Nunca te vi, que não tivesse o desejo de te rezar. Nunca te
ouvi, que não tivesse o desejo de acreditar em ti. Nunca te esperei, sem o
desejo de sofrer por ti. Nunca te desejei, sem ter também o direito de me
ajoelhar à tua frente. Sou para ti como o bastão para o caminhante, mas sem te
apoiar. Sou para ti como o cetro é para o rei, mas sem te enriquecer. Sou para
ti como a última pequena estrela é para a noite, ainda que a noite mal a
distinguisse e ignorasse a sua cintilação.
René
Rilke | "Correspondência Amorosa", Rainer Maria
Rilke e Lou Andreas-Salomé | trad. Manuel Alberto, Relógio D'Água Editora.
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