Em uma sociedade moderna a ciência e a universidade possuem
importante papel social ao fazerem a triagem entre verdade e mentira. No campo
das ciências sociais e das humanidades as críticas das definições, formas e
conteúdos são igualmente decisivos. 31 de março de 1964 foi golpe de uma parte
reacionária da sociedade contra a democracia. O nazismo é de direita e sempre
foi. Temer foi um dos chefes do golpe de 2016 contra a presidenta eleita Dilma
e foi preso porque é culpado. Aécio Neves nunca foi preso porque apresenta
capitais sociais e políticos familiares elitizados, já Lula se tornou um preso
político e sem nenhuma evidência documental de crime comprovada porque é o
chefe da oposição popular ao mesmo golpe. O sistema judicial e policial, o
sistema socialmente real e existente no Brasil, é derivado das antigas
Ordenações Filipinas, baseado em diferenças significativas entre
"nobres", "peões" e "escravizados", "raça,
cor e gênero", de modo que podemos entender como um helicóptero com quase
meia tonelada de cocaína terá um tratamento diferenciado do jovem, negro,
trabalhador de baixa renda e baixa escolaridade, morador de favelas da
periferia. O papel da universidade e das ciências sociais, o papel das suas
plurais comunidades científicas, é o debate sobre a verdade social e política,
um intenso campo de lutas sociais e políticas. Quem reconhece a verdade e
denuncia a mentira sobre a existência de golpes, de nazismos de esquerda, de
terra plana, os antievolucionistas, as modernas fake news, velhas ideologias de
extrema-direita, é a triagem e autoridade crítica da universidade. Não é o
político, o militar, o religioso, o jurista, o jornalista, o astrólogo, o senso
comum, quem definirá a verdade científica das teses, mas as bancas de
professores doutores, profissionais de décadas de estudos, leituras, debates e
ciência. Daí entendemos as rasas tentativas de ataques da direita ideológica
anticientífica contra a universidade, contra os seus currículos, contra seus
professores e cientistas, por parte de tipos analfabetos, sem diplomas, sem
certificação de qualidade universitária, sem doutorado e sem critérios de
excelência acadêmica, critérios para enfrentarem o duro combate cotidiano pela
construção dialética, em constante mudança e transformação, das verdades
sociais e políticas em metamorfose...
Ricardo Costa de Oliveira
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