"Vivemos em uma época que começou com o motor a vapor e
se completou com a desintegração do átomo.A energia contida na fórmula
relativista nos dará amanhã o banheiro , o dinheiro, a bateria portátil , o
ouro que se relega na memória dos Westerns .A poesia vai alimentar as baterias
nucleares e colocar a alma humana e o sofrimento em um herbário? Vivemos em
tempos épicos e de épico nada temos."
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Something
On Earth
Something
must have happened
On earth
The clouds
That
towered
For days
and nights above the steppe
Pushing
dents
In my
winter-tired tent
Are
bursting apart now
Moving on
in gray clumps
Perhaps a
knot loosened
From the
great tent whose roof struts
Are beams
of sun, moon and wind
Or it was
you who sent a bright thought
This way or
lured from a hiding place
The dream
which
Long
expected
Only
arrived last night
And which I
Hunkered in
hope
Passed on
to the coming day.
Galsan Tschinag
Apresentação de Sacher-Masoch.
Em Os cento e vinte dias, o libertino se declara excitado
não pelos “objetos que aqui estão”, mas pelo Objeto que não está ali, quer
dizer a “idéia do mal”. Ora, essa idéia de algo que não está, essa idéia do Não
ou da negação, que não é dada nem possível de ser dada na experiência, só pode
ser objeto de demonstração (no sentido em que o matemático fala de verdades que
guardam todo seu sentido mesmo se dormirmos, e mesmo não existindo na
natureza). É o porquê também dos heróis sádicos desesperarem e se enfurecerem
vendo seus crimes tão magros comparados àquela idéia que eles só conseguem
atingir através da onipotência do raciocínio. Sonham com um crime universal e
impessoal ou, como diz Clairwil, com um crime “cujo efeito perpétuo aja, mesmo
quando eu não mais agirei, de forma que não se passe mais um só instante da
minha vida em que, mesmo dormindo, eu não seja a causa de uma desordem
qualquer”.
G. Deleuze
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