Anisio Garcez HomemNão é o Coronavírus quem criou a crise econômica. Ela é
fruto de uma imensa massa de capital especulativo (estamos falando de centenas
de trilhões de dólares) sem capacidade de realizar lucros na produção e
comércio de mercadorias. Não adianta injetar mais dinheiro no sistema
financeiro porque ele está saturado de liquidez. Isso foi testado em 2008 e só
arrastou o problema até aqui, numa bolha muito maior, para explodir, aí sim,
pelo impacto da pandemia do coronavírus, mas poderia ser pela falência de um
grande ramo industrial, como ainda é possível de acontecer. Em 2008 os bancos
foram socorridos por Everests de dinheiro público tirados dos orçamentos dos
governos para os serviços públicos e a previdência (a tal austeridade fiscal
desenfreada) e foi como enxugar gelo. O efeito disso estamos vendo agora com a
falência dos sistemas de saúde em todo o mundo, incapazes de dar conta do
COVID-19. Os economistas burgueses - estes especialistas em matemática
financeira e nada mais, que desprezam Marx - estão se dando conta de que sem capacidade
de consumo dos salários e da renda de setores médios não há comércio e
realização de lucro. Qual o problema então? O problema é que é impossível aos
capitalistas multibilionários, ao mercado financeiro, às grandes fortunas,
abrirem mão de montanhas enormes de dinheiro que têm em mãos para repassá-las
aos assalariados sem desmoronar o sistema de produção do lucro, essência do
capitalismo, porque o lucro tem como componente fundamental e inexorável baixar
ao máximo o preço da força de trabalho. Ou seja, como previu Rosa Luxemburgo, o
sistema capitalista entrou em colapso e já não pode mais funcionar pelas
exacerbações ao limite de suas próprias contradições. A questão que se impõe é:
em que momento as lideranças da classe trabalhadora por todo o mundo vão tomar
consciência que soou a hora de instituir a propriedade coletiva dos poderosos
meios de produção que a humanidade dispõe, planificar sua produção e pô-las a
serviço da sobrevivência e bem-estar da espécie? Ficar atrelado à ideia
fantasiosa de um capitalismo humanizado já passou da hora.
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e área interna
Ricardo Corona Anisio, será que os financistas estão mesmo
sem condições de lucro? Ou será que eles detêm o copyrigth do Coronavírus e,
muito em breve, o de seu antídoto? A crise que estamos vivendo é bem profunda e
sua enunciação foi dada por autores cyberpunks com seus personagens
pós-orgânicos, pós-biológicos e pós-humanos, precisamente. E seus romances são
certeiros, apesar de ser ficcionais, porque anunciam nesse "pós" uma
crise que desenha o nosso fracasso "polítikus", pois percebem,
atualmente, a imbricação entre capitalismo, comunismo e universo financeiro -
acrescente-se aí nesse monstro financista de várias cabeças um corpo religioso.
A ficção nos avisou.
Anisio Garcez Homem Ricardo Corona, o crash nas bolsas, com
baixas acentuadas dos valores das ações, é a expressão de que os valores
fictícios do capital no mercado financeiro não conseguem se relançar na
produção porque não há mercado para tanto (leia-se não há consumidores!) e
estão mostrando o que são: montanhas de capitais sem serventia (serventia para
a realização do lucro que é nada mais nada menos do que expressão da exploração
da mais-valia sobre a classe trabalhadora). É esse dilema que hoje enfrenta o
grande capital e por isso o sistema está ruindo e pode levar consigo a
destruição de força produtivas enormes como uma massa de trabalhadores mortos
pelo COVID-19, uma massa de aposentados mortos que deixarão de receber da
previdência, o fechamento de ramos inteiros da economia...mas, tudo isso
(terreno fértil para alimentar todo o tipo de criação ou busca por distopias
literárias) pode lançar a humanidade na barbárie e não relançar uma nova fase
da economia capitalista como aos trancos e barrancos as duas grandes guerras
fizeram. Há uma lei na natureza que estabelece que num determinado momento a
quantidade se transforme em qualidade. É isso que está acontecendo agora. O
capital - inclusive por vias artificiais e até mesmo mafiosas - acumulou-se
numa tal proporção que não há como simplesmente valorizar-se, mesmo imaginando
uma destruição da sociedade humana em quantidade avassaladora para criar uma
possibilidade de "mercado" da reconstrução. Precisamos pensar em algo
para por no lugar deste sistema da propriedade privada dos meios de produção
que faliu ou está falindo e pode nos levar à barbárie.
Serginho Athayde Anísio, não tenho informações e
conhecimento para discutir o texto apresentado dentro da sua narrativa. No
entanto concordo que algo de novo acontece, já há algum tempo, que coloco como
o emergir da sociedade do conhecimento, aquela que se dá quando a hegemonia da
produção passa para a dos bens imateriais e faz surgir uma nova classe trabalhadora,
a do precáriado. Por outro lado, quando a direita e a esquerda não tem rumo,
esta colocada na ordem dia a barbárie da extrema direita, porque só o
impossível é a saída para a civilização. A pandemia do coronavírus coloca o
totalitarismo (neoliberalismo-Chauí) em xeque. O processo de globalização não
tem volta; o estado tem que ser robusto para conter as próximas crises
econômicas, políticas e sociais que serão globais; e que o estado de bem estar
social que assegure a todos educação, saúde, segurança, moradia e
aposentadoria, é uma necessidade global, como também uma política globalizada
de defesa de todas as vida e a vida da Terra. Aos trabalhadores industriais e
do precáriado cabe se unirem na luta local/global, para caminharem para a
construção global de uma sociedade social democrata ou socialista, dependo da
correlação de forças. No Brasil temos que exigir um governo de salvação
nacional para deter a tragédia que o povo brasileiro vive e que se ampliará com
esse governo das milícias, inclusive que deve organizar eleições gerais no
curto prazo.
Ricardo Corona Anisio Garcez, a produção do corpo, que nos
deu/dá diferentes conceituações em torno da ideia
"trabalhador/trabalho" já não é mais o centro de interesse do
capital. Este homem-máquina que já se transformou em homem-informação, hoje, é
- ao menos tudo indica - descartável. Hoje o corpo recebe, assim, uma grave
acusação: é limitado e perecível, imperfeito e impuro, fatalmente condenado ao
descarte e à obsolescência. Trocando em miúdos: fabricar um vírus e depois uma
vacina é algo altamente lucrativo.
Serginho Athayde Ricardo Corona, se Trump se manter imune,
indica que os EUA já tem a vacina, o que reforça em muito a acusação da China e
Irã, que fica mais verdadeira quando quer comprar as descobertas por
laboratórios de outros países, quer ser proprietário da patente e lucrar
sozinho.
Oculte ou denuncie isso
Ricardo Corona Serginho Athayde É isso aí, Serginho Athayde.
É exatamente esse o jogo.
Serginho Athayde Trump jogou o coronavírus na China, Irã,
Itália e Coreia do Sul. Na China para fazer um estrago econômico, político e
social, como o laboratório dos EUA afirma que descobriu a vacina, mas só poderá
produzi-la daqui a um ano, é possível que ao empestear a China em outubro do
ano passado, quando 300 militares seus participaram de um jogo de guerra,
acreditou que este ano a vacina já poderia ser usada e livraria o povo
americano da tragédia. No Irã e Itália, o motivo foi de serem os centros
comerciais na Europa e Oriente Médio da Rota da Seda, que quando estiver
acabada a hegemonia americana estará debilitada no mundo através do surgimento
da Eurásia. Quanto a Coréia do Sul, imagino que é decorrente do medo dela se
aliar ou juntar-se com a Coréia do Norte, e de já ter chegado a tecnologia 5.0.
Tudo que você escreveu acima, que interpreto como um discurso do pós-humano,
que não domino, mas não subestimo. Tenho nas veias do meu coração três stents,
uma resposta industrial ao meu problema, a caminho do ciborgue. Por outro lado,
sei que 90% do meu corpo é uma composição de microrganismo, somada a 10% de
células humanas. A penicilina e o antibiótico