sábado, 14 de novembro de 2015
. "O
pensamento social crítico está guiado pelos princípios da igualdade, da justiça
social, do fortalecimento e da radicalização da democracia, pela necessidade de
destruir os poderes opressores, pela luta contra o racismo e contra toda forma
de violência.É um pensamento libertário e inconformista,
que sempre quer mais porque a democracia sempre pode ser fortalecida.”
Pablo Gentili
Pablo Gentili
O impacto político de confrontos religiosos e formas de guerras etnorreligiosas
Ainda estamos no ANNO de 1015. O impacto político de
confrontos religiosos e formas de guerras etnorreligiosas sempre foram muito
grandes e decisivos na configuração do próprio Estado. A própria concepção,
criação e organização do Estado Nacional Europeu, como nas origens de Portugal,
de quem o Estado do Brasil é o maior descendente, é resultado direto de guerras
religiosas contra o islamismo ibérico. O resultado final foi o extermínio, a
expulsão e a assimilação dos diferentes muçulmanos e judeus ao fim do longo
ciclo de violências. Sobreviveria no território apenas um povo, uma religião,
uma língua, um rei. Somente retornaram para o nosso convívio quando nos
modernizamos, democratizamos e os aceitamos de novo. Hoje os Estados se tornam
cada vez mais policialescos e mesmo organizados como Estados de apartheid
etnorreligioso - como todos do Oriente Médio, o que acelera e aprofunda as
guerras até o futuro desfecho de guerras totais, até que um lado vença e
destrua completamente os outros, como aconteceu na Península Ibérica Medieval.
A visão iluminista, a tolerância e a convivência serão desafios para novas
hegemonias. Muitos Estados europeus estão experimentado pela primeira vez uma
real diversidade social e etnorreligiosa, coisa que estamos acostumados há bem
mais de 1000 anos. Superar diferenças como o racismo, os preconceitos e a
discriminação étnica, religiosa, de gênero, de orientação sexual e muitas
outras continuam sendo imensos desafios para uma sociedade livre, igualitária e
democrática no ANNO de 2015.
Ricardo Costa de Oliveira
Nem a arma bestial dos terroristas nem a palavra mansa dos
fazedores do caos nem a violência de grupos com boas causas nem a palavra mansa
dos manipuladores de principios nem a raiva colérica dos saudosistas de tempos
inomináveis nem os transformadores com discursos de barricada.
A violência não é um direito, não é um sentimento válido,
nem ação correta para mudanças. Nem Líbano nem Síria nem Jerusalém nem Paris.
Nunca a cultura de paz foi tão necessária.
Hamilton Faria
Se somos todos parisienses, somos também todos estrangeiros,
somos também todos refugiados, todos africanos. Todos perdemos, a cada morte de
inocentes, sejam os lembrados pela grande mídia, sejam os anônimos e esquecidos
pela mídia que serve a certos "poderes". O pior é usar a dor e a
tragédia de um modo perverso, aproveitando para promover mais medo e terror, em
vez de compaixão e humanidade.
Ana Luisa Kaminski
Dia Nacional da Consciência Negra
20 DE NOVEMBRO
Dia Nacional da Consciência Negra
Um Dia para não passar em branco
Não tenho certeza se as escolas estão ensinando sobre o
escravagismo praticado no Brasil entre os séculos XVI E XIX, mas é certo que eu
mesmo, em meu tempo de escola, pelo menos durante os chamados primeiro e
segundo graus, pouco aprendi sobre este período e o que aprendi foi muito mais
sobre os bandeirantes, que escravizavam índios, caçadores de negros, grandes
escravocratas e assassinos, mercenários da coroa portuguesa e algozes dos que
foram desterrados.
Também não tenho certeza se, hoje, alguém sabe ao certo quem
foi Zumbi dos Palmares (1655-1695), negro escravo que se rebelou e
transformou-se na maior liderança dos quilombos existentes no Brasil, na época,
e que morreu lutando para libertar seu povo.
