sábado, 6 de abril de 2019

A virada na avaliação negativa de Bolsonaro


Podemos verificar a virada na avaliação negativa de Bolsonaro pelas pesquisas de opinião e também pelo sentimento das conversas nas ruas. Quando as pessoas simples começam a criticá-lo nos supermercados, estacionamentos, postos de combustíveis, locais públicos, é sinal que finalmente a onda de direita está em acelerado refluxo na direção contrária. O termômetro do cotidiano nas ruas. Uma das melhores definições foi a de um senhor que conheço e cumprimento há muitos anos. Nas eleições era um bolsonarista convicto alegando que tínhamos que colocá-lo lá porque os outros não resolveriam. Agora reclamou do roubo das aposentadorias e lembrou uma coisa que nós mal lembrávamos. O que decretou a falência mesmo da ditadura militar no governo Figueiredo foi a alta do preço do feijão, justamente o que acontece agora com a subida dos preços do feijão, 20% de aumento, ao lado da contínua subida dos combustíveis e a sensação do Bozo como um déjà vu, definitivamente instalado na imensa rejeição de um Figueiredo, Sarney, Collor, FHC nos finais de mandatos. Agora está gostoso criticar e falar mal do desgoverno bolsonaresco, torna-se uma conversa popular, um tema em que quase todos concordam e socializam na falta de outros assuntos. Que mudança da tensão eleitoral quando se iludiam com a farsa bolsonarista e estavam cegos e mesmo agressivos. Agora é seguro começar uma conversa com pessoas que não tenhamos intimidade malhando o desgoverno e sua penca de péssimos ministros, o papelão de um Moro fracassado, um Guedes, o colombiano do cai não cai, e rola mais apoio e concordância ao criticarmos os ilegítimos na presidência, do que ao falarmos do clima ou do último resultado esportivo ! Falar mal dos Bozos virou tema reconhecido por todos, assunto corriqueiro, banal e quase consensual.

Ricardo Costa de Oliveira

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