sábado, 3 de novembro de 2012

Tres historias del viento



I


El viento venía rojo
por el collado encendido
y se ha puesto verde, verde
por el río.
Luego se pondrá violeta,
amarillo y...
Será sobre los sembrados
un arco iris tendido.

II


Viento estancado.
Arriba el sol.
Abajo
las algas temblorosas
de los álamos.
Y mi corazón
temblando.

Viento estancado
a las cinco de la tarde.
Sin pájaros.

III


La brisa
es ondulada
como los cabellos
de algunas muchachas.
Como los marecitos
de algunas viejas tablas.
La brisa
brota como el agua
y se derrama,
como un bálsamo blanco,
por las cañadas,
y se desmaya
al chocar con lo duro
de la montaña.

  Federico Garcia Lorca

AS RUAS ESTÃO ESTRANHAS ESTA NOITE


 
Pétalas destroçadas tingem a noite de vermelho.
Mister Morfina se arrasta pelas ruas,
os bolsos cheios de câmaras-de-ar furadas,
tranqueiras, e cacos de vidro.

Peixes coloridos saltam sob a luz dos semáforos.

Uma Rosa cospe um blues na poça das sarjetas.
Um Opala caindo aos pedaços bate de frente
no Monumento aos Desesperados Anônimos.

O vidro do aquário se estilhaça.
Os peixes fogem montados em motocicletas envenenadas.

Orelhões suicidas gritam palavras obscenas para velhinhas traficantes.

Mister Morfina acende um cigarro e observa a palidez de 50 topmodels que desfilam descalças na passarela cheia de cacos de vidro.

Deus está solto. E dizem que Ele está armado.

 Ademir Assunção

Corazón Nuevo



Mi corazón, como una sierpe,
se ha desprendido de su piel,
y aquí la miro entre mis dedos
llena de heridas y de miel.

Los pensamiento que anidaron
en tus arrugas, ¿dónde están?
¿Dónde las rosas que aromaron
a Jesucristo y a Satán?

¡Pobre envoltura que ha oprimido
a mi fantástico lucero!
Gris pergamino dolorido
de lo que quise y ya no quiero.

Yo veo en ti fetos de ciencias,
momias de versos y esqueletos
de mis antiguas inocencias
y mis románticos secretos.

¿Te colgaré sobre los muros
de mi museo sentimental,
junto a los gélidos y oscuros
lirios durmientes de mi mal?

¿O te pondré sobre los pinos,
-libro doliente de mi amor-
para que sepas de los trinos
que da a la aurora el ruiseñor?

  Federico Garcia Lorca

A guilhotina




Não só os homens perdem a cabeça por causa dela. Também houve mulheres que a guilhotina matou e esqueceu, porque não eram tão importantes como a rainha Maria Antonieta.
Trës casos exemplares:
Olympia de Gouges foi decapitada pela Revolução Francesa, em 1793, para que não continuasse acreditando que também as milheres são cidadãs.
em 1943, Marie-Louise Giraud foi para o patíbulo, em Paris, por ter praticado abortos, "atos criminosos contra a família francesa";
enquanto ao mesmo tempo, em Munique, a guilhotina cortava a cabeça de uma estudante, Sophie Scholl, por distribuir panfletos contra a guerra e contra Hitler:
- Que pena - disse Sophie. - Um dia tão lindo, com esse sol, e eu tendo que ir embora.

 Galeano - 3 de outubro