Pétalas destroçadas tingem a noite de vermelho.
Mister Morfina se arrasta pelas ruas,
os bolsos cheios de câmaras-de-ar furadas,
tranqueiras, e cacos de vidro.
Peixes coloridos saltam sob a luz dos semáforos.
Uma Rosa cospe um blues na poça das sarjetas.
Um Opala caindo aos pedaços bate de frente
no Monumento aos Desesperados Anônimos.
O vidro do aquário se estilhaça.
Os peixes fogem montados em motocicletas envenenadas.
Orelhões suicidas gritam palavras obscenas para velhinhas
traficantes.
Mister Morfina acende um cigarro e observa a palidez de 50
topmodels que desfilam descalças na passarela cheia de cacos de vidro.
Deus está solto. E dizem que Ele está armado.
Ademir Assunção
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