev Davidovitch Bronstein.
Nascido na Ucrânia, de uma família de agricultores judeus, foi um dos melhores alunos de Matemática, Literatura, Alemão e Francês em Odessa. Ainda como estudante, iniciou por acaso sua atividade contra o czarismo.

No verão europeu de 1896, cerca de 30 mil trabalhadores se rebelaram em São Petersburgo. A revolta não fora motivada pela frente de luta pela libertação da classe operária, recém-criada por Lênin e, sim, consequência da fome e da catastrófica situação social. Impressionado com as notícias sobre a greve e munido do idealismo de um jovem de 17 anos, Lev Bronstein fundou a Liga dos Trabalhadores do Sul da Rússia.

Estudantes e alunos escreviam panfletos, conclamações e pequenos textos de formação política para os trabalhadores. O serviço secreto do czar levou dois anos até descobrir as atividades subversivas da liga e prender o propagandista Bronstein em janeiro de 1898.

Difícil relação com Lênin

Deportado para a Sibéria, ele leu, pela primeira vez, no verão de 1902, um escrito de Lênin intitulado O que fazer?. Bronstein sabia o que tinha de fazer: fugir para o exílio. Escondido sob a palha numa carreta de agricultor, chegou a Irkutsk, onde amigos lhe arranjaram um passaporte falso, mudando seu nome para Leon Trotski – nome de um antigo carcereiro.

Seguiu-se o primeiro encontro com Lênin em outubro de 1902, sem que daí resultasse uma amizade entre os dois. Nos anos seguintes, eles oscilavam entre relações de conveniência e inimizades. Trotski era o mais inteligente e visionário dos dois revolucionários. Presidiu o primeiro soviete de Petrogrado até a derrota da primeira revolução contra a monarquia russa em dezembro de 1905.

Novamente deportado, fugiu da Sibéria em 1907 e passou os anos seguintes no exílio, tendo se refugiado também nos Estados Unidos. Voltou à Rússia em 1917, quando participou ativamente da organização da Revolução de Outubro.

Na noite em que completou 38 anos (7 de novembro), tropas de choque ocuparam estações de trem, pontes, o banco estatal e as principais repartições públicas de Petrogrado. Por volta do meio-dia, Trotski proclamou a destituição do governo, em nome do Comitê Revolucionário Militar.
Inimizade com Stalin

Foi uma revolução sem derramamento de sangue. O terror e a crueldade viriam mais tarde. Trotski tornou-se comissário das Relações Exteriores e assinou a paz com a Alemanha em Brest-Litovsk. Com a nomeação de ex-oficiais czaristas para o Exército Vermelho, provocou a fúria do comissário político superior da décima Armada, Josef Stalin, que passou a lutar sistematicamente contra ele, por meio de intrigas e rumores.

Trotski, por sua vez, culpou Stalin pela derrota da Rússia na guerra contra a Polônia em 1920. A partir de 1923, com o adoecimento de Lênin, organizou a oposição a Stalin. Após a morte de Lênin, em 1924, Stalin concentrou o poder em suas mãos e se vingou de Trotski, expulsando-o do Partido Comunista em 1927 e deportando-o para a Turquia em 1929.

No exílio, Trotski passou por vários países. Na França, foi informado do "suicídio" de sua segunda filha. Seus dois genros foram deportados para a Sibéria e seus quatro netos desapareceram.

Em 1937, chegou ao México, onde foi assassinado dia 20 de agosto de 1940 pelo agente stalinista Ramón del Rio Mercader, que havia conquistado a confiança da família com o pseudônimo Frank Jacson.

No Brasil, a fama de Trotski sofre devido ao sectarismo e dogmatismo de alguns grupos que reivindicam o trotskismo. O pensamento do teórico russo é polêmico e abrange as duas revoluções russas, o colapso da 2ª Internacional, a fundação da 3ª Internacional, as ascensões de Stalin na URSS e de Hitler na Alemanha, bem como a Revolução Espanhola.

1918: Atentado contra Lenin

No dia 30 de agosto de 1918, Vladimir Lenin, líder do Partido Comunista da Rússia, foi gravemente ferido por duas balas, mas acabou sobrevivendo. 

1922: Stalin se torna secretário-geral

No dia 3 de abril de 1922, Josef Stalin foi eleito secretário-geral do Partido Comunista pelo Politburo em Moscou. 

Autoria Jens Teschke (gh)


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Opinião: Por que é errado proibir a burca
Véu islâmico reflete uma imagem de mulher submissa ao homem: é um sintoma – assim como a exibição feminina na publicidade. Atual discussão sobre um pedaço de pano é inoportuna e supérflua, opina o jornalista Martin Muno.
Martin Muno é jornalista da DW
Meados de 2016: a cidade síria de Aleppo se apresenta como o inferno na Terra, no Mar Mediterrâneo os refugiados continuam morrendo afogados, a política de juros baixos esvazia as pensões alemãs. E sobre o que a Alemanha discute? Sobre um pedaço de pano!
Este país não precisa de uma proibição da burca. Para começar, o termo já é errado, pois a burca – vestimenta que cobre, além do corpo, também todo o rosto com uma espécie de grade de pano – não é usada na Alemanha. Existem, sim, mulheres que trajam um niqab – a túnica que cobre todo o corpo, só deixando uma pequena fresta para os olhos –, mas seu número é ínfimo.
Para que não haja dúvida: burca, niqab e xador são a expressão repressiva de uma imagem reacionária de mulher, que dá ao homem o total direito de dispor do corpo feminino. Mas essas peças só são o sintoma, e o velamento compulsório é apenas um lado dessa imagem. Pois a exibição ostensiva do corpo feminino sexualizado em público – por exemplo, na publicidade – também reflete a mesma distorção.
Por isso precisamos lutar apaixonadamente por uma sociedade em que esse direito de dispor dê lugar a um direito de autodeterminação da mulher. Concretamente isso significa, neste caso: cada mulher deve poder decidir por si o que veste.
Os recém divulgados planos dos secretários alemães do Interior dos partidos conservadores cristãos CDU e CSU são também uma demonstração de desamparo político: não se trata de uma proibição generalizada da burca, mas de uma parcial – ao volante dos automóveis ou no serviço público. Francamente: qual mulher que usa um véu islâmico tem permissão para dirigir ou para exercer uma profissão?
Também aqui se confundem sintoma e causa do problema, visando o impacto público e – às vésperas das eleições legislativas estaduais – com um viés populista, voltado para os adeptos do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) e do movimento Pegida (sigla em alemão para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente"), ambos de ultradireita.
Pois nós, alemães, temos de fato um problema: se não conseguirmos que nossa forma de sociedade, ocidental e liberal, seja mais atraente do que uma autoritária; se já chegamos ao ponto de regulamentar por lei o porte de certas peças de vestuário, então já perdemos a batalha das opiniões.
A grande promessa de que todos podem almejar à felicidade, independentemente de origem, gênero, cor da pele ou orientação sexual, é central para a nossa sociedade. Ela deve ser um farol, não uma barricada.

Data 19.08.2016

Autoria Martin Muno

La perspectiva Nevski




Nicolai Gogol

No hay nada mejor, por lo menos para Petersburgo, que la perspectiva Nevski1. Ella allí lo significa todo. ¡Con qué esplendor refulge esta calle, ornato de nuestra capital!… Yo sé que ni el más mísero de sus habitantes cambiaría por todos los bienes del mundo la perspectiva Nevski… No sólo el hombre de veinticinco años, de magníficos bigotes y levita maravillosamente confeccionada, sino también aquel de cuya barbilla surgen pelos blancos y cuya cabeza está tan pulida como una fuente de plata, se siente entusiasmado de la perspectiva Nevski. ¡En cuanto a las damas!… ¡Oh!… Para las damas, la perspectiva Nevski es todavía más agradable. ¿Y para quién no es ésta agradable?… Apenas entra uno en ella percibe olor a paseo. Aunque vaya uno preocupado por algún asunto importante e indispensable, es seguro que al llegar a ella se olvidan todos los asuntos.

Éste es el único lugar donde la gente se exhibe, sin sentirse acuciada por la necesidad o el interés comercial que abraza a todo Petersburgo. Diríase que el hombre que se encuentra en la perspectiva Nevski es menos egoísta que el de Morskaia, Gorojovaia, Liteinaia, Meschanskaia y demás calles, en las que la avaricia, el afán de lucro y la necesidad aparecen impresos en los rostros de los peatones y de los que la atraviesan al vuelo de sus berlinas u otros carruajes. La perspectiva Nevski es la principal vía de comunicación de Petersburgo; aquí el habitante del distrito de Petersburgski o de Viborgski, que desde hace años no visitaba a su amigo residente en Peski o en Moskovskaia Sastava, puede estar seguro de que lo encontrará sin falta. Ninguna guía ciudadana ni ninguna oficina de información podrían suministrar noticias tan exactas como puede hacerlo la perspectiva Nevski. ¡Oh, todopoderosa perspectiva Nevski!… ¡Única distracción del humilde en su paseo por Petersburgo! ¡Con qué pulcritud están barridas sus aceras y…, Dios mío…, cuántos pies han dejado en ellas sus huellas! La torpe bota del soldado retirado, bajo cuyo peso parece agrietarse el mismo granito; el zapatito diminuto y ligero como el humo de la joven dama, que vuelve su cabecita hacia los resplandecientes escaparates de los almacenes, como el girasol hacia el sol; el retumbante sable del teniente lleno de esperanzas que las araña al pasar…, ¡todo deja impreso sobre ellas el poder de su fuerza o de su debilidad! ¡Cuánta rápida fantasmagoría se forma en ellas tan sólo en el transcurso de un día! ¡Qué cambios sufren en veinticuatro horas!

Empecemos a considerarlas desde las primeras horas de la mañana, cuando todo Petersburgo huele a panes calientes y recién hechos, y está lleno de viejas con vestidos rotos y envueltas en capas, que asaltan primeramente las iglesias y después a los transeúntes compasivos. A esta hora la perspectiva Nevski está vacía: los robustos propietarios de los almacenes y sus comisionistas duermen todavía dentro de sus camisas de holanda o enjabonan sus nobles mejillas y beben su café; los mendigos se agolpan a las puertas de las confiterías, donde el adormilado Ganimedes que ayer volaba como una mosca portador del chocolate, ahora, sin corbata y con la escoba en la mano, barre, arrojándoles secos pirogi y otros restos de comida. Por las calles circula gente trabajadora; a veces, también mujiks rusos dirigiéndose apresurados a sus tareas y con las botas tan manchadas de cal, que ni siquiera toda el agua del canal de Ekaterininski, famoso por su limpieza, hubiera bastado para limpiarlas. A esta hora no es prudente que salgan las damas, pues al pueblo ruso le agrada usar tales expresiones, como seguramente no habrán oído nunca ni en el teatro. A veces, un adormilado funcionario la atraviesa con su cartera bajo el brazo, si se da el caso de que su camino al Ministerio pase por la perspectiva Nevski.

Decididamente, puede decirse que a esta hora, o sea hasta las doce del mediodía, la perspectiva Nevski no constituye objetivo para nadie, y sirve solamente como medio: poco a poco va llenándose de personas que por sus ocupaciones, preocupaciones y enojos no piensan para nada en ella. El mujik ruso habla de la grivna o de los siete groschi; los viejos y las viejas agitan las manos o hablan consigo mismos, a veces entre fuertes gesticulaciones; pero nadie los escucha ni se ríe de ellos, con excepción acaso de los muchachuelos de abigarradas batas que, llevando en las manos pares de zapatos o botellas vacías, corren por la perspectiva Nevski. A esta hora, aunque se hubiera usted puesto en la cabeza un cucurucho en lugar de un sombrero, aunque su cuello sobresaliera demasiado sobre su corbata, puede estar bien seguro de que nadie se fijará en ello.

A las doce, en la perspectiva Nevski hacen invasión los preceptores de todas las naciones, acompañados de sus discípulos, que lucen cuellos de batista. Los Jones ingleses y los Coco franceses llevan colgados del brazo a los alumnos que les han sido confiados, y con la conveniente respetabilidad explican a éstos que los rótulos que se encuentran sobre las tiendas están allí colocados para que pueda saberse lo que se contiene en dichas tiendas. Las institutrices, pálidas misses rosadas eslavas, caminan majestuosamente tras sus ligeras y movibles muchachas, ordenándoles que levanten un poco más el hombro y se enderecen.

Para abreviar: a esta hora la perspectiva Nevski es una perspectiva Nevski pedagógica. Sin embargo, cuanto más se acercan las dos de la tarde, más disminuye el número de preceptores, pedagogos y niños. Éstos han sido desplazados de allí por sus tiernos padres, que pasan llevando del brazo a las compañeras de sus vidas, de nervios débiles y vestidas de abigarrados colores. Poco a poco, a su compañía se unen todos aquellos que han terminado sus bastante importantes ocupaciones caseras, tales como, por ejemplo, los que han consultado al médico sobre el tiempo o sobre el pequeño grano salido en la nariz, los que se han informado de la salud de los caballos y de sus hijos (que, dicho sea de paso, muestran grandes capacidades), los que han leído los carteles y un artículo importante en los periódicos sobre los que llegan y los que se van, y, por último, los que han bebido su taza de café o de té; a éstos se unen también aquellos a quienes el destino, envidioso, deparara la bendita categoría de “funcionario” encargado de importantes asuntos: se unen los que, empleados en el Ministerio del Exterior, destacan por la nobleza de sus ocupaciones y costumbres. ¡Dios mío! ¡Qué empleos y servicios tan maravillosos existen!… ¡Cuánto elevan y regocijan el alma! Pero…, ¡ay de mí!… Yo, por no estar empleado, he de privarme del gusto que me proporcionaría el fino comportamiento de los superiores…

Todo lo que encuentre usted en la perspectiva Nevski está impregnado de conveniencia. Los caballeros de largas levitas y manos metidas en los bolsillos; las damas de redingotes de raso blanco, rosa, azul pálido y sombrero. Aquí encontrará usted patillas únicas, a las que se deja pasar con extraordinario, con asombroso arte, bajo la corbata. Patillas de terciopelo, de raso, negras como el carbón, pero, ¡ay!, pertenecientes tan sólo a los miembros del Ministerio del Exterior. A los empleados de otros departamentos el destino les ha negado esas negras patillas, y con enorme disgusto se ven obligados a llevarlas de color rojizo.

Aquí encontrará usted maravillosos bigotes. Ninguna pluma, ningún pincel puede describirlos. Bigotes a cuyo cuidado se ha dedicado la mejor mitad de la vida, que son objeto de largas atenciones durante el día y durante la noche; bigotes sobre los que fueron vertidos exquisitos perfumes, aromas y las más raras y costosas pomadas de todas clases; bigotes que se envuelven por la noche en el más fino papel; bigotes a los que va dirigido el afecto más conmovedor de sus poseedores y que despiertan la envidia de los transeúntes.

Sombreros, vestidos, pañuelos multicolores y vaporosos, que a veces hasta dos días seguidos han logrado la preferencia de sus propietarias, podrían con sus mil clases diversas deslumbrar a cualquiera en la perspectiva Nevski.

Se diría que todo un mar de maripositas desprendiéndose de los largos tallos se eleva de repente, agitándose cual resplandeciente nube, sobre los negros escarabajos del sexo masculino. Aquí encontrará usted cinturas tales como nunca las habrá soñado: finitas, estrechitas; talles no más gruesos que el cuellecito de una botella, y al encontrarse con ellos se apartará usted con respeto, para evitar el poder tropezarlas por descuido con un codo descortés. De su corazón se apoderarán entonces la timidez y el miedo de quebrar con la desconsiderada respiración tan maravillosa obra de la naturaleza y el arte. Y ¡qué mangas de señora verá usted en la perspectiva Nevski!… ¡Ay, qué maravilla! Se asemejan un poco a dos globos de oxígeno, hasta el punto de que la dama podría elevarse en el aire si el hombre no la sujetara; porque alzar una dama en el aire resulta igual de fácil y agradable que llevarse a los labios una copa llena de champaña.

En ningún sitio, al encontrarse, se saludan las gentes con tanta nobleza y desembarazo como en la perspectiva Nevski. Aquí encontrará usted la sonrisa única, la sonrisa que es una obra maestra; a veces tal, que, por el contrario, se verá usted más bajo que la misma hierba, y a veces tal, que se sentirá más alto que el pararrayos del Almirantazgo y levantará orgulloso la cabeza. Aquí encontrará usted a los que conversan sobre el tiempo o el último concierto con una extraordinaria nobleza y el sentido de su propia dignidad. Aquí encontrará usted millares de caracteres incomprensibles y fenómenos. ¡Oh, Creador!… ¡Qué caracteres tan extraños encuentra uno en la perspectiva Nevski! Hay allí infinidad de gentes que al ver a usted le mirarán irremisiblemente a los zapatos, y si usted pasa sin detenerse, se volverán de fijo para mirarle a los faldones.

Todavía no he podido comprender por qué ocurre esto. Al principio pensé que se trataría de zapateros; pero luego resultó que no era así. La mayor parte estaban empleados en diversos departamentos; muchos de ellos podrían escribir de una manera perfecta una comunicación y dirigirla de un departamento oficial a otro, o pasearse o leer periódicos en las confiterías… O sea, que la mayor parte son gente como es debido.

En esta bendita hora de las dos a las tres de la tarde (que puede calificarse de capital movible de la perspectiva Nevski) tiene lugar la principal exposición de las mejores obras del hombre. El uno exhibe una elegante levita guarnecida del mejor castor; otro, una maravillosa nariz griega; el tercero usa unas magníficas patillas; la cuarta un par de bellos ojos y un asombroso sombrerito; el quinto, una sortija con talismán pasada al elegante meñique; la sexta, un piececito dentro de un encantador y diminuto zapato; el séptimo, una corbata que despierta la curiosidad, y el octavo, unos bigotes que sumergen en asombro. Pero… dan las tres y la exposición se termina y la muchedumbre disminuye… A las tres sobreviene un nuevo cambio.

En la perspectiva Nevski, de repente, se hace la primavera; toda ella se cubre de funcionarios de uniformes verdes. Hambrientos consejeros titulares de Corte y de otras clases emplean todas sus fuerzas en acelerar su paso. Los funcionarios jóvenes y los secretarios se apresuran a aprovechar un poco más el tiempo y a pasear por la perspectiva Nevski con un porte que no demuestra que se han pasado seis horas seguidas sentados en una oficina del Estado; pero los viejos secretarios y consejeros titulares de la Corte caminan de prisa y con la cabeza baja. No tienen tiempo de ocuparse en la contemplación de los transeúntes. No se sienten todavía liberados de sus preocupaciones. En sus cabezas hay un enredo y todo un archivo de asuntos empezados y sin terminar; ha de pasar mucho tiempo hasta que dejen de ver, en lugar de un anuncio, la carpeta llena de papeles o el rostro carnoso del jefe de la cancillería.

A partir de las cuatro la perspectiva Nevski queda vacía, y será raro que encuentre usted en ella un solo funcionario. Alguna costurerilla que, saliendo de la tienda, corre con la caja entre las manos por la perspectiva Nevski; alguna lastimosa víctima de la prodigalidad, vestida con un mísero capote; algún bobalicón a quien se encuentra de paso y para el cual las horas son iguales; alguna alta y larguísima inglesa con el ridicule y el libro entre las manos; algún cobrador, el ruso de levita de mezcla de algodón (cuya cintura descansa en mitad de la espalda) y de delgada barba, que vive una vida prendida con alfileres, en la que todo se tambalea -la espalda, los brazos, los pies y la cabeza- cuando respetuosamente circula por la acera; algún artesano… y a nadie más encontrará usted en la perspectiva Nevski.

Pero tan pronto como desciende el crepúsculo sobre las casas y las calles, y el farolero cubierto de esparto se sube en su escalera para encender los faroles, y a las vitrinas de los escaparates se asoman aquellas estampas que no se atrevían a asomarse durante el día…, entonces la perspectiva Nevski vive de nuevo y empieza a moverse. Ha llegado la hora misteriosa en la que las lámparas prestan a todo una sugestiva y maravillosa luz. Encontrará usted a muchos jóvenes, solteros en su mayor parte, vestidos de levita y cubiertos con un capote. A esta hora se percibe que las gentes persiguen un fin o al menos algo parecido a un fin, un algo excesivamente inconsciente; los pasos se hacen más rápidos y desiguales, las largas sombras se deslizan raudas por las paredes y el suelo de la calle y casi alcanzan con sus cabezas el puente Politzeiski. Los jóvenes funcionarios y secretarios pasean durante largo rato, pero los viejos consejeros titulares y de Corte se quedan en su mayoría en casa, bien porque sean casados o porque sus cocineras alemanas les preparan muy bien la comida. Aquí encontrará usted a los viejos respetables que con tan importante aire y asombrosa nobleza paseaban a las dos por la perspectiva Nevski. Les verá usted correr, lo mismo que a los jóvenes secretarios, con objeto de mirar bajo el sombrero de alguna de esas damas, cuyos gruesos labios y maquilladas mejillas tanto gustan a muchos de los paseantes y aún más a los cobradores y comerciantes que, vestidos siempre de levita al estilo alemán, circulan en tropel y cogidos generalmente del brazo.

-¡Para! -gritó en este momento el teniente Piragov, dando un tirón al joven vestido de frac y cubierto con una capa que marchaba a su lado-. ¿Has visto?

-He visto. ¡Maravillosa! Es enteramente la Biancca de Peruggini.

-Pero ¿de quién estás hablando?

-¡Pues de ella! ¡De aquella de pelo oscuro!… ¡Qué ojos!… ¡Dios mío, qué ojos!… ¡Todo!… ¡El contorno! ¡El óvalo del rostro! ¡Es un milagro!

-Te estoy hablando de la rubia. De la que pasó tras ella por aquel lado… ¿Por qué no sigues a la morena si te ha gustado tanto?

-¡Oh!… ¿Cómo hacerlo?… -exclamó el joven vestido de frac, ruborizado. ¡Como si fuera una de esas que pasan por el atardecer por la perspectiva Nevski!… ¡Debe de ser una dama muy principal! Solamente su capa debe de valer por lo menos 80 rublos.

-¡Bobo!… -dijo con viveza Piragov, empujándolo con fuerza hacia el punto en donde flotaba la capa de alegre colorido. ¡Anda, pánfilo, que se te va a escapar! Yo, mientras tanto, iré tras la rubia.

Y ambos amigos se separaron.

“¡Ya las conocemos a todas!”, pensó para sí Piragov con una sonrisa complacida y vanidosa, convencido de que no existía belleza que pudiera resistírsele.

