sábado, 4 de outubro de 2014

CREPÚSCULO


O claro acorda o escuro
O escuro aborta a luz
O espaço rompe os espaços
Farrapos afogam-se na solidão!
A alma dança
E
Oscila e oscila
E
Estremece no espaço
Você!
Meus membros buscam-se
Meus membros roçam-se
Meus membros
Oscilam afundam afundam afogam-se
Na
Imensidão
Você!
O claro aborta o escuro
O escuro devora a luz!
O espaço se afoga na solidão
A alma
Ferve
Ferrolha-se
Para!
Meus membros
Giram
Na
Imensidão
Você!
O claro é luz!
A solidão sorve!
A imensidão escorre
Rasga
Me
Em
Você!
Você!
Dämmerung
Hell weckt Dunkel
Dunkel wehrt Schein
Der Raum zersprengt die Räume
Fetzen ertrinken in Einsamkeit!
Die Seele tanzt
Und
Schwingt und schwingt
Und
Bebt im Raum
Du!
Meine Glieder suchen sich
Meine Glieder kosen sich
Meine Glieder
Schwingen sinken sinken ertrinken
In
Unermeßlichkeit
Du!
Hell wehrt Dunkel
Dunkel frißt Schein!
Der Raum ertrinkt in Einsamkeit
Die Seele
Strudelt
Sträubet
Halt!
Meine Glieder
Wirbeln
In
Unermeßlichkeit
Du!
Hell ist Schein!
Einsamkeit schlürft!
Unermeßlichkeit strömt
Zerreißt
Mich
In
Du!
Du!

Poemas-Estalactites, August Stramm, [organização e tradução de Augusto de Campos], Editora Perspectiva, 2009, p. 44-47.

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