Alessandro Jucá
Uma coisa eu acho muito interessante. Geralmente quem diz:
"Não sou a favor de medidas paliativas, pois o problema é mais
profundo." ou "Não se deve dar o peixe e sim ensinar a pescar"
quanto as questões sociais, são pessoas que têm o que comer, vestir, onde
dormir e trabalho digno. O que penso é que são coisas bem diferentes, mas uma
não exclui a outra. Dar comida a quem tem fome e criar uma forma de promover o
crescimento e a dignidade de um ser humano são ou podem ser perfeitamente
complementares. O sujeito dizer que o problema da fome se resolve com educação,
tranquilo, tem um fundamento interessante quanto a abrangência, a médio e longo
prazo. O problema da fome, a educação ajuda a resolver com certeza, porém o
problema da fome real e não a do conceito do que esta seja para as ciências
sociais, a fome do cidadão que não tem o que comer, só se resolve comendo,
mesmo que de repente o país decidisse investir 40% do arrecadado em educação.
Diante disso, como uma orientação, eu sugiro a experimentação científica do
argumento: Você e seus filhos estão com fome? Façam jejum (importante para a
conclusão da pesquisa), peça que seus filhos, assim como você, aguardem alguns
anos e mãos a obra: vá estudar e se dedique a aprender, a se qualificar para
que seu currículo seja o melhor dos melhores, e quando finalmente você provar
pra si mesmo e pra todos que você consegue um lugar no mercado e que você não é
só mais um preguiçoso parasita que vive do dinheiro público, observe se seu
estômago parou de doer, se seus filhos pararam de chorar pedindo comida e faça
uma tese defendendo seu ponto de vista de que a educação adquirida por você
resolveu a SUA fome e a de sua família.
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