Podemos verificar a virada na avaliação negativa de
Bolsonaro pelas pesquisas de opinião e também pelo sentimento das conversas nas
ruas. Quando as pessoas simples começam a criticá-lo nos supermercados,
estacionamentos, postos de combustíveis, locais públicos, é sinal que
finalmente a onda de direita está em acelerado refluxo na direção contrária. O
termômetro do cotidiano nas ruas. Uma das melhores definições foi a de um
senhor que conheço e cumprimento há muitos anos. Nas eleições era um
bolsonarista convicto alegando que tínhamos que colocá-lo lá porque os outros
não resolveriam. Agora reclamou do roubo das aposentadorias e lembrou uma coisa
que nós mal lembrávamos. O que decretou a falência mesmo da ditadura militar no
governo Figueiredo foi a alta do preço do feijão, justamente o que acontece
agora com a subida dos preços do feijão, 20% de aumento, ao lado da contínua
subida dos combustíveis e a sensação do Bozo como um déjà vu, definitivamente
instalado na imensa rejeição de um Figueiredo, Sarney, Collor, FHC nos finais
de mandatos. Agora está gostoso criticar e falar mal do desgoverno bolsonaresco,
torna-se uma conversa popular, um tema em que quase todos concordam e
socializam na falta de outros assuntos. Que mudança da tensão eleitoral quando
se iludiam com a farsa bolsonarista e estavam cegos e mesmo agressivos. Agora é
seguro começar uma conversa com pessoas que não tenhamos intimidade malhando o
desgoverno e sua penca de péssimos ministros, o papelão de um Moro fracassado,
um Guedes, o colombiano do cai não cai, e rola mais apoio e concordância ao
criticarmos os ilegítimos na presidência, do que ao falarmos do clima ou do
último resultado esportivo ! Falar mal dos Bozos virou tema reconhecido por
todos, assunto corriqueiro, banal e quase consensual.
Ricardo Costa de Oliveira
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