Will Coutinho Hamon
Então é isso! Todo o discurso politicamente correto quando
não expõe claramente de onde vem, a quem beneficia e ao que se propõe é um
exercício de falso moralismo. Velhos ou novos – partidos, candidatos e
propostas estarão sempre a serviço de interesses corporativos e individuais.
Deixar se iludir por um, por outro ou pelos três é se deter na superfície do
jogo de interesses da política. Sei que falo o óbvio. Mas sei também que muitos
usam e continuarão a usar toda a sorte de mentiras e violências para ocultar
esse fato. E mais que isso. Que algumas pessoas, possivelmente aquelas que
ainda não têm a experiência a seu favor hão de tomar esse “verniz” por verdade,
ou, o que se tornou um problema recente e de graves conseqüências no meu
entender. Que precocemente decepcionados com o cenário nacional muitos irão
alienar-se do compromisso que como cidadãos têm, atribuindo seu voto, o chamado
“voto de protesto”, à agrupamentos e a figuras que se especializaram em
abocanhar esse filão de mercado, mas que nada de diferente acrescentam ou
modificam na realidade política brasileira. Diante dessas considerações faço um
apelo a todos aqueles que como candidatos ou cabos eleitorais pretendem
conquistar adeptos para a sua causa neste ano de 2014! Ajudem a elevar o nível
do debate político estadual e nacional. Independente da sua orientação
político-ideológica (da extrema esquerda à extrema direita) milite(m) em cima
de propostas. Apresente(m) projetos. Elabore(m) e defenda(m) estratégias.
Proponha(m) planos. Ouse(m). Arrisque(m). E, acima de tudo, se exponha(m). Não
faça(m) o jogo da mediocridade e da manipulação de informações. A política nacional
é, em grande escala, a continuidade desta que fazemos em nosso cotidiano. As
maiores vantagens da democracia são a possibilidade de participarmos da sua
construção, de escolhermos com base em critérios racionais e, acima de tudo, de
trocarmos, substituirmos, alternarmos sempre que quisermos e acharmos
necessário. Abdicar disso é dar margem para as perversões e as distorções que
nos acostumamos a acompanhar diariamente e que, com toda a certeza, são os
fatores que a vem corrompendo. Recentemente em Curitiba, entre as Ruas XV de
Novembro e a Avenida Marechal Deodoro, mais especificamente na rua Francisco
Torres, próximo a Reitoria da UFPR me deparei com uma pichação que em poucas
palavras traduziu muito do que eu acredito e defendo. “Nossos sonhos não cabem
nas urnas!”. Com a permissão do autor que eu desconheço, mas, que, desde então,
passei a admirar, acrescentaria – “É por precisar continuar sonhando que
recorremos as elas”!!!
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