PAULO FREIRE JÁ DIZIA: Fundamental diminuir a distância
daquilo se fala e o que se faz, de tal forma que em determinado momento sua
fala seja sua prática.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Epigrama
Ernesto Cardenal
Al perderte yo a ti, tú y yo hemos perdido:
yo, porque tú eras lo que yo más amaba,
y tú, porque yo era el que te amaba más.
Pero de nosotros dos, tú pierdes más que yo:
porque yo podré amar a otras como te amaba a ti,
pero a ti no te amarán como te amaba yo.
Es olvido
Nicanor Parra
Juro que no recuerdo ni su nombre,
mas moriré llamándola María,
no por simple capricho de poeta:
por su aspecto de plaza de provincia.
¡Tiempos aquellos!, yo un espantapájaros,
ella una joven pálida y sombría.
Al volver una tarde del Liceo
supe de la su muerte inmerecida,
nueva que me causó tal desengaño
que derramé una lágrima al oírla.
Una lágrima, sí, ¡quién lo creyera!,
y eso que soy persona de energía.
Si he de conceder crédito a lo dicho
por la gente que trajo la noticia
debo creer,
sin vacilar un punto,
que murió con mi nombre en las pupilas,
hecho que me sorprende, porque nunca
fue para mí otra cosa que una amiga.
Nunca tuve con ella más que simples
relaciones de estricta cortesía,
nada más que palabras y palabras
y una que otra mención de golondrinas.
La conocí en mi pueblo (de mi pueblo
sólo queda un puñado de cenizas),
pero jamás vi en ella otro destino
que el de una joven triste y pensativa.
Tanto fue así que hasta llegué a tratarla
con el celeste nombre de María,
circunstancia que prueba claramente
la exactitud central de mi doctrina.
Puede ser que una vez la haya besado,
¡quién es el que no besa a sus amigas!,
pero tened presente que lo hice
sin darme cuenta bien de lo que hacía.
No negaré, eso sí, que me gustaba
su inmaterial y vaga compañía
que era como el espíritu sereno
que a las flores domésticas anima.
Yo no puedo ocultar de ningún modo
la importancia que tuvo su sonrisa
ni desvirtuar el favorable influjo
que hasta en las mismas piedras ejercía.
Agreguemos, aún, que de la noche
fueron sus ojos fuente fidedigna.
Mas, a pesar de todo, es necesario
que comprendan que yo no la quería
sino con ese vago sentimiento
con que a un pariente enfermo se designa.
Sin embargo sucede, sin embargo,
lo que a esta fecha aún me maravilla,
ese inaudito y singular ejemplo
de morir con mi nombre en las pupilas,
ella, múltiple rosa inmaculada,
ella que era una lámpara legítima.
Tiene razón, mucha razón, la gente
que se pasa quejando noche y día
de que el mundo traidor en que vivimos
vale menos que rueda detenida:
mucho más honorable es una tumba,
vale más una hoja enmohecida,
nada es verdad, aquí nada perdura,
ni el color del cristal con que se mira.
Hoy es un día azul de primavera,
creo que moriré de poesía,
de esa famosa joven melancólica
no recuerdo ni el nombre que tenía.
Sólo sé que pasó por este mundo
como una paloma fugitiva:
la olvidé sin quererlo, lentamente,
como todas las cosas de la vida.
21 Nov 2012
Biblioteca Digital Ciudad Seva
Masa
Al fin de la batalla,
y muerto el combatiente, vino hacia él un hombre
y le dijo: «No mueras, te amo tanto!»
Pero el cadáver ¡ay! siguió muriendo.
Se le acercaron dos y repitiéronle:
«No nos dejes! ¡Valor! ¡Vuelve a la vida!»
Pero el cadáver ¡ay! siguió muriendo.
Acudieron a él veinte, cien, mil, quinientos mil,
clamando: «Tanto amor, y no poder nada contra la muerte!»
Pero el cadáver ¡ay! siguió muriendo.
Le rodearon millones de individuos,
con un ruego común: «¡Quédate hermano!»
Pero el cadáver ¡ay! siguió muriendo.
Entonces, todos los hombres de la tierra
le rodearon; les vio el cadáver triste, emocionado;
incorporose lentamente,
abrazó al primer hombre; echose a andar.
Biblioteca Digital Ciudad Seva
Cartas a una desconocida
Nicanor Parra
Cuando pasen los años, cuando pasen
los años y el aire haya cavado un foso
entre tu alma y la mía; cuando pasen los años
y yo sólo sea un hombre que amó,
un ser que se detuvo un instante frente a tus labios,
un pobre hombre cansado de andar por los jardines,
¿dónde estarás tú? ¡Dónde
estarás, oh hija de mis besos!
Imigrantes no Brasil
O que eu vi sobre os haitianos e senegaleses que chegaram em
Santa Catarina é bem diferente de coisas que tenho lido e ouvido sobre eles. O
que eu vi: homens, em sua maioria, fortes, que parecem saudáveis, dispostos a
trabalhar. “Em qualquer coisa”, eles dizem. “Queremos emprego, educação,
qualidade de vida”, dizem outros. “O Brasil é uma terra de oportunidades”,
afirmam os que estão aqui há mais tempo e os receberam. Ainda sobre o que eu
vi: vi pessoas que sabiam o que estavam fazendo. Que não chegaram aqui com o
objetivo de “sugar” o estado, viver de favor, “roubar nossos empregos” (até
porque há empregos para elas. Informe-se). Vi pessoas que, aparentemente, não
são movidas por esse radicalismo absurdo. Mas também vi coisas que me chocaram:
o olhar para o chão, o medo, vergonha, insegurança, não sei ao certo, de
encarar os que aqui vivem nos olhos. Parece ingenuidade, parece respeito,
parece educação. Mas a mim, pareceu um sinal de subserviência de alguém que se
coloca numa condição inferior aos que ali estão. E isso, obviamente, não é uma
escolha deles ou um traço de sua personalidade. Pode até ser, e eu preferia que
assim fosse, mas me parece um sintoma. Sintoma de gente que já não foi tratada
como gente. Que já foi mal tratada, repudiada, desprezada. De gente que vê
nesse comportamento uma chance de sobreviver aqui, “sem atrapalhar”, “sem se
impor”. E isso me dói, sabe? Imaginar que se colocar numa condição de
inferioridade é estratégia de sobrevivência. Talvez nem seja assim, mas eu
tenho medo que seja. Porque imagino o que causou isso. E causar isso nos torna
menos humanos. Hoje eu ouvi um comentário sobre os haitianos e senegaleses que
era o seguinte: “tem que mandar ‘isso’ aí pra Brasília”. “Isso?”, me pergunto.
Por que usar uma palavra que dê a eles a condição de objeto, de bicho, e não de
gente? Mesmo que, na frase, o autor deste absurdo tivesse substituído o “isso”
por “eles”, ainda assim seria triste. Porque “mandar pra lá” os coloca mais uma
vez em condição de objetos, de algo que não tem capacidade para escolher. E é o
contrário daquilo que eu vi: eles sabem o que querem, sabem o que estão
fazendo, precisam de ajuda, mas estão fugindo de uma realidade que mesmo que a
gente queira, aqui, de longe, sem sentir na pele, jamais seremos capazes de
entender. Eu só queria que da mesma forma como somos rápidos em julgar,
expulsar, separar “eles” de “nós”, fossemos capazes de acolher. Lembrar o
passado, a história. Pensar que nossos avós, bisavós, já foram “eles” também,
talvez até “isso” pra uns. E se nada disso for capaz de te fazer ter o mínimo
de empatia por aquelas pessoas que agora chegam aqui, procure ajuda. Porque o
"isso", essa "coisa" vazia, sem alma, sem coração, me
parece ser você.
por Stefani Ceolla
Adriano Codato....Ministros no Brasil consideram uma ofensa
(e os jornalistas um crise grave) serem convocados ou comparecerem ao Parlamento
para dar explicações, quaisquer que sejam.
Um outro ponto interessante é que, no Brasil, ministros
"técnicos" são supervalorizados em relação aos políticos, i.e., aos
políticos eleitos que vêm a ocupar alguma posição ministerial.
É bastante sintomática das nossas diferenças (e das nossas
escalas de prestígio e legitimidade) essa frase do deputado da direita para a
ministra da Educação da França:
--- "Senhora ministra, quem é a senhora para se dirigir
assim a um representante eleito pelo povo, a senhora que nunca foi eleita pra
nada?"
p.s.: a reforma educacional é altamente defensável e a
direita acusa o governo socialista de implantar uma pedagogia, mutatis
mutandis, bolivariana e acabar com a meritocracia...
Felipe Calabrez....Essas diferenças a que se refere estão no
âmbito da "sociedade" em geral ou opinião pública, não? Pergunto
porque tenho a impressão de que "dentro" do Parlamento a postura lá é
a mesma daqui. Isto é, os parlamentares sempre usam do discurso de que são
"representantes do povo" e não costumam gostar muito de conversa de
técnico e gestor. Duvido que explicações "técnicas" dadas no
congresso mudem um único voto. E os técnicos e gestores de políticas públicas
também não vêem políticos com bons olhos.
Adriano Codato.......Penso que essas são diferenças que são
expostas à sociedade; ou que podem ser expostas sem chocar a opinião pública. E
que alguma repercussão social devem ter. Imagine no Brasil alguém falar, por
exemplo, para um juiz: 'o senhor fique quieto porque eu fui eleito para falar
sobre esse tema, e o senhor não'. Seria o fim. Além disso, políticos
parlamentares aqui e aí esgrimem essa retórica pomposa de Povo, Nação, etc..
Mas tenho a impressão que o eleitor médio ouve isso, no Brasil, como uma coisa
caricata e sem sentido. E sim, de fato, político não engole técnico e
vice-versa.
Eric Gil Dantas Apesar do avanço dos "economistas no
governo", o técnico judiciário ainda é mais "respeitado" do que
o técnico econômico, pelo que me parece.
Chants berbères de Kabylie
« J’ai dit ma peine à qui n’a pas souffert,
Il s’est ri de moi,
J’ai dit ma peine à qui a souffert, il s’est penché vers
moi.
Ses larmes ont coulé avant mes larmes,
Il avait le
cœur blessé ».
Jean
Amrouche
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