domingo, 10 de fevereiro de 2013

É FREUD NO SAMBA


Vocês sabiam que freud falou de Carnaval? Se não sabiam, fiquem sabendo:

É inteiramente concebível que a separação do ideal do ego do próprio ego não pode ser mantida por muito tempo, tendo de ser temporariamente desfeita. Em todas as renúncias e limitações impostas ao ego, uma infração periódica da proibição é a regra. Isso, na realidade, é demonstrado pela instituição dos festivais, que, na origem, nada mais eram do que excessos previstos em lei e que devem seu caráter alegre ao alívio que proporcionam. As saturnais dos romanos e o nosso moderno carnaval concordam nessa característica essencial com os festivais dos povos primitivos, que habitualmente terminam com deboches de toda espécie e com a transgressão daquilo que, noutras ocasiões, constituem os mandamentos mais sagrados. Mas o ideal do ego abrange a soma de todas as limitações a que o ego deve aquiescer e, por essa razão, a revogação do ideal constituiria necessariamente um magnífico festival para o ego, que mais uma vez poderia então sentir-se satisfeito consigo próprio.

Pois bem, na cultura do carnaval, este ideal do ego chama-se:RELIGIÃO.

a palavra seria derivada da expressão do latim "carnem levare", modificada depois para "carne, vale !" (adeus, carne!), palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma. Provavelmente vem também daí a denominação "Dias Gordos", onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período vindouro (Dias Magros da Quaresma).
O ENTRUDO

Cada um tem o ideal do ego que merece.
O ideal do ego pode ser mediador, suave e nos ajudar a fazer de cada dia do ano carnaval, isto é, nos ajudar a gozar. Só o neurótico é que tendo como este ideal a cultura, a religião etc...acredita nisto.
Todo dia é dia de gozo, quem manda em mim sou eu. Ninguém será considerado se ousar dizer quando devo ou não gozar. A mediação se faz no sentido de em falando de carne bovina, cuidar do colesterol. Mas se a carne for humana, das DSTs.
Me agrada que no carnaval atual aproveitamos tudo isto para transformar em arte, como nas escolas de samba. Não há transgressão alguma, é só fazer bem feito. No meu carnaval o ano todo é gordo pois nele se DIZ NO PÉ DA LETRA E DA FALA.
Quem pensou que eu não sei dizer no pé, enganou-se.
BOM ANO GORDO!!!!!



Escrito por Rubens Molina

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