segunda-feira, 1 de setembro de 2014

'Embora as campanhas eleitorais sempre priorizem as questões domésticas, não podemos deixar de considerar esta arquitetura também estará em jogo nas eleições de outubro deste ano: o desmanche, o realinhamento ou o fortalecimento do projeto de inserção do Brasil na economia global adotado há mais de dez anos.
Isso, num quadro de crise econômica duradoura, em que as finanças miram, acima de tudo, as grandes riquezas ainda disponíveis na América do Sul.
O filé mignon é o megalastro energético que, aos poucos, vai se transformando no pilar central do desenvolvimento integrado do continente.
A saber: o pré-sal brasileiro, as reservas de gás da Bolívia e as maiores reservas de petróleo pesado do mundo, na faixa do Orinoco, na Venezuela. De certa forma, estas reservas começam a se tornar interdependentes, embora de forma ainda incipiente.
Aqui, somos nós, os sulamericanos, que estamos diante de nossa própria sequência de dominós. A queda de um coloca em risco todos os outros.
Talvez seja apenas retórica de campanha, para agradar usineiros; ou uma satisfação aos que sonham com a era pós-petróleo. Se Marina Silva, de fato, não considera prioritário o desenvolvimento do pré-sal, pode estar colocando em risco toda a arquitetura da integração continental à brasileira que herdamos do governo Lula — e isso, para além da ideologia, se traduz em emprego e renda'


--por Luiz Carlos Azenha, via Viomundo

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