Uma certeza eu tenho. Se prestarmos atenção na realidade
brasileira, os dados levantados tanto pelo IBGE quanto as pesquisas realizadas
por DIEESE e tantas outras fontes, como institutos, universidades nacionais e
estrangeiras, demonstram uma situação não muito diferente daquela, levando-se
em conta o atual grau de desenvolvimento apresentado na sociedade brasileira.
Vejamos alguns pontos: mesmo sendo quase metade da
população, os negros são a grande maioria dos desempregados, a grande maioria
dos habitantes das favelas, maioria nos presídios, maioria no índice de
mortalidade infantil, maioria entre as meninas prostitutas e prostituídas.
Em contrapartida, eles são a minoria entre os estudantes
secundaristas e universitários, recebem salários a menos do que os demais, não
fazem parte de índice representativo na política ou judiciário, limitando-se
seus expoentes de renome ao futebol, ao carnaval e até mesmo a música.
Também tenho certeza de que estes expoentes de renome são o
grande baluarte daqueles que afirmam que existe uma democracia racial no
Brasil, citando-os como exemplo, sem se aperceberem de que são dados ínfimos,
em uma proporção, talvez, de um para 1 milhão e que, mesmo assim, não são
poucas as vezem em que até estes sofrem discriminação racial.
Os milhares que morrem de subnutrição, marginalizados da
sociedade, sem escolas, sem casas, moradores de rua, assaltantes necessários
para sobrevida, são apontados como vadios, bandidos, em uma sociedade que
insiste em marginalizá-los e explorá-los tal qual nos séculos passados.
Zumbi dos palmares lutou e morreu com o sonho de uma
sociedade justa e igualitária para seu povo, contra a escravidão e contra a
desigualdade social. Muitos são os que lutam para sobreviver nos dias de hoje.
Dia 20 de Novembro é data histórica da morte de Zumbi dos Palmares. Talvez
venha a ser a data histórica da morte de milhões que já tiveram suas vidas
ceifadas em busca dos mesmos ideais, ao longo dos tempos.
O importante e que o Dia Nacional da Consciência Negra não
passe em branco e que a sociedade reflita sobre suas crendices de democracia
racial, ensinando a verdadeira história daqueles que construíram e continuam
construindo este país, mesmo sob o peso não mais da chibata, mas da quase
insuportável condição de vida oferecida ao povo negro brasileiro.
marcos “black” fontinelli
Antes de qualquer coisa, concordo que o terrorismo precisa
ser combatido, mas, não adianta usar só a força como forma de retaliação. Não
precisa ser especialista para perceber que esta ideia " olho por olho e
dente por dente" acirra ainda mais os conflitos. A questão é por que o
Estado Islâmico consegue tantos seguidores? Será que as políticas
internacionais dos países desenvolvidos estão contribuindo para o Estado
Islâmico ter mais soldados fanáticos? Esses jovens recrutados não querem fama e
nem dinheiro e sim heróis de seu povo, contra os opressores. Encaram isto como
a verdade absoluta. Logo, necessita se encontrar outros caminhos que busquem
respeitar a diversidade cultural com o intuito de não haver mais recrutamento.
Vejo um futuro sombrio pela frente, a forma de se fazer
guerra mudou completamente, agora, são ataques que podem acontecer em qualquer
lugar e a gente não pode prever.
Os países desenvolvidos precisam largar o etnocentrismo e
rever seus conceitos. Inclusive, o acordo de paz na Palestina precisa ser feito
e palestinos e judeus viverem em harmonia, respeitando os espaços um do outro.
Combater com violência o terrorismo e atingir inocentes “do outro lado”, a
consequência será de surgir mais terroristas. Enfim, um ciclo vicioso de ação e
reação que não tem fim.
Eduardo Oliveira Freire
François Hollande admitiu hoje pela manhã que o Estado
Islâmico foi o responsável pelos atentados brutais em Paris. Poucos momentos
depois uma carta patética do grupo chegou ao jornal LE MONDE assumindo a
responsabilidade e fazendo novas ameaças. O Estado Islâmico foi criado por
Israel e pelos Estados Unidos com o objetivo de derrubar o governo do
presidente Bashar Al Assad da Síria e se apropriarem das reservas de gás
natural e petróleo daquele país. Quando a Rússia começou a bombardear posições
do EI, Estados Unidos e Israel reagiram, condenaram e até o pastel do chanceler
brasileiro enfiou Dilma nessa fria de condenar os ataques russos. Países da
OTAN, entre os quais se inclui a França, bombardeavam alvos sírios no disfarce
de atacar o EI. Na Assembléia Geral da ONU, Barack Obama propôs que os ataques
fossem conjuntos desde que Bashar deixasse o poder. Putin não aceitou e dizimou
bases do EI. Isso deixou a descoberto a hipocrisia dos que criaram o monstro. A
retaliação veio no ataque a um avião russo, com mais de 200 civis em território
egípcio com um míssil de longo alcance, que muitos observadores acreditam ter
sido disparado de Israel. A cobiça pela riqueza dos países árabes não tem
tamanho e nem escrúpulos. O resultado é essa barbárie, morrem civis. Não morre
Obama, não morre Hollande, não morre Cameron, permanece intocado o louco
Benajmin Netanyahu. Morrem inocentes. Ou percebem que a fonte do terror é
Israel, ou sempre vai haver pretexto para grupos de malucos como o EI. Aqui, um
comentarista da GLOBO e o apresentador do jornal, deram um jeito de ironizar a
solidariedade do presidente Bashar aos franceses. São robôs de uma organização
criminosa e terrorista em termos de mídia. É hora de olhar para outro lado e
compreender o papel insano de Israel e dos EUA no Oriente Médio, antes que o
problema crie contornos mais graves e faça mais vítimas que não os supostos
donos do mundo.
Laerte Braga
Power in the Age of Oi
"O primeiro passo para combater o terrorismo é não
aceitar pensar o mundo a partir das suas categorias, isto é, não ver o mundo de
uma maneira maniqueísta, simplória e racista. É exatamente o que os terroristas
do Estado Islâmico querem: que se compre a narrativa do "Nós contra
eles", do "choque das civilizações". É importante lembrar que as
maiores vítimas dos fascistas do EI são muçulmanos, sobretudo os xiitas, que
lutam contra o EI na Síria e no Iraque. Apesar dos membros do EI serem sunitas,
há também sunitas, como os curdos, que lutam contra o EI. Toda tentativa de
homogeneizar ou generalizar juízos acerca de um grupo humano tão vasto e plural
é um ato de ignorância.
Também deveríamos estar discutindo o que torna o terrorismo
materialmente possível. Eis aí um segredo de polichinelo: há muita grana de
doadores da Arábia Saudita, Qatar, Iêmen - os chamados países do Golfo -
financiando atividades terroristas ( http://goo.gl/RYAaoJ ). Há fortes indícios
que o dinheiro saudita esteja ajudando o EI ( http://goo.gl/eYKMF3 ). A Arábia
Saudita é o país que mais promove uma versão extremista do islamismo (a
vertente wahhabita), e só consegue ter sucesso nessa empreitada pois tem muitos
petrodólares. E aí se chega ao centro da questão: o terrorismo wahhabita é
indissociável da indústria de petróleo, pilar do capitalismo mundial (uma das
fontes de renda do EI é a venda de petróleo no mercado negro turco). Talvez
esse seja mais um bom motivo para gente depender cada vez menos de combustíveis
fósseis.
Para quem estiver interessado na relação entre as
"democracias ocidentais" e as ditaduras do petróleo no Oriente Médio,
recomendo o livro do cientista político Thimothy Mitchell, "Carbon
Democracy: Political
Power in the Age of Oil" PDF aqui: https://goo.gl/TsUryx"
https://www.youtube.com/watch?v=0dxdCuVL6Oofonte :Cesar Melo
As grandes corporações vendem armas, aparelham grupos
terroristas, fomentam guerras, elegem governos, provocam crises políticas,
destroem economias, devastam o meio ambiente, enterram cidades...lamentamos as
consequências, mas a causa é o sistema capitalista, monopolista, predatório.
Enquanto perdurar o capitalismo, ficaremos só nos lamentando.
André Castelo Branco Machado
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