Ainda estamos no ANNO de 1015. O impacto político de
confrontos religiosos e formas de guerras etnorreligiosas sempre foram muito
grandes e decisivos na configuração do próprio Estado. A própria concepção,
criação e organização do Estado Nacional Europeu, como nas origens de Portugal,
de quem o Estado do Brasil é o maior descendente, é resultado direto de guerras
religiosas contra o islamismo ibérico. O resultado final foi o extermínio, a
expulsão e a assimilação dos diferentes muçulmanos e judeus ao fim do longo
ciclo de violências. Sobreviveria no território apenas um povo, uma religião,
uma língua, um rei. Somente retornaram para o nosso convívio quando nos
modernizamos, democratizamos e os aceitamos de novo. Hoje os Estados se tornam
cada vez mais policialescos e mesmo organizados como Estados de apartheid
etnorreligioso - como todos do Oriente Médio, o que acelera e aprofunda as
guerras até o futuro desfecho de guerras totais, até que um lado vença e
destrua completamente os outros, como aconteceu na Península Ibérica Medieval.
A visão iluminista, a tolerância e a convivência serão desafios para novas
hegemonias. Muitos Estados europeus estão experimentado pela primeira vez uma
real diversidade social e etnorreligiosa, coisa que estamos acostumados há bem
mais de 1000 anos. Superar diferenças como o racismo, os preconceitos e a
discriminação étnica, religiosa, de gênero, de orientação sexual e muitas
outras continuam sendo imensos desafios para uma sociedade livre, igualitária e
democrática no ANNO de 2015.
Ricardo Costa de Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário