Conhecemos várias referências políticas para o tipo de golpe
apresentado no Brasil, não apenas na teoria, mas também na cultura e nas artes.
O tipo descarado de novo golpe "soft power" é conduzido pelos mais
ricos, os mais corruptos, de dentro das estruturas mais conservadoras do
Estado, com a participação de membros das burocracias públicas mais
privilegiadas e dos magnatas da mídia. Protagonistas conhecidos por negociatas
públicas, alguns com antigas genealogias do poder e bastante expertise nos
meandros dos poderes estatais, formam os ativos bastidores do golpe, ao lado de
empresários e interesses estrangeiros. Segmentos tradicionais, com vasta
experiência no poder legislativo e no sistema judicial atuam de forma a
ocultarem as suas flagrantes ilegalidades na condução do golpe no Brasil. Um
dos melhores exemplos de golpe soft-power de dentro dos bastidores do
"civil service" foi a série britânica de ficção "A Very British
Coup", em que um popular líder trabalhista, uma mistura de Lula-Mujica,
tenta ser derrubado por poderosos empresários e aristocratas, das altas
burocracias públicas, que atuam de maneira ilegal nos bastidores da
administração ao forjarem irregularidades de evidências financeiras contra o
chefe trabalhista. Série televisiva baseada em livro anterior. No final somente
eleições e mais democracia neutralizam os golpistas.
RCO
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