'Embora as campanhas eleitorais sempre priorizem as questões
domésticas, não podemos deixar de considerar esta arquitetura também estará em
jogo nas eleições de outubro deste ano: o desmanche, o realinhamento ou o
fortalecimento do projeto de inserção do Brasil na economia global adotado há
mais de dez anos.
Isso, num quadro de crise econômica duradoura, em que as
finanças miram, acima de tudo, as grandes riquezas ainda disponíveis na América
do Sul.
O filé mignon é o megalastro energético que, aos poucos, vai
se transformando no pilar central do desenvolvimento integrado do continente.
A saber: o pré-sal brasileiro, as reservas de gás da Bolívia
e as maiores reservas de petróleo pesado do mundo, na faixa do Orinoco, na
Venezuela. De certa forma, estas reservas começam a se tornar interdependentes,
embora de forma ainda incipiente.
Aqui, somos nós, os sulamericanos, que estamos diante de
nossa própria sequência de dominós. A queda de um coloca em risco todos os
outros.
Talvez seja apenas retórica de campanha, para agradar
usineiros; ou uma satisfação aos que sonham com a era pós-petróleo. Se Marina
Silva, de fato, não considera prioritário o desenvolvimento do pré-sal, pode
estar colocando em risco toda a arquitetura da integração continental à
brasileira que herdamos do governo Lula — e isso, para além da ideologia, se
traduz em emprego e renda'
--por Luiz Carlos Azenha, via Viomundo
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