sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Todo apoio aos técnicos e servidores ! Todos devem lutar agora pela universidade !

Nunca vi nenhum honrado dirigente universitário democraticamente eleito trair o seu compromisso com os princípios e bases da universidade pública. Nenhum reitor, diretor, chefe ou gestor anterior, desde que minimamente progressista, jamais entregou voluntariamente listas sobre participantes de movimentos grevistas em defesa das universidades. Ninguém ético e responsável deve obedecer irracionalmente ordens autoritárias e ilegítimas vindas de golpistas criminosos. Hannah Arendt já escreveu muito sobre se um gestor de boa fé deve apenas obedecer à hierarquia desconhecendo ordens da banalidade do mal, ordens ilegítimas e arbitrárias, de instâncias superiores. Negociar, sim, enfrentar, sim, dedurar, jamais. Cumprir ordens injustas e ilegítimas sem questioná-las apenas para subir na carreira burocrática, ou agradar os momentaneamente superiores, sempre terá consequências pessoais pesadas. Sempre ocorreram pressões de governos descompromissados com a educação e sempre foram derrotados no final. As universidades públicas sempre foram bastiões da mais alta qualidade acadêmica, da democracia e das lutas sociais pela inclusão. Há 35 anos como estudante e docente no sistema federal, desde a crise final da ditadura militar, conheço bem os espaços de resistência e como cientista social observo as greves, legítimas e legais, como manifestações essenciais da vida universitária contra a falta de recursos, o desmonte, a privatização e a tirania de políticos irresponsáveis em Brasília. Finalmente estamos entrando em um novo ciclo de lutas esperadas e necessárias para a sobrevivência das instituições universitárias. Quem tem mais de 20 anos de universidade se lembra do famigerado ministro Paulo Renato do impopular final de governo de FHC, do PSDB, quando Gilmar Mendes era da AGU, e como tentaram cortar o ponto de toda comunidade e quem teve que tirar habeas corpus preventivo foi o ministro tucano da deseducação. Hoje o nível da justiça brasileira é muito pior do que há 20 anos, mas as lutas e resistências ocorrerão. Vão ter que afastar todos os dirigentes democráticos de base e não terão a quem colocar nos lugares, ainda mais em um desgoverno golpista com a mais alta impopularidade e em clima de final de feira e de xepa desses golpistas. Todo apoio aos técnicos e servidores ! Todos devem lutar agora pela universidade !

RCO


1890: Criação da primeira central sindical da Alemanha


Após anos de proibição, em 1890 o imperador Guilherme 2º liberou a atividade sindical. Em 17 de novembro daquele ano, líderes operários aprovaram a criação de uma união sindical, fundada dois anos mais tarde.



No ano de 1878, o chanceler Otto von Bismarck promulgou as chamadas leis antissocialistas, após dois atentados contra o imperador Guilherme 1º e por temer uma revolução. Embora a validade dessa "lei contra os perigosos propósitos da socialdemocracia" tenha sido em princípio limitada a dois anos, sua vigência acabou por ser prorrogada diversas vezes.
Nesse período, foram proibidas também todas as atividades sindicais no país. Quem não podia ou não queria atuar ilegalmente, estava fadado ao exílio. Este foi o caso de Adolph Johannes von Elm, um exemplo típico de sindicalista social-democrata alemão do século 19. Ele emigrou para os Estados Unidos, onde viveu por 12 anos.

Fim da ilegalidade

Em 1890, a situação política na Alemanha mudou radicalmente em poucos meses. O novo imperador, Guilherme 2º, não estava mais disposto a tolerar um chanceler que pretendesse dar curso a sua própria política e promulgou, contra a vontade de Bismarck, leis de proteção ao trabalhador nos chamados Decretos de Fevereiro. Pouco depois, a 20 de março de 1890, quando a vigência das leis antissocialistas não foi mais prorrogada, Bismarck renunciou ao cargo.
Com a queda dessas leis, ficou relegado ao passado o tempo de ilegalidade dos sindicatos e das perseguições aos líderes operários. Mesmo assim, a discriminação social era grande em relação aos sindicalistas e social-democratas. Ainda no início do século 20, eles eram considerados na Alemanha "cidadãos sem amor à pátria". Apesar de sua atitude, o imperador não tinha qualquer simpatia pelo movimento trabalhista, o que ficava claro em seus pronunciamentos.

Em 1891, Guilherme 2º discursou aos recrutas de um regimento de guarda em Potsdam: "Há para vocês apenas um inimigo, e este é meu inimigo. Considerando as manobras socialistas em curso, pode acontecer que eu venha a ordenar que vocês atirem em seus parentes, irmãos ou pais. Que Deus não permita que isso aconteça, mas se for o caso vocês têm que obedecer sem reclamar".
Congresso de sindicalistas

O ano de 1890 foi o ano da arrancada da social-democracia e do sindicalismo na Alemanha. Pela primeira vez na história, sindicalistas puderam trabalhar livremente e sem medo de perseguições. Como vários outros, também Adolph Johannes von Elm voltou do exílio e retomou suas atividades políticas, tendo participado do primeiro congresso de sindicatos livres, realizado em novembro daquele ano na Alemanha.

Nos anos da ilegalidade, eram pequenas representações locais que lutavam pelos direitos dos trabalhadores. Essas associações de torneiros, marceneiros e pedreiros, entre outros, enviaram seus representantes para o primeiro congresso de sindicalistas, que aconteceu em Berlim. Também o movimento das mulheres trabalhadoras esteve presente ao encontro, através de sua representante Emma Ihrer, da cidade de Velten.

O principal ponto de discórdia girava em torno da estrutura da futura união sindical. Questionava-se se o melhor seria continuar trabalhando em pequenas associações locais de profissionais, ou se a melhor alternativa seria unir-se em uma grande organização central. No dia 17 de novembro, quando o congresso chegou a uma resolução final, os defensores da união haviam prevalecido.

A resolução definia: "Considerando que a organização local não corresponde mais às relações de produção e que a situação econômica de emergência dos trabalhadores requer a concentração de todas as forças, a conferência declara que a forma de organização centralizada apresenta-se no momento como a correta. A conferência aconselha por isso todas as associações locais a unirem-se à organização central em questão".

No entanto, a disputa entre centralistas e defensores das estruturas descentralizadas não foi com isso encerrada. Dé cadas se passaram até que fosse aceita a posição de que exatamente uma associação de trabalhadores necessita de uma união nacional forte e unida.

Para finalizar o encontro, foi formada uma comissão, que passou a ser responsável pela organização do próximo congresso: "A conferência elege uma comissão de sete membros que deverá elaborar as premissas do próximo congresso, definir seu local e data, bem como convocar os trabalhadores para dele participarem".

Entre esses sete membros, estava o representante dos trabalhadores em fábricas de cigarros, Adolph Johannes von Elm, e o presidente da Associação Nacional de Torneiros, Carl Legien, que se tornaria dois anos mais tarde presidente da primeira união sindical alemã.
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Autoria Dirk Kaufmann (sv)


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