"Mas é sua pretensão à universalidade o que especifica,
em todos os casos, o juízo de valor estético. Observou-o Kant e é, de fato, o
ponto de partida de sua reflexão: quando emito determinado juízo, não posso
deixar de reivindicar para ele a objetividade e deixar de pensar que deve ser
por todos subscrito. Por certo, também posso pronunciar juízos subjetivos, em
primeira pessoa, ao dizer, por exemplo: 'gosto desta obra' ou 'prefiro isto ou
aquilo'; mas, nessas circunstâncias, tenho consciência de exprimir apenas meus
gostos e, afinal, de julgar a partir de mim mesmo mais do que do objeto.
Portanto, distingo claramente entre juízo objetivo e juízo subjetivo; e talvez
seja necessário estar de má fé ou ser ingênuo por excesso de sutileza para
sustentar um relativismo total e afirmar que todo juízo estético é
irredutivelmente subjetivo."
(DUFRENNE, Mikel. "Estética e Filosofia". tr.
Roberto Figurelli. São Paulo: Perspectiva, 2012. p. 36)
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