El joven del frac y la capa se dirigió con tímido paso hacia el punto en que ondeaba a lo lejos la capa de vivos colores, que tan pronto brillaba a la luz del farol, al pasar junto a éste, como se cubría inmediatamente de oscuridad al alejarse. El corazón le latía en el pecho, y sin querer apresuraba el paso. No se atrevía siquiera a pensar que pudiera tener algún derecho a la atención de la belleza que se le escapaba volando a lo lejos, cuanto menos a dar cabida en su pensamiento a la negra alusión del teniente Piragov. Sólo quería ver la casa…, fijarse en dónde tenía la vivienda aquella encantadora criatura, que parecía haber caído directamente del cielo a la perspectiva Nevski, y que seguramente desaparecería no se sabría por dónde. Marchaba tan de prisa, que empujaba sin cesar fuera de la acera a los respetables señores de canosas patillas.

Este joven pertenecía a una clase que entre nosotros constituye un fenómeno bastante raro, y que tanto podía pertenecer a la ciudad de Petersburgo como la persona que vemos en sueños al mundo real. Esta casta excepcional era muy extraordinaria en aquella ciudad, donde todos eran funcionarios, comerciantes o artesanos alemanes. Era pintor. ¿No es verdad que era aquél un extraño fenómeno? ¡Un pintor de Petersburgo! ¡Pintor en la tierra de las nieves! ¡Pintor en el país de los finlandeses…, donde todo es húmedo, liso, llano, pálido, gris y embrumado! Estos pintores no se parecen a los pintores italianos, orgullosos, ardientes como Italia y su cielo. Por el contrario, son en su mayor parte gente buena, tímida, que se turba fácilmente, despreocupada, apegada calladamente a su arte, que bebe té junto a sus dos amigos en su pequeña habitación, que habla modestamente del tema querido y no piensa en nada superfluo. Acostumbra llevar a su casa a alguna mendiga vieja y la obliga a permanecer allí durante seis horas con objeto de plasmar después sobre el lienzo su expresión lastimera sin sentimiento. Dibuja la perspectiva de su habitación, llena de fruslerías artísticas: brazos y pies de escayola, que el polvo y el tiempo han tornado del color del café; rotos y pintorescos caballetes, la paleta volcada, el amigo que toca la guitarra, las paredes manchadas de pintura, la ventana abierta, a través de la cual se ve pasar el pálido Neva y los pobres pescadores vestidos con camisas rojas. El colorido de sus obras suele ser gris y turbio, como si llevara impreso el sello del Norte.

Además, se aplican a su trabajo con verdadero deleite. Frecuentemente esconden dentro de sí verdadero talento, y si sobre ellos hubiera soplado el fresco viento de Italia, seguramente ese talento se hubiese desarrollado con la misma brillantez y libertad que la planta sacada de la habitación al aire libre. Por lo general son muy tímidos: la vista de una condecoración o de unas gruesas charreteras produce en ellos tal azoramiento, que sin querer rebajan al punto el precio de sus creaciones. Gustan a veces de elegantizarse; pero esta elegancia resulta en ellos demasiado chillona, y se asemeja un poco a un remiendo. Los verá usted a veces vestidos con un magnífico frac y una capa manchada, con un rico chaleco de terciopelo y una levita sucia de pintura, del mismo modo que verá usted la cabecita de ninfa dibujada en el fondo de la obra realizada anteriormente con deleite, si no se ha encontrado sitio mejor donde dibujarla. Nunca lo mirará directamente a los ojos, y si lo hace será de un modo vago; no lo penetrará con la mirada del observador o con aquella de águila del oficial de Caballería.

Esto sucede porque al mismo tiempo que sus rasgos está contemplando los rasgos de algún Hércules que se encuentra en su habitación o porque se está representando ante él el cuadro que se propone crear. Por eso, a menudo contesta de una manera descosida y a veces hasta incoherente, ya que todas las ideas que se mezclan en su cabeza aumentan su timidez. A esta clase pertenecía el joven pintor Peskarev, tímido y fácilmente azorado, pero cuya alma estaba llena de chispas de sentimiento dispuestas a convertirse en llama. Con oculto temblor se apresuraba hacia aquel objeto de su atención que tanto lo había asombrado, pareciendo extrañarse él mismo de su atrevimiento. La criatura desconocida que se había apoderado de sus pensamientos y de sus sentimientos volvió de repente la cabeza y lo miró. ¡Dios mío!… ¡Qué rasgos prodigiosos!… La maravillosa frente, de una blancura cegadora, estaba sombreada por el magnífico cabello. Una parte de los maravillosos bucles caía bajo el sombrero y rozaba la mejilla, teñida de un fresco y fino rubor producido por el frío nocturno. La boca parecía cerrarse sobre un enjambre de maravillosos ensueños. ¡Todos cuantos recuerdos conservamos de la niñez, todo cuanto nos conduce al ensueño o a la callada inspiración -como nos conduce la lamparita ante la imagen-, todo parecía unirse y reflejarse en su armoniosa boca! Miró a Peskarev, y el corazón de éste latió bajo aquella mirada. Lo miraba y un sentimiento de indignación se traslucía en su mirada por verse objeto de aquella persecución tan descarada; pero aun el mismo enfado era encantador en aquel rostro maravilloso.

Lleno de vergüenza y timidez, se detuvo él, bajando la cabeza; pero… ¿cómo perder de vista a esta divinidad sin saber siquiera dónde se hospedaba? Tales pensamientos llenaban la cabeza del joven soñador, que decidió seguirla. Sin embargo, para no hacerlo notar dejó aumentar la distancia que los separaba, mirando al parecer distraídamente a los anuncios, pero sin perder de vista ni un solo paso de la desconocida. Los transeúntes eran más escasos; la calle se hacía más tranquila; la bella volvió la cabeza, y a él le pareció que una ligera sonrisa brillaba en sus labios. Todo su organismo tembló, sin poder dar crédito a sus ojos. No. Era sin duda la linterna, que con su engañadora luz había hecho expresar a su rostro aquella especie de sonrisa. No. Eran sus propios ensueños los que se reían de él. Sin embargo, la respiración se detuvo en su pecho; todo latía en su interior; todos sus sentimientos ardían, y todo ante él se cubrió de una bruma. La acera pasaba volando bajo sus pies; las berlinas, con sus caballos al galope, parecían estar inmóviles; el puente se estiraba y se partía por el centro de su arco; las casas estaban invertidas; la garita le salía al encuentro, cayendo sobre él, y la alabarda del guardia, mezclada a las palabras y las tijeras dibujadas en oro, parecían brillar en las mismas pestañas de sus ojos. Todo esto lo había producido una mirada, el girar de la linda cabecita. Sin oír, sin ver, pasaba volando sobre las maravillosas huellas de aquellos piececitos, esforzándose en contener la rapidez de su paso, que marchaba al mismo ritmo que su corazón. A veces se apoderaba de él la duda. ¿Era verdad que la expresión de su rostro había sido benévola?… Entonces se detenía un momento; pero el latido de su corazón y la invencible fuerza e inquietud de todos sus sentimientos lo impulsaban hacia adelante. Ni siquiera se fijó en que, de repente, una casa de cuatro pisos se elevaba ante él. Sus cuatro brillantes filas de ventanas lo miraron todas a un tiempo, y la verja de la entrada le propinó su empujón de hierro. Vio volar a la desconocida escalera arriba, la vio volverse, llevarse un dedo a los labios y hacerle seña de seguirla. Sus rodillas temblaban, ardían sus pensamientos y sentimientos, un relámpago de alegría penetró con insoportable agudeza en su corazón. No. ¡Esto ya no era ensueño! ¡Dios mío! ¡Cuánta dicha en un instante! ¡Qué vida tan maravillosa en sólo dos minutos!

Sin embargo…, ¿no sería un sueño todo esto? ¿Era posible que aquella por cuya celestial mirada estaría dispuesto a dar toda su vida, y respecto de la cual comunicaba una dicha acercarse tan sólo a su vivienda, fuera ahora tan atenta y benévola con él? Subió volando la escalera. No lo dominaba ningún pensamiento terreno; no se sentía excitado por la llama de la pasión terrena. No. En aquel minuto era limpio y puro, como el adolescente virgen que experimenta todavía la necesidad del amor espiritual. Lo que en un hombre vicioso hubiera despertado atrevidos pensamientos hacía los suyos aún más elevados.

Esta confianza otorgada por la débil y maravillosa criatura le imponía la promesa de austeridad del caballero. La promesa de cumplir como un esclavo todas sus órdenes. Deseaba únicamente que aquellas órdenes fueran las más difíciles e irrealizables para volar con mayor esfuerzo a su conquista. No dudó por un momento de que algún misterioso y al mismo tiempo importante suceso obligaba a la desconocida a hacerlo objeto de su confianza, de que le exigiría servicios de mucho interés, y sentía ya dentro de sí fuerza y decisión para todo.

La escalera ascendía, y con ella ascendían también sus fugaces ensueños.

-Vaya usted con cuidado -sonó la voz, cual un arpa, llenando nuevamente de temblor todas sus venas.

En la sombría altura del cuarto piso la desconocida golpeó en la puerta, que se abrió, y ambos entraron. Una mujer de exterior bastante agradable, llevando una vela en la mano, les salió al encuentro; pero miró a Peskarev de una manera tan extraña y descarada, que éste, sin querer, bajó los ojos. Entraron en la habitación. Tres figuras femeninas en distintos rincones se ofrecieron a sus ojos. Una de ellas hacía solitarios, otra estaba sentada ante el piano y tocaba con dos dedos una especie de lastimera y antigua polonesa, mientras la tercera, sentada ante el espejo, peinaba sus largos cabellos sin pensar en interrumpir su toilette por la entrada de una persona desconocida. El desagradable desorden que sólo se encuentra en la vivienda del solterón reinaba por doquier. Los muebles, bastante buenos, estaban cubiertos de polvo; la araña había llenado con su tela el friso tallado; por la puerta entreabierta de la habitación se veía brillar la bota guarnecida de espuela y el color rojo del uniforme, mientras una fuerte voz masculina y una risa femenina se dejaban oír sin ningún recato.

¡Dios mío!… ¡Dónde ha venido a caer!… Al principio no quería creerlo, y se puso a examinar con atención los objetos que llenaban la habitación; pero las paredes vacías y las ventanas sin visillos no revelaban la presencia de ningún ama de casa cuidadosa; los rostros gastados de estas lastimosas criaturas, una de las cuales vino a sentarse ante su misma nariz, mirándolo con la misma tranquilidad con que se mira una mancha en el vestido ajeno…, todo le confirmaba que había penetrado en el asqueroso cobijo donde tiene su morada el lastimoso vicio producto de la vana instrucción y de la terrible abundancia de gente de la capital, cobijo donde el hombre pisotea y se ríe de todo lo limpio y sagrado que adorna la vida; donde la mujer, esta gala del mundo, aureola de la creación, se transforma en un ser extraño y ambiguo, que al mismo tiempo que la pureza del alma perdió toda su feminidad, adquiriendo los repugnantes ademanes y el descaro del hombre y cesando de ser aquella débil criatura tan distinta de nosotros, pero tan maravillosa.

Peskarev la miraba con ojos asustados de pies a cabeza, como queriendo asegurarse de que era la misma que lo había hechizado, haciéndolo seguirla por la perspectiva Nevski. Ella, sin embargo, aparecía ante él igualmente bella. Su cabello era igual de maravilloso, y sus ojos continuaban pareciendo celestiales. Su frescura era radiante, tenía sólo diecisiete años y se veía que el temible vicio había hecho su presa en ella desde hacía poco tiempo, y que aún no se atrevía a rozar sus mejillas, frescas y ligeramente sombreadas de fino rubor. Era maravillosa. Peskarev permanecía inmóvil ante ella y ya dispuesto a olvidarse de todo, como se olvidaba antes; pero la bella, aburrida de tan largo silencio, le sonrió de una manera significativa mirándolo a los ojos. Esta sonrisa estaba impregnada de cierto lastimoso descaro. Era tan extraña a su rostro y le iba tan mal como la expresión beatífica al del usurero o el libro de contabilidad al poeta. Él se estremeció. Se abrió la linda boca y comenzó a decir algo, pero necio y trivial… Se veía que al hombre, al perder la pureza, le abandona también la inteligencia. No quiso escuchar nada. Se produjo de una manera risible y con la sencillez de una criatura. En vez de aprovechar tal benevolencia, en vez de alegrarse de esta ocasión, como lo hubiera hecho sin duda cualquier otro en su lugar, echó a correr como un cordero salvaje hacia la calle.

Con la cabeza baja y los brazos caídos permaneció sentado en su habitación, como el pobre que después de encontrar una perla sin precio la ha dejado caer al mar.

¡Tan bella! ¡Unos rasgos tan maravillosos…, y en qué lugar se encuentra!, era todo lo que se sentía capaz de articular.

Nunca, en efecto, se apodera tanto de nosotros la piedad como ante la vista de la belleza alcanzada por la respiración podrida del vicio. ¡Si fuera, al menos, la fealdad la que girara con él!… ¡Pero la belleza!… ¡La tierna belleza!… En nuestro pensamiento sólo puede unirse con la pureza y la limpidez. La bella que había hechizado al infeliz Peskarev era ciertamente un maravilloso y extraordinario fenómeno. Su presencia en aquel despreciable ambiente resultaba aún más extraordinaria. Todas sus facciones estaban dibujadas con tal nitidez, toda la expresión de su maravilloso rostro respiraba tal dignidad, que de ninguna manera podía creerse que el vicio hubiera dejado caer sobre ella sus terribles garras. Hubiera constituido una perla sin precio, el universo entero, el paraíso, la riqueza toda de un apasionado esposo, hubiera sido una prodigiosa y plácida estrella dentro de un círculo familiar, y un movimiento de su maravillosa boca hubiera bastado a dispensar dulces órdenes, hubiera aparecido como una diosa entre la muchedumbre de un salón, deslizándose sobre el claro parquet iluminado por el resplandor de las velas, recogiendo la callada devoción de la multitud de admiradores rendidos a sus pies… Pero, ¡ay!, por la voluntad terrible del espíritu infernal que desea destruir la armonía de la vida, había sido arrojada con risa grotesca en el abismo…

Destrozado de piedad se hallaba sentado ante la vela encendida; hacía tiempo que había pasado la medianoche, y cuando la campana de la torre dio las doce y media continuaba sentado, inmóvil, inactivo y desvelado. La somnolencia, aprovechando su quietud, comenzaba cautelosamente a apoderarse de él; ya la habitación empezaba a desaparecer; tan sólo la llama de la vela traslucía a través de los sueños, venciéndolo, cuando de repente un golpe en la puerta lo hizo estremecerse y lo obligó a recobrarse. La puerta se abrió, dando paso a un lacayo vestido de rica librea2. Jamás había entrado una rica librea en su solitaria habitación y menos aún a hora tan extraordinaria. Se quedó asombrado y mirando con impaciente curiosidad al recién llegado lacayo.

-La señora en cuya casa -dijo con un respetuoso saludo el lacayo- hace unas horas tenía usted la amabilidad de encontrarse, me ordena que le ruegue que vaya a visitarla y le envía su berlina3.

Peskarev estaba callado y sorprendido. “Berlina…, lacayo de librea… ¡No! Aquí hay seguramente una confusión…”, pensó.

-Escuche, amigo -pronunció con timidez-: usted seguramente se ha equivocado de lugar. Seguramente la señora ha enviado a buscar a algún otro que no soy yo.

-No, señor; no me he equivocado. ¿No fue usted quien tuvo la amabilidad de acompañar a la señora a pie hasta la casa de la calle Leteinaia, habitación del cuarto piso?

-Sí. Fui yo.

-¡Entonces!… Dese prisa, por favor. La señora desea verle sin falta y le pide que vaya directamente a su casa.

Peskarev bajó corriendo la escalera. En efecto, en la calle había una berlina. Se sentó en ella, se cerraron las portezuelas, las piedras de la calle resonaron bajo las ruedas y los cascos, y la perspectiva de las casas, iluminadas con brillantes anuncios, pasó volando ante las ventanillas de la berlina. Peskarev reflexionaba durante el camino, sin saber cómo explicarse esta aventura. “Casa propia, berlina, lacayo de rica librea…” No podía relacionar nada de esto con la habitación del cuarto piso, las ventanas empolvadas y el piano abierto. La berlina se detuvo ante una entrada brillantemente alumbrada, asombrándole de súbito la fila de carruajes, las voces de los cocheros, las ventanas resplandecientes y el sonido de la música que llegaba hasta él. El lacayo de la rica librea lo ayudó a bajar de la berlina, acompañándolo en actitud respetuosa hasta el vestíbulo, provisto de columnas de mármol, en el que se encontraba un portero con uniforme guarnecido de oro, y se veían capas y pellizas diseminadas por diversos lugares, así como una brillante lámpara.

Una airosa escalera de refulgentes barandillas e impregnada de aromas conducía al piso superior. Ya estaba sobre ella…, ya había entrado en la primera sala, asustado y retrocediendo sus pasos a la vista de tanta gente. La extraordinaria variedad de rostros lo dejó completamente aturdido. Le parecía como si algún demonio hubiera desmenuzado el mundo en infinidad de diversos pedazos y que todos aquellos pedazos se hubieran mezclado allí. Los hombros resplandecientes de las damas, los negros fraques, las arañas, las lámparas, los vaporosos volantes de gasa, las etéreas cintas y el grueso contrabajo que asomaba por la barandilla…, ¡todo lo deslumbraba! Vio de pronto reunidos tantos viejos venerables y hombres maduros, de decorados fraques; damas que con tanta ligereza, altivez y gracia se deslizaban por el parquet o permanecían sentadas en fila; oía tantas palabras pronunciadas en francés o en inglés; era tal, además, la distinción de los jóvenes de negros fraques, hablaban y vacilaban con tanta dignidad, sabían tan bien lo que tenían que decir o no decir, con tal solemnidad bromeaban, con tal respeto sonreían, llevaban unas patillas tan perfectas, con tanto arte sabían mostrar sus impecables manos arreglándose la corbata, las damas eran tan vaporosas, estaban tan sumergidas en la propia complacencia, bajaban con tanto encanto los ojos…, que…

Pero ya la modesta actitud de Peskarev, apoyado temeroso en la columna, revelaba el aturdimiento en que se encontraba. La muchedumbre rodeaba en aquel momento el grupo de los que bailaban. Volaban entre éste transparentes creaciones de París y vestidos tejidos por el mismo aire; las bellas rozaban descuidadamente el parquet con sus piececitos y hubieran sido más etéreas todavía si no lo hubieran siquiera rozado. Pero una de ellas estaba vestida mejor que ninguna, más ricamente y con más brillantez. El gusto más exquisito podía apreciarse en toda su vestimenta, pareciendo al mismo tiempo que ella ni se preocupaba de ésta ni le concedía la menor importancia. No miraba a la muchedumbre de espectadores en torno. Sus maravillosas y largas pestañas bajaban indiferentes sobre sus ojos, y la resplandeciente palidez de su rostro sorprendía más cuando, al inclinar la cabeza, una ligera sombra cubría su encantadora frente. Peskarev puso en juego todos sus esfuerzos para, atravesando la muchedumbre, poder contemplarla, mas para mayor enojo suyo una inmensa cabeza de oscuro y rizado pelo le interceptaba sin cesar la vista. La muchedumbre, además, lo estrujaba de tal manera, que no se atrevía a avanzar ni a retroceder por miedo a empujar a alguno de los consejeros. Sin embargo, pudo al fin adelantarse, y miró su traje para arreglar su atavío. “¡Santo cielo!… ¡Qué era aquello!… ¡Tenía toda la levita manchada de pintura!” En la prisa por llegar se había olvidado de ponerse un traje conveniente. Enrojeciendo hasta las orejas, bajó la cabeza y hubiera querido que lo tragara la tierra…; pero esto era imposible. Los gentileshombres de cámara, de resplandecientes trajes, formaban tras ella una compacta pared. Deseaba ahora encontrarse lo más lejos posible de la bella de maravillosas pestañas y linda frente. Temeroso levantó la suya para cerciorarse de que no lo miraban, pero…, ¡Dios mío!, estaba ante él… “¿Qué es esto?… ¿Qué es esto?… ¡Es ella!”, exclamó casi en voz alta. En efecto, era ella; la misma a la que había visto por primera vez en Nevski; a la que había acompañado hasta su vivienda.

Ella alzó los párpados y contempló a todos con su clara mirada. “¡Qué bella es, ay!…”, pudo tan sólo murmurar con entrecortada respiración. La joven miraba a todo aquel círculo que deseaba atraer su atención; pero su mirada era cansada y distraída cuando sus ojos, apartándose de él, encontraron los de Peskarev. “¡Oh, qué cielo aquel! ¡Qué paraíso! ¡Que otorgue fuerzas el Creador para soportar su contemplación! ¡Una vida entera no bastaría a contenerle y destrozará y enajenará el alma!”

Le hizo una seña, pero no con la mano; fueron los ojos los que la expresaron, pero con tal fineza, que nadie pudo observarla y sólo él la comprendió. El baile se prolongó durante largo tiempo, la fatigada música parecía apagarse y morir, pero de nuevo crecía, chillaba y retumbaba. Por fin cesó. Ella se sentó; su pecho se alzaba con la respiración bajo el fino cendal de la gasa; su mano… (¡supremo Hacedor! ¡Qué mano maravillosa!) cayó sobre las rodillas, oprimiendo con su peso el vaporoso vestido que parecía irradiar música y cuyo fino color lila subrayaba aún más perceptiblemente su brillante blancura. “¡Tan sólo rozar aquella mano! ¡Nada más! ¡Ningún deseo más! ¡Cualquier otro pensamiento sería una osadía!…” Se encontraba detrás de su silla; pero no se atrevía a hablar…, no se atrevía a respirar…

-¿Está usted aburrido? -exclamó ella-. También yo me aburro. Observo que me aborrece usted -añadió después, bajando las largas pestañas.

-¿Aborrecerla yo?… ¿A usted? -intentó decir Peskarev completamente desconcertado.

Seguramente hubiera dicho muchas más incoherencias si en ese momento no se les hubiera acercado un chambelán cuya cabeza lucía un rizado tupé y que comenzó a hacer gratas e ingeniosas observaciones. Mostraba éste de agradable manera una fila de dientes bastante bonitos, mientras con cada una de sus sutilezas introducía un afilado clavo en el corazón del joven pintor. Alguien por fin, y en buena hora, se dirigió al chambelán para hacerle una pregunta.

-¡Qué insoportable es! -dijo la bella, levantando sus celestiales ojos-. Voy a sentarme al otro lado del salón. Vaya usted allí.

Después, deslizándose entre la muchedumbre, desapareció. Como un loco se abrió paso a empujones entre la muchedumbre hasta trasladarse al otro lado. “¡Conque era ella!” Estaba sentada como una reina, pero más maravillosa que ninguna, y lo buscaba con los ojos.

-¿Está usted aquí? -pronunció en voz baja-. Voy a ser sincera con usted. Seguramente le habrán parecido extrañas las circunstancias de nuestro encuentro. ¿Será posible que haya usted pensado que yo pertenecía a aquella clase despreciable entre la que me encontró? Le parecerá extraña mi actitud, pero le revelaré un secreto. ¿Será usted capaz -agregó, mirándolo fijamente a los ojos- de no traicionarlo nunca?

-¡Oh!… ¡Lo seré! ¡Lo seré!…

En aquel momento se aproximaba un caballero de edad avanzada, que comenzó a hablar con ella en un idioma desconocido para Peskarev, ofreciéndole después el brazo. La joven lanzó una mirada suplicante a Peskarev y le hizo seña de permanecer en el mismo lugar esperando su regreso; pero él, presa de impaciencia, no tenía ya fuerza para recibir órdenes, aunque partieran de aquella boca. Se dispuso a seguirla; pero la muchedumbre vino a separarlos, y dejó de ver el vestido de color lila. Intranquilo, se dirigía de una sala a otra, empujando sin miramiento a todos cuantos encontraba; pero en ellas sólo había gente sentada ante las mesas, jugando a las cartas y sumergida en silencio mortal. En el rincón de un aposento discutían varios ancianos caballeros sobre las ventajas del servicio militar sobre el civil; en otro, algunas personas vestidas con magníficos fraques desgranaban ligeras observaciones sobre el trabajo, en varios volúmenes, de un laborioso poeta. Peskarev sintió de pronto que un señor de bastante edad y respetable aspecto lo cogía por el botón de su frac, proponiéndole que opinara sobre su última, justa, observación; pero el joven lo empujó brutalmente sin fijarse en que aquél ostentaba en el pecho una condecoración en demasía significativa. Se dirigió corriendo a otro aposento, pero tampoco allí estaba ella; un tercero, y tampoco.

-¿Dónde está? ¡Démenla! -exclamó desesperado-. ¡Yo no puedo vivir sin mirarla! ¡Quiero escuchar lo que quería decirme!

Pero toda su búsqueda resultó vana. Inquieto, cansado, se apoyó en un rincón mirando a la muchedumbre. Sus ojos, forzada su vista, empezaban a verlo todo nebuloso. Por fin empezaron a aparecérsele con claridad las paredes de su habitación. Levantó los ojos; ante él estaba la palmatoria con su vela a medio consumir, cuyo sebo se derretía sobre la mesa.

¿Se había dormido entonces? Y ¡qué sueño aquel, Dios mío!… ¿Por qué se despertó?… ¿Por qué no esperó un minuto más?… ¡Seguramente que ella habría vuelto!… Una luz enojosa, como nimbo empañado y desagradable, se asomaba por la ventana. ¡La habitación estaba llena de un desorden tan turbio y tan gris!… ¡Oh, qué repugnante era la realidad!… ¿Cómo poder compararla con el sueño?… Se desvistió rápidamente y envolviéndose en la manta se echó sobre la cama, anhelando volver, aunque sólo fuera por un instante, a aquel sueño desaparecido. Éste no tardó mucho tiempo en llegar, pero no en la forma que él deseaba: tan pronto veía al teniente Piragov con una pipa en la mano, como a un portero de academia, a un consejero o la cabeza de la lechera a la que en tiempos hiciera un retrato, o cualquier otro absurdo semejante.

Hasta el mediodía permaneció echado en la cama intentando dormir, sin que ella apareciera. ¡Si tan sólo por un momento hubiera dejado ver sus maravillosos rasgos! ¡Si sólo un momento se hubiera oído el ruido de sus ligeros pasos, o hubiera pasado raudo ante él el brillo de su brazo desnudo!…

Rechazando toda otra idea, olvidándose de todo, permanecía sentado en actitud desconsolada y sumergido únicamente en aquel ensueño. Sin moverse, sin tocar ningún objeto, miraban sus ojos, vacíos de interés y de toda vida, por la ventana que se abría sobre el patio, en el que un sucio aguador vertía el agua que se hacía hielo en el aire, y la cascada voz de un vendedor pregonaba: “¿Venden ropa vieja?…” Todo lo real, todo lo cotidiano, hería de extraña manera sus oídos. Así permaneció sentado hasta la noche, en que se tendió otra vez, ansioso, sobre la cama. Durante mucho tiempo luchó con el insomnio, pero por fin pudo vencerlo. De nuevo el sueño, pero el sueño vulgar…, feo… “¡Dios mío, apiádate de mí! ¡Aunque sólo sea un minuto!… ¡Un minuto solamente, muéstramela!” De nuevo esperó la llegada de la noche, de nuevo se durmió, soñó de nuevo con algún funcionario que era a la vez funcionario y fagot. ¡Oh!… ¡Aquello era insoportable!… ¡Por fin surgió ella!… ¡Su cabecita cubierta de rizos… lo miraba!… Pero ¡qué breve había sido su aparición!… De nuevo la niebla, de nuevo un sueño disparatado.

Al cabo, aquellos sueños llegaron a constituir su vida entera, y desde ese instante su vida adquirió un giro extraño. Podía decirse que dormía despierto y velaba dormido. Si alguien lo hubiera visto sentado y silencioso, delante de una mesa vacía, o andando sin rumbo por la calle, seguramente lo hubiera tomado por un lunático o por un ser destrozado por el abuso de las bebidas alcohólicas. Su mirada no revelaba la existencia de ningún pensamiento, y su habitual distracción había ido en aumento, hasta el punto de borrar de su semblante todo rastro de sentimiento. Sólo cuando llegaba la noche volvía a la vida.

Tal estado llegó a agotar sus fuerzas, siendo por fin su mayor martirio la pérdida total del sueño. Deseando defender aquella su única riqueza, puso en juego todos los medios para recobrarla. Había oído decir que había algo para conseguirlo y que esto era tan sólo el opio. Pero ¿dónde procurarse este opio? Recordó que conocía a cierto persa que tenía una tienda de chales y que siempre que lo encontraba le pedía que le hiciera el dibujo de alguna bella. Decidió dirigirse a él, pensando en que sin ninguna duda podía procurarle el opio que buscaba. El persa lo recibió sentado sobre sus pies cruzados en el diván.

-¿Para qué quieres el opio? -preguntó. Peskarev le refirió su insomnio.

-Bien. Yo te daré el opio que quieres, pero tendrás que dibujarme alguna beldad. Que sea bonita, que tenga las cejas negras y los ojos grandes como las aceitunas y que me dibujes a mí echado a su lado fumando mi pipa. ¿Me oyes? Que sea bonita…, que sea muy bonita.

Peskarev lo prometió todo. El persa salió un instante del aposento y volvió trayendo un tarrito lleno de un líquido oscuro, del que cuidadosamente vertió parte en otro tarrito que entregó a Peskarev diciéndole que no había de emplear más de siete gotas disueltas en agua. Ansioso, cogió aquél el valioso tarrito, que ni por un montón de oro hubiera cambiado, y alocado volvió a su casa. Al llegar a ésta echó unas cuantas gotas en un vaso de agua, las bebió y se echó a dormir.

¡Dios mío! ¡Qué alegría!… ¡Ella!… ¡Otra vez ella! Pero ahora completamente en distinto aspecto. ¡De qué bella manera estaba sentada junto a la ventana de una alegre casita de campo! Su vestimenta respiraba aquella sencillez con que la revistió el pensamiento del poeta. El peinado… ¡Qué sencillo este peinado y qué bien le iba!… Un pequeño pañuelo estaba echado al desgaire sobre su esbelto cuello. Todo en ella era recato, todo revelaba un inexplicable sentido del gusto. ¡Qué grato y gracioso modo de andar el suyo! ¡Cuánta música en el sonido de sus pasos y en el de su sencillo vestido! ¡Qué linda su muñeca oprimida por un brazalete!… Le decía, con una lágrima temblándole en los ojos:

-No me desprecie… No soy la que usted cree… ¡Míreme! ¡Míreme fijamente y dígame!… ¿Puedo ser yo capaz de lo que usted piensa?

-¡Oh!… ¡No, no! ¡El que se atreva a pensarlo…!

Pero en aquel momento se despertó, conmovido, deshecho y con los ojos llenos de lágrimas. “¡Más valiera que no hubieras existido nunca! ¡Que no hubieras pertenecido a este mundo y fueras sólo producto de la inspiración del artista! ¡No me hubiera entonces separado del lienzo, y eternamente te hubiera mirado y te hubiera besado!… ¡Hubiera vivido, hubiera respirado de ti como de un maravilloso ensueño y hubiera sido dichoso! ¡No hubiera tenido otros anhelos! Te hubiera evocado como a un ángel guardián antes del sueño o la vigilia, contemplándote cuando tuviera que expresar algo beatífico. En cambio, ahora…, ¡qué terrible vida!… ¿De qué puede servirme vivir? ¿Acaso la vida de un loco puede ser grata para los parientes y amigos que lo quisieron en un tiempo? ¡Dios mío!, ¿qué vida es la nuestra? ¿Una eterna pugna entre el sueño y la realidad?”

Semejantes pensamientos se sucedían en él sin cesar. No pensaba en nada. Apenas comía nada, y sólo con la impaciencia y pasión del amante esperaba la noche y con ella la llegada de la tan deseada aparición. Aquellos pensamientos, siguiendo siempre un mismo curso, llegaron a adquirir tal dominio sobre su ser y su imaginación, que la deseada imagen se le aparecía ya casi cada día y siempre en un aspecto contrario a la realidad; tan límpidos e iguales a los de un niño eran sus pensamientos. A través de aquel ensueño el objeto que lo motivaba se hacía más puro, transformándose completamente.

El opio encendía más vivamente sus pensamientos, y no hubo nunca un enamorado hasta un último y mayor grado de locura; uno más impulsivo, terrible, arrollador y rebelde que este pobre infeliz.

Entre todos sus sueños había uno que lo alegraba particularmente sobre los otros. Soñaba con su estudio. ¡Se veía en él tan alegre!… ¡Con tanto deleite sostenía la paleta entre las manos!… Ella estaba sentada allí. Era su mujer. Sentada a su lado, apoyaba su codo encantador sobre el respaldo de su silla, observando su trabajo. Sus lánguidos y cansados ojos parecían cargados de dicha. En toda la habitación se respiraba un ambiente de paraíso. ¡Era todo tan claro, tan cómodo! ¡Oh, supremo Creador!… Ella inclinaba su maravillosa cabecita sobre su pecho… ¡Nunca había tenido un sueño mejor! Después de él, se levantó más despejado y menos distraído que antes.

En su mente nacían extraños pensamientos. “¡Quién sabe si ha sido empujada al vicio por alguna terrible e involuntaria circunstancia! ¡Quién sabe si su alma se siente inclinada al remordimiento!… Puede que ella misma quiera escapar a su terrible situación… ¿Será posible asistir indiferente a su perdición, cuando bastaría tenderle la mano para sacarla de ella?” Sus pensamientos iban cada vez más lejos. “Nadie me conoce -se decía-. ¿A quién importo yo y quién me importa a mí? Si da pruebas de un claro remordimiento y cambia de vida, me casaré con ella. ¡Debo casarme con ella! Y seguramente haré mejor que otros que se casan con sus amas de llaves y hasta a menudo con las más despreciables criaturas. Mi rasgo, en cambio, sería desinteresado y hasta puede que grande. Devolveré al universo su más maravilloso adorno.”

Cuando hubo formado este proyecto sintió que el rubor encendía su rostro. Se acercó al espejo y se asustó de la demacración de sus mejillas y de la palidez de su rostro. Comenzó a vestirse esmeradamente. Se lavó, se peinó, se puso un frac nuevo y un elegante chaleco, se echó una capa sobre los hombros y se lanzó a la calle. Al respirar el aire libre sintió un frescor en el corazón como el convaleciente que sale por primera vez después de una larga enfermedad. El corazón le latía al acercarse a aquella calle que sus pies no habían vuelto a pisar desde el fatal encuentro.

Empleó mucho tiempo en buscar la casa, pues la memoria parecía fallarle. Dos veces pasó por la calle sin saber ante qué casa detenerse. Por fin, en una creyó ver la que buscaba. Subió apresuradamente la escalera y golpeó sobre la puerta, que se abrió y… ¿quién imaginan ustedes que le salió al encuentro? ¡Su ideal! ¡Su imagen misteriosa! ¡El objeto de sus ensueños, al que se sentía tan terriblemente ligado con tanto sufrimiento y a la vez con tanta dulzura!… ¡Ella! ¡Ella misma estaba delante de él!… Temblando, apenas podía sostenerse sobre los pies en su arrebato de alegría: ¡tal era su debilidad!

Estaba tan hermosa como siempre, aunque sus ojos parecían adormecidos y la palidez asomaba a su rostro, que comenzaba a perder algo de su frescura. Sin embargo, seguía siendo hermosa.

-¡Ah!… -exclamó al ver a Peskarev y restregándose los ojos; en aquel momento eran las dos de la tarde-. ¿Por qué huyó usted de nosotras aquel día?

Exhausto, él había caído sentado en una silla y la miraba.

-Acabo de despertarme. Me trajeron a las siete de la mañana. Estaba completamente borracha -añadió con una sonrisa.

¡Oh! ¡Más hubiera valido que fuera muda antes que pronunciar tales palabras!… Como en un panorama, toda la vida de aquella mujer se mostró ante los ojos de él. No obstante, resolvió probar si sus admoniciones eran capaces de ejercer algún efecto. Recobrando el ánimo, con la voz temblorosa y al mismo tiempo llena de pasión, empezó a dibujarle todo el horror de la situación en que la veía. Ella lo escuchaba con atención y con aquel sentimiento de asombro que despierta en nosotros lo inesperado y lo extraño. Sonriendo ligeramente, dirigió una mirada a su amiga sentada en un rincón, que, dejando de limpiar el peine que estaba limpiando, se puso también a escuchar con atención al nuevo predicador.

-Es verdad que soy pobre -dijo por último Peskarey, después de su largo sermón- pero trabajaremos, nos esforzaremos a cuál más en mejorar nuestra vida. Nada hay más grato que debérselo todo a sí mismo. Yo, ocupado con mis pinturas; tú, sentada a mi lado, inspirando mis trabajos, bordarás o te emplearás en otras labores manuales, y no necesitaremos de nada más.

-¿Cómo iba a ser posible eso? -dijo ella, interrumpiendo su discurso y con cierto desprecio-. Yo no soy ninguna costurera o lavandera… para ponerme a trabajar.

¡Dios mío!… ¡Toda aquella vida baja y despreciable, que el ocio y el vacío, los dos fieles compañeros del vicio, ocupaban únicamente, se revelaba en estas palabras!

-¿Por qué no se casa usted conmigo? -dijo con descaro, de pronto, la amiga, que hasta entonces permanecía callada en un rincón-. Si yo llego a ser su mujer, me pasaré la vida así sentada.

Y diciendo esto, su lastimoso rostro adoptó una necia expresión, que hizo reír mucho a la bella.

¡Oh! ¡Esto ya era demasiado! Para soportarlo no le quedaban fuerzas. Incapaz de pensar ni de sentir ya nada, echó a correr fuera de allí. Su cerebro se turbó. Estúpidamente, sin rumbo determinado, vagó todo el día por las calles. Nadie pudo saber nunca dónde pasó la noche, y sólo a la mañana siguiente el torpe instinto lo condujo a su casa, en la que penetró pálido, con terrible aspecto y síntomas de locura en el semblante. Se encerró en su habitación, sin dejar pasar a nadie ni pedir nada. Cuatro días transcurrieron y su cuarto continuaba cerrado; después, una semana, sin que éste se abriera.

Se acercaron las gentes a su puerta, empezaron a llamar a ella, pero sin recibir respuesta; por fin la forzaron, y encontraron su cadáver con un tajo en la garganta. Una navaja cubierta de sangre se encontraba en el suelo, mientras que por sus brazos convulsivamente extendidos y el rostro terriblemente contorsionado podía deducirse que su mano no había sido certera y que había sufrido largo tiempo antes de que su alma pecadora abandonara su cuerpo.

Así, pues, pereció, víctima de su loca pasión, el pobre tímido, modesto, infantilmente ingenuo Peskarev, dotado de aquella chispa de talento que quién sabe si algún día se hubiera trocado en brillante llama. Nadie lo lloró, nadie estuvo junto a su cadáver en aquella hora, fuera del acostumbrado policía y el indiferente médico municipal. Su ataúd, sin celebración de oficios religiosos, fue llevado a Ojta, y con la única compañía de un viejo guarda, antiguo soldado, quien no cesó de llorar durante el fúnebre acto, y esto porque había bebido demasiado vodka. Ni siquiera el teniente Piragov vino a contemplar el cadáver del infeliz al que en vida dispensara su alta protección. No tenía tiempo para ello en aquel momento, pues se había visto mezclado con un acontecimiento extraordinario. Vamos, pues, a ocuparnos de él.

No me gusta nada todo lo relacionado con los difuntos, y siempre me resulta desagradable contemplar el desfile de un entierro, con su largo cortejo que se atraviesa en el camino, y cómo un soldado inválido, vestido de capuchino, se ve obligado a tomar rapé con la mano izquierda, porque lleva la derecha ocupada en sujetar un hachón. La vista de una rica carroza fúnebre, con su ataúd de terciopelo, causa siempre enojo en mi alma, mientras que la caja rota y desnuda de un pobre diablo, tras la que se arrastra una mendiga que no tenía mejor cosa que hacer y que se cruzó con él en la calle, me produce, en cambio, una mezcla de enojo y compasión.

Me parece recordar que abandonamos al teniente Piragov en el momento en que se separaba del desdichado Peskarev, apresurándose tras la rubia. Era esta rubia una criaturita ligera y bastante atractiva. Se detenía ante todas las tiendas, miraba los cinturones, pañuelos, pendientes, guantes y demás chucherías, moviéndose sin cesar, mirando en todas direcciones y volviendo la cabeza hacia atrás. “Bien, bien…, palomita mía”, decía con aire satisfecho de sí mismo Piragov, prosiguiendo su persecución y ocultando el rostro bajo el embozo del capote, por si encontraba a alguno de sus conocidos. No estará de más, sin embargo, dar a conocer a los lectores quién era el teniente Piragov.

Antes de decirlo, convendría también ocuparnos un poco de la sociedad a que éste pertenecía. Hay algunos oficiales en Petersburgo que constituyen una cierta clase media de la ciudad. En la comida ofrecida por un consejero que después de cuarenta años de servicios obtuvo su categoría, encontrará usted siempre a uno de ellos. Entre unas cuantas pálidas (y tan descoloridas como Petersburgo) hijas de familia, de las cuales algunas alcanzaron una excesiva madurez; junto a la mesita de té, el piano y en medio de los bailes familiares, inseparables de todo esto, verá usted brillar a la luz de la lámpara, entre la rubia formalita, su hermanito o el amigo de la casa, las inevitables charreteras. No es empresa fácil divertir ni hacer reír a estas señoritas de sangre fría, y es preciso para ello disponer de mucho arte o, mejor dicho, no tener ninguno. Es necesario hablar de una manera que no sea ni demasiado inteligente ni demasiado chistosa y que todo esté impregnado de aquella mezquindad que tanto gusta a las mujeres.

En su habilidad para ejercitar este arte, hay que hacer justicia a dichos señores oficiales. Estos tienen el don especial de saber hacer reír y de saber escuchar a estas bellas descoloridas. Exclamaciones ahogadas en risa, semejantes a éstas: “¡Ah!… ¡Cállese ya!… ¿No le da vergüenza hacer reír de esa manera?…”, suelen ser para ellos la mejor recompensa.

En la alta sociedad no se les ve con frecuencia; mejor dicho, no se les ve nunca. Son arrojados de ella por los llamados aristócratas. Sin embargo, se les considera gente erudita y bien educada. Les agrada charlar de literatura, alaban a Bulgarin, Pushkin y Grech y hablan con desprecio y de manera punzante de A.A. Orlov. No dejan pasar ninguna conferencia sin asistir a ella, aunque ésta verse sobre la contabilidad o sobre selvicultura. En el teatro, sea cual sea la obra, verá usted siempre a alguno de ellos, a no ser que la obra representada sea Filatki o cualquier otra de este género, que tanto ofende a su refinado gusto. En el teatro se pasan la vida. Son el público más ventajoso para las empresas teatrales. De una obra les agradan especialmente los buenos versos; también les complace llamar a escena con fuerte voz a los artistas. Muchos de ellos, por tener un empleo de profesor en una institución del Estado o por preparar a los alumnos para una de esas instituciones, llegan a poseer un coche y un tronco de caballos. Su círculo entonces se amplía y consiguen por fin hasta casarse con la hija de un comerciante, que sabe tocar el piano y que tiene 100,000 (o cerca de 100,000) rublos de dote y un montón de parientes barbudos. Sin embargo, a este honor no pueden aspirar hasta alcanzar por lo menos el grado de coronel, porque aquellos barbudos, aunque todavía olieran a coles, no querrían de ninguna manera casar sus hijas más que con generales o por lo menos con coroneles.

Éstos son los principales rasgos que caracterizaban a dichos jóvenes. El teniente Piragov, sin embargo, tenía una serie de habilidades de su propiedad particular. Sabía declamar de excelente manera los versos de Dimitri Donskoi y de Gore ot Uma, tenía un arte especial para extraer sortijillas de humo de su pipa (logrando formar hasta diez, las unas dentro de las otras), contaba con mucha gracia la anécdota del cañón y el rinoceronte. En suma, resulta bastante difícil enumerar todas las facultades con que el destino había dotado a Piragov. Gustaba de opinar sobre alguna actriz o bailarina, pero no con el tono rotundo con que suele hacerlo un joven alférez. Se sentía contento de su graduación, a la que sólo hacía poco tiempo ascendiera, aunque a veces, tendido en el diván, solía repetirse: “Todo son vanidades… ¿Qué importa que yo sea teniente?” Sin embargo, interiormente le halagaba aquella distinción.

En las conversaciones solía aludir a su graduación, y una vez, habiendo encontrado en la calle a un escribano del ejército que le pareció descortés, detuvo a éste y en pocas, pero enérgicas palabras, le hizo entender que ante él estaba un teniente y no un oficial cualquiera. Se sentía además especialmente elocuente, pues en ese momento pasaban delante de él dos señoras bastante agraciadas. Por lo general, Piragov aparentaba sentir pasión por todo lo que fuera fino, y protegía al pintor Peskarev, aunque esto tal vez ocurriera porque sentía grandes deseos de ver reproducida sobre un lienzo su vigorosa fisonomía. Pero ya hemos hablado bastante de las cualidades de Piragov. El hombre es una criatura tan portentosa, que resulta imposible enumerar todas sus cualidades, pues cuanto más considera uno éstas, más aparecen otras nuevas, por lo que la descripción de todas ellas sería interminable.

Así, pues, dijimos que Piragov continuaba su persecución de la desconocida, dirigiéndole de cuando en cuando alguna pregunta, a la que ella contestaba brevemente y con sonidos poco articulados.

Después de atravesar la puerta de Kasañ salieron a la calle Meschanskaia, calle de los estancos, de las tiendas de ultramarinos, de los artesanos alemanes y de las ninfas prebálticas. La rubia apresuró el paso y entró volando por la puerta de una casa bastante sucia. Piragov la siguió. Ella subió corriendo la estrecha y oscura escalera y se adentró por una puerta, por la que también Piragov penetró valientemente. Se encontró en una gran habitación de negras paredes, cuyo techo estaba sucio de hollín. Un montón de tornillos de hierro e instrumentos del mismo metal -relucientes cafeteras y palmatorias- estaba encima de la mesa. El suelo aparecía sembrado de virutas de cobre y de hierro. Piragov comprendió en el acto que aquélla era la casa de un artesano. La desconocida se metió por una puerta lateral. Piragov dudó un momento sobre lo que debía hacer; pero luego, siguiendo las reglas rusas, decidió seguir adelante. Entró en una segunda habitación, que no se parecía en nada a la primera y en la que reinaba cierto aseo, por lo que comprendió que su dueño era alemán. Después, la vista de algo particularmente extraño lo dejó asombrado.

Ante él estaba sentado Schiller. No aquel Schiller que escribió Guillermo Tell y la Historia de la guerra de los Treinta Años, sino el célebre Schiller, maestro forjador de la calle Meschanskaia. Junto a Schiller estaba, en pie, Hoffmann. No el escritor Hoffmann, sino el hábil zapatero de la calle Ofitzerskaia, gran amigo de Schiller. Éste, borracho, estaba sentado en una silla, golpeando el suelo con el pie y diciendo algo apasionado. Quizá esto solo no hubiera bastado a asombrar a Piragov; pero lo que sí le extrañó sumamente fue la posición singular de las figuras.

Schiller, sentado y alzando la cabeza, levantaba su asaz gruesa nariz, mientras Hoffmann sujetaba ésta con dos de sus dedos y daba vueltas sobre su superficie, con la mano, a una cuchilla de zapatero. Ambos hablaban en alemán, por lo que el teniente Piragov, que únicamente sabía decir en esta lengua guten Morgen, no podía comprender de lo que se trataba. En realidad, las palabras de Schiller eran las siguientes:

-¡No la quiero! ¡No necesito para nada la nariz! -decía gesticulando-. Sólo la nariz me hace gastar tres libras de tabaco al mes… ¡Por cada libra tengo que pagar 40 kopeks en una mala tienda rusa…, porque en la alemana no tienen tabaco ruso!… ¡Los pago!… Eso hace un rublo y 20 kopeks… ¡Al año…, 14 rublos y 40 kopeks! ¿Lo estás oyendo, amigo Hoffmann?… ¡Sólo la nariz me cuesta 14 rublos 40 kopeks!… Además, añade que los días de fiesta tomo rapé4, porque esos días no quiero tabaco ruso malo. Me tomo al año 2 libras de rapé, que me cuestan 2 rublos cada una. Seis…, más 14…, son 20 rublos 40 kopeks… ¡Sólo en tabaco! ¿Es o no es un robo, te pregunto yo, amigo Hoffmann? ¿No es verdad?… -Hoffmann, también borracho, le contestaba afirmativamente-. ¡20 rublos y 40 kopeks!… ¡Soy alemán!… ¡Tengo un rey en Alemania!… ¡Yo no quiero mi nariz! ¡Córtamela! ¡Toma mi nariz!

Es indudable que sin la aparición del teniente Piragov, Hoffmann se la hubiera cortado, en efecto, sin más ni más, pues ya tenía cogida la cuchilla de la manera que se suele coger ésta cuando se dispone uno a cortar una suela. El que un desconocido, una persona extraña, viniera de pronto a molestarlos, produjo gran enojo a Schiller. A pesar de encontrarse bajo los vapores de la cerveza y del vino, sentía la inconveniencia de mostrarse en aquel estado y ocupado en tal operación ante un testigo. Mientras tanto, Piragov, inclinándose ligeramente, según su grata manera, dijo:

-Perdóneme…

-¡Fuera! -gritó Schiller, prolongando las sílabas.

Esto dejó perplejo al teniente Piragov. Tal conducta era completamente nueva para él. La sonrisa que empezaba a dibujarse en su rostro desapareció de repente. Con una expresión de dignidad afligida, dijo:

-Me parece esto extraño, señor mío… Seguramente no se ha fijado usted en que soy oficial…

-Y ¡qué importa que sea usted oficial! ¡Yo soy alemán de Suabia! También yo seré oficial alguna vez. Año y medio de junker, dos de teniente… Como quien dice, mañana seré oficial. ¡Pero no quiero servir! ¡A un oficial le hago yo así!

Y diciendo esto, Schiller sopló sobre la palma de su mano. El teniente Piragov comprendió que no le quedaba otra cosa que hacer más que marcharse. Esto, sin embargo, no se avenía con su rango y le resultaba desagradable. Mientras bajaba se detuvo varias veces en la escalera, como queriendo recobrar el ánimo y pensar en la manera de hacer sentir a Schiller su atrevimiento. Por fin decidió que se le podía perdonar, porque tenía la cabeza llena de cerveza y porque, además, su imaginación seguía ocupada en la bonita rubia, en vista de lo cual resolvió dar al olvido el asunto.

Al día siguiente, muy de mañana, el teniente Piragov se presentó en la forja del maestro. En la primera habitación le salió al encuentro la linda rubia, que con una voz bastante severa, que iba muy bien a su carita, le preguntó:

-¿Qué desea usted?

-¡Hola, guapita! ¿No me reconoce, picaruela? ¡Qué ojos tan bonitos!…

Y diciendo esto, el teniente Piragov intentó de graciosa manera levantarle la barbilla.

Pero la rubia, asustada, lanzó una exclamación, y con la misma severidad volvió a preguntarle:

-¿Qué desea usted?

-Verla nada más -dijo el teniente Piragov, sonriendo agradablemente y acercándose más a ella; pero observando que la asustadiza rubia intentaba deslizarse por la puerta, añadió-: Necesito, monina, encargarme un par de espuelas. ¿Podría usted hacérmelas? Aunque el que la quiera, más que espuelas necesitaría riendas. ¡Qué manitas tan lindas!

El teniente Piragov era siempre sumamente amable en esta clase de conversación.

-Voy a llamar en seguida a mi marido -exclamó la alemana.

Se fue, y a los pocos minutos el teniente Piragov vio aparecer a Schiller, con ojos adormilados y apenas recobrado de su borrachera de la víspera. Al mirar al oficial recordó como un sueño embrumado los acontecimientos del día anterior. No se acordaba de nada determinado, pero tenía el sentimiento de haber hecho alguna tontería, lo cual le hizo recibir al oficial con aire severo.

-Por un par de espuelas no puedo llevar menos de quince rublos -dijo, deseando deshacerse de Piragov, pues como honrado alemán le daba vergüenza encontrarse ante quien lo viera en situación inconveniente.

A Schiller le gustaba beber sin testigos, sólo en compañía de dos o tres amigos, y durante este tiempo se ocultaba a los ojos de todos, incluso de sus empleados.

-¿Por qué tan caro? -dijo Piragov, con cariñoso acento.

-Es un trabajo alemán -contestó Schiller con sangre fría, acariciándose la barbilla-. Un ruso llevaría por ello dos rublos.

-Muy bien. Para demostrarle que me inspira usted afecto y que deseo llegar a conocerle, le pagaré quince rublos.

Schiller se quedó parado un momento, reflexionando. En su calidad de honrado alemán, sentía vergüenza. Deseando declinar el encargo, declaró que antes de dos semanas no podría hacerlas. Pero Piragov, sin discusión alguna, manifestó su conformidad.

El alemán, pensativo, empezó a meditar sobre cómo efectuar el trabajo para que éste valiera, en efecto, quince rublos. En este momento la rubia penetró en la forja, poniéndose a buscar algo en la mesa llena de cafeteras. El teniente, aprovechando la meditación de Schiller, se acercó a ella y estrechó su brazo desnudo hasta el mismo hombro. Esto no gustó en absoluto a Schiller.

–Meine Frau! -gritó.

–Was wollen Sie doch? -contestó la rubia.

–Gehen Sie a la cocina!

La rubia se retiró.

-Entonces, ¿dentro de dos semanas? -preguntó Piragov.

-Sí… Dentro de dos semanas -contestó pensativo Schiller-. Ahora tengo mucho trabajo.

-Adiós. Ya vendré a verlo.

-Adiós -contestó Schiller, cerrando la puerta tras él. El teniente Piragov decidió no abandonar su empresa, a pesar de que la alemana le había dado pocas alas. No podía comprender cómo se le podía rechazar, cuando su amabilidad y brillante rango lo hacían acreedor a toda clase de atenciones. Hay que decir también que la mujer de Schiller, a pesar de su grato exterior, era muy tonta. La tontería, por otra parte, constituye el encanto principal de una esposa guapa; yo, por lo menos, he conocido a muchos maridos que se sienten encantados de la estupidez de sus mujeres y ven en ellas todos los síntomas de una ingenuidad infantil. La belleza hace en este punto verdaderos milagros.

Todos los defectos morales en una bella, en lugar de producir repugnancia, se tornan extraordinariamente atrayentes; el vicio mismo se respira en ellas con agrado; desaparece, en cambio, la belleza, y necesita una mujer ser por lo menos veinte veces más inteligente que el hombre para inspirarle, si no amor, por lo menos estimación. La mujer de Schiller, a pesar de su estupidez, era siempre fiel a su deber, y por ello había de ser bastante difícil a Piragov conseguir éxito en su atrevida empresa; empero, al vencimiento de los obstáculos va siempre unido un goce, y la rubia se le hacía cada día más interesante. Comenzó a venir con bastante frecuencia a preguntar por sus espuelas, cosa que acabó aburriendo a Schiller, hasta el punto de que empleó todos sus esfuerzos para terminarlas cuanto antes. Por fin quedaron hechas.

-¡Qué magnífico trabajo! -exclamó el teniente Piragov al ver las espuelas-. ¡Dios mío! ¡Qué bien hechas están! ¡Ni siquiera nuestro general tiene unas iguales!

Un sentimiento de satisfacción floreció en el alma de Schiller. Sus ojos adquirieron una expresión de alegría e hizo las paces con Piragov. “El oficial ruso es un hombre inteligente”, pensó para sí.

-Entonces, ¿podría usted hacer también una empuñadura a un puñal o a cualquier otro objeto?

-¡Oh! ¡Claro que puedo! -dijo Schiller con una sonrisa.

-Pues entonces hágame una empuñadura a un puñal. Tengo uno turco muy bueno, al que quisiera cambiársela.

Esto fue como una bomba para Schiller. Su frente se frunció de repente. “Ahora esto…”, pensó para sí, reprochándose el haber sido el causante de que le encargaran un nuevo trabajo. Rehusar le parecía una falta de honradez, y además el oficial ruso había alabado su trabajo. Movió ligeramente la cabeza, expresando su conformidad; pero el beso que Piragov al marcharse depositó con descaro en los mismos labios de la linda rubia lo sumergió en el mayor asombro.

No considero superfluo hacer conocer al lector más estrechamente a Schiller. Era éste un verdadero alemán, en todo el sentido de la palabra. Ya a los veinte años, en aquella dichosa edad en que el ruso vive como le viene en gana, había Schiller organizado su vida entera sin apartarse en ningún momento de aquel modo de vivir. Decidió levantarse a las siete de la mañana, comer a las dos, ser exacto en todo y emborracharse cada domingo. Decidió en el transcurso de diez años hacerse un capital de 50,000 rublos, y su decisión era tan firme y tan invencible como el destino mismo. Antes podría olvidarse un funcionario de dar la consabida vuelta por la portería de su superior, que un alemán faltar a su palabra.

En ningún caso aumentaba sus gastos, y si el precio de las papas era más alto de lo corriente, no añadía para su compra ni una sola kopeika, sino que reducía su cantidad, y aunque se quedaba a veces un poco hambriento, llegaba a acostumbrarse. Su exactitud se extendió hasta el punto de decidir no besar a su mujer más de dos veces en veinticuatro horas, y para no hacerlo ni una sola vez más no tomaba más que una cucharadita de pimienta en la sopa, aunque hay que decir que el domingo esta regla no se ejecutaba tan severamente, porque Schiller aquel día se bebía dos botellas de cerveza y una de vodka con cominos, que, sin embargo, solía ser objeto de su censura. Su manera de beber no era igual a la de un inglés, que en cuanto acaba de comer cierra la puerta con pestillo y se emborracha solo. Él, por el contrario, como buen alemán, bebía con inspiración; unas veces con el zapatero Hoffmann y otras con el carpintero Kuntz, también alemán y gran borracho. Así era, pues, el carácter del distinguido Schiller, que por esta vez se veía en una situación excesivamente difícil. A pesar de ser flemático y alemán, el proceder de Piragov despertaba en él algo semejante a los celos. No obstante, movía la cabeza y no podía encontrar la manera de deshacerse de aquel oficial ruso. Mientras tanto, Piragov, fumando su pipa en el círculo de sus amigos (porque quiere el destino que donde haya oficiales haya pipas), hacía alusiones significativas, envueltas en grata sonrisa, sobre la aventura respecto de la bonita alemana, con la cual, según sus palabras, tenía ya mucha amistad, aunque en realidad casi había perdido ya toda esperanza de inclinarla a su favor.

Un día, mientras paseaba por la calle Meschanskaia mirando a la casa sobre la que destacaba hermosamente el anuncio de Schiller, en el que aparecían cafeteras y algún samovar, percibió con la mayor alegría la cabecita de la rubia, que se inclinaba por la ventana para mirar a los transeúntes. La saludó con la mano y dijo:

–Guten Morgen.

La rubia lo saludó a su vez como a un conocido.

-Qué, ¿está en casa su marido?

-Sí; está en casa -contestó la rubia.

-Y ¿cuándo no está en casa?

-Los domingos no está en casa -dijo la tontita rubia. “Bien -pensó para sí Piragov-. Hay que aprovechar esto.”

Al domingo siguiente, como un aguacero inesperado, apareció ante la rubia. Schiller no estaba, en efecto, en casa. La linda dueña se asustó; pero Piragov, procediendo esta vez con mucho cuidado, la trató con gran respeto y mostró al saludarla toda la arrogancia de su esbelto talle. Bromeó agradablemente y con gran consideración; pero la tontita alemana le contestaba de una manera lacónica. Al cabo, y viendo que nada podía divertirla, le propuso bailar. La alemana se mostró conforme al momento, pues a todas las alemanas les agrada mucho bailar.

Piragov basaba mucho en esto sus esperanzas; primeramente, porque le gustaría; segundo, porque le daría ocasión de lucir su silueta y su habilidad, y tercero, porque bailando podía uno aproximarse más, abrazar a la bonita alemana y empezar su conquista. En una palabra, en esto radicaría su éxito.

Comenzó por una gavota, sabiendo que con las alemanas hay que emplear cierta graduación. Ella se colocó en el centro de la habitación y alzó el maravilloso piececito. Tal actitud admiró tanto a Piragov, que se apresuró a besarla. La alemana se puso a gritar, lo que la hizo aún más encantadora a los ojos de Piragov, que la cubrió de besos. De repente, la puerta se abrió y por ella entró Schiller, acompañado de Hoffmann y el carpintero Kuntz. Todos estos dignos artesanos estaban borrachos como cubas.

Dejo a mis lectores juzgar del frenesí y la indignación que se apoderaron de Schiller.

-¡Bruto! -gritaba, presa de la mayor furia-. ¿Cómo te atreves a besar a mi mujer? ¡Eres un canalla y no un oficial ruso! ¡Qué diablos, amigo Hoffmann! ¡Yo soy alemán, por fortuna, y no un cochino ruso! ¡Oh!… ¡No consiento que me engañe mi mujer! ¡Agárralo por el cuello, amigo Hoffmann!… ¡No lo consiento! -prosiguió, gesticulando mientras su cara se semejaba al paño rojo de su chaleco-. ¡Ocho años hace que vivo en Petersburgo! ¡En Suabia vive mi madre, y mi tío en Nüremberg! ¡Soy alemán! ¡Desnúdenlo! ¡Amigo Hoffmann, amigo Kuntz!… ¡Cójanlo por los pies y por las manos!

Y los alemanes cogieron por los pies y por las manos a Piragov. En vano se esforzaba éste por luchar. Aquellos tres artesanos eran los más robustos de todos los alemanes de Petersburgo. Se portaron con él de una manera tan brutal y tan descortés, que confieso no poder encontrar palabras capaces de describir el triste acontecimiento.

Estoy seguro de que al día siguiente Schiller, presa de una fuerte fiebre, temblaría como la hoja del árbol, esperando la llegada de la policía, como también estoy seguro de que hubiera dado todo lo indecible porque lo ocurrido la víspera hubiera sido un sueño. Sin embargo, esto ya no tenía remedio. En cuanto al enfado e indignación de Piragov…, nada había que pudiera comparárseles. La idea sólo de tan terrible ofensa le producía frenesí. Consideraba a Siberia y a todos los látigos como el ínfimo castigo para Schiller. Marchó corriendo a su casa para desde allí, después de vestirse, dirigirse directamente al general y describirle con los más vivos colores la furia de los artesanos alemanes. También se proponía presentar una queja al Estado Mayor, pensando también en elevar ésta aún más alto si el castigo infligido era pequeño.

No obstante, todo aquello terminó de una manera extraña: durante el camino entró en una confitería, en la que se comió dos hojaldres; leyó alguna cosa en el diario Abeja del Norte y salió de allí más aliviado del enfado. Además, la tarde, fresca y agradable, lo invitó a dar un paseo por la perspectiva Nevski.

Hacia las nueve, y habiéndose ya tranquilizado, empezó a encontrar incorrecto el molestar al general en un domingo, pensando también que estaría ausente. Por tanto, se dirigió a una reunión que celebraba en su casa el jefe del Colegio de Inspectores, a la que acudía una sociedad muy agradable compuesta de funcionarios y oficiales. Pasó con gran gusto la velada, distinguiéndose de tal manera al bailar la mazurka, que maravilló no solamente a las damas, sino también a los caballeros.

“¡Qué mundo tan extraño el nuestro!”, pensaba yo cuando pasaba hace tres días por la perspectiva Nevski, acordándome de estos acontecimientos. ¡De qué modo tan singular, tan incomprensible, juega con nosotros el destino!… ¿Conseguimos alguna vez lo que deseamos? ¿Alcanzamos aquello para lo que están dispuestas nuestras fuerzas?

Todo ocurre, por el contrario, al revés. Al uno otorgó la suerte maravillosos caballos y pasea con ellos indiferente, sin reparar en su belleza, mientras que otro, cuyo corazón arde de pasión por los caballos, camina a pie y se satisface tan sólo chascando la lengua cuando delante de él pasa un buen trotador. Aquél dispone de un magnífico cocinero; pero, desgraciadamente, su boca es tan pequeña que no puede pasar por ella más de dos pedacitos; otro la tiene, en cambio, del tamaño del arco del edificio del Estado Mayor y ha de contentarse con comida alemana hecha a base de papas. ¡De qué extraña manera juega con nosotros el destino! Pero lo más singular de todo esto son los sucesos que ocurren en la perspectiva Nevski. ¡Oh!… ¡No crea usted en la perspectiva Nevski! Yo, cuando paso por ella, me envuelvo más fuertemente en mi capa y me esfuerzo en no mirar nada de lo que me sale al encuentro. ¡Todo es engaño! ¡Todo es ensueño! ¡Todo es otra cosa de lo que parece!

Imagina usted que el señor que pasea vestido de levita tan maravillosamente hecha es muy rico… Pues nada de eso. Ese señor se compone sólo de su levita. Usted imagina que aquellas dos gordinflonas detenidas ante una iglesia están apreciando su arquitectura… Nada de eso. Hablan de la manera extraña con que dos cuervos se sentaron uno frente a otro. A usted se le figura que aquel entusiasta que gesticula está contando cómo su mujer tiró por la ventana una bolita a un oficial desconocido…, cuando de lo que está hablando es de La Fayette. Piensa usted que estas damas… Pero a las damas créalas usted lo menos posible. Contemple lo menos posible los escaparates de las tiendas. Las bagatelas expuestas en ellas son maravillosas, pero huelen a enorme cantidad de dinero…, y, sobre todo…, ¡Dios le guarde de mirar bajo los sombreritos de las damas!… Aunque a lo lejos vuele, atrayente, la capa de una bella…, por nada del mundo iré en pos de ésta a curiosear. Lejos…, por amor de Dios…, ¡más lejos del farol! Pase usted muy de prisa, lo más de prisa que pueda, delante de él. Tendrá usted suerte si lo único que le ocurre es que le caiga una mancha de aceite maloliente sobre su elegante levita. Pero no es sólo el farol lo que respira engaño.

En todo momento miente la perspectiva Nevski; pero miente sobre todo cuando la noche la abraza con su masa espesa, separando las pálidas y desvaídas paredes de las casas, cuando toda la ciudad se hace trueno y resplandor, y minadas de carruajes pasan por los puentes, gritan los postillones saltando sobre los caballos y el mismo demonio enciende las lámparas con el único objeto de mostrarlo todo bajo un falso aspecto.

FIN

1835

1. En Petersburgo la mayoría de las avenidas se llaman “perspectivas”.
2. Librea:  Traje de uniforme, generalmente con levita y distintivos, que llevan algunos empleados y criados.
3. Berlina: Coche hipomóvil, suspendido, con cuatro ruedas y provisto de capota.
4. Rapé: Tabaco reducido a polvo, especialmente preparado para ser tomado por la nariz.

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