domingo, 12 de dezembro de 2010

Sobre a Morte






Quando penso que os dias a passar

Em passos breves, mas em peso sentidos,

Minh'alma levam a espaços temidos

E a juventude à morte vai dar,



Por estranho e triste me pareça

Que em breve (ora vivo) eu vá morrer,

Vaga, incerta dor que pesa em meu ser

Faz com que a mente em pavor desfaleça.



Contudo mesmo em raiva, choro e pena

Cada instante é consolo ao coração

E com riso acolherei cada gemido:



Do fundo desespero a esp'rança acena.

Na morte não vejo a libertação -

É melhor o mau que o desconhecido.





Alexander Search (1904). Poesia. Ed e Trad. Luísa Freire. Assírio&Alvim, Lisboa, 1999., p. 11

Nenhum comentário: