Em 19 de setembro de 1870, o cerco das tropas alemãs a Paris
marcou o início do fim da guerra de Bismarck contra Napoleão 3º.
Após a guerra teuto-francesa, Bismarck governou a Prússia de
1871 a 1890
O fato que conduziu diretamente ao irrompimento da Guerra
Franco-Prussiana de 1870 foi a candidatura do príncipe Leopoldo von
Hohenzollern-Sigmaringen, um parente distante do rei prussiano Guilherme 1º, ao
trono espanhol, que havia ficado vago após a revolução de 1868.
Embora sem o consentimento de Guilherme 1º, o então chefe de
governo da Prússia, Otto von Bismarck, convenceu Leopoldo de que o trono espanhol
deveria ser ocupado por alguém da dinastia Hohenzollern. Já a França, governada
por Napoleão 3º, sobrinho de Napoleão Bonaparte, foi contra, por temer um
desequilíbrio de poder na Europa em favor dos alemães.
Num gesto extremo, Paris ameaçou a Prússia com guerra, caso
não retirasse o apoio ao candidato ao trono espanhol. A pressão de Guilherme 1º
cresceu, a ponto de Leopoldo desistir oficialmente. Mas Napoleão 3º, que
pretendia ver a Prússia humilhada, exigiu do soberano alemão um pedido oficial
de desculpas e, acima de tudo, a garantia de que também no futuro a dinastia
Hohenzollern não ambicionaria o trono espanhol.
Esta exigência foi manipulada por Bismarck para ser
entendida como um ultimato da França. Ele não só acreditava que seu país
estivesse preparado para um conflito armado; apostava, também, no efeito
psicológico que uma declaração de guerra contra a Prússia teria nos países
vizinhos. Contando com a solidariedade dos países de idioma alemão, estaria
praticamente atingida a meta da unificação.
Vizinhos do sul aliaram-se à Prússia
A guerra foi declarada pela França a 19 de julho de 1870 e,
imediatamente, a Alemanha e seus vizinhos sulinos uniram-se numa frente contra
Napoleão 3º e suas tropas. O Império Áustro-Húngaro, a Rússia, a Itália e a Inglaterra
preferiram manter a neutralidade. Enquanto as tropas alemãs, do
comandante-em-chefe conde Helmuth von Moltke, dispunham de 400 mil soldados, os
franceses conseguiram mobilizar apenas 200 mil.
A primeira batalha, a 2 de agosto, em Saarbrücken, foi vencida
pela França. Quatro dias depois, entretanto, o país sofria a primeira derrota.
As seguintes seriam em Vionville (15 de agosto), Gravelotte (18) e Beaumont
(30/08).
A batalha decisiva foi iniciada na manhã de 1º de setembro,
em Sedan. Napoleão chegou ao campo de batalha na tarde do mesmo dia e assumiu o
comando militar. Ao conscientizar-se da situação desoladora, ordenou que fosse
içada a bandeira branca. Na mesma noite, foi negociada a capitulação e a prisão
de Napoleão e 83 mil soldados franceses.
Quando esta notícia chegou a Paris, houve uma rápida
rebelião, a Assembleia Constituinte foi dissolvida e, a 4 de setembro,
proclamada a República Francesa. No dia 19 de setembro de 1870, as tropas
alemãs cercaram Paris. Nos conflitos que se seguiram, comandados pelo governo
da resistência, em Tours, os franceses foram derrotados pelos prussianos. Os
sérios problemas de abastecimento e a forma rudimentar com que a população civil
tentava evitar a tomada da capital apressaram a capitulação, a 19 de janeiro de
1871.
Um dia antes, Guilherme 1º havia sido coroado imperador
alemão no Palácio de Versalhes, selando o objetivo de Bismarck, de uma grande
potência alemã. A capitulação formal de Paris e o armistício aconteceram a 28
de janeiro de 1871. Seguiram-se a composição da Assembleia Nacional francesa e
a constituição da Terceira República. O acordo de paz foi selado em Frankfurt,
a 10 de maio de 1871. Como reparação de guerra, a França abdicou da Alsácia e
foi forçada a pagar uma alta soma em dinheiro.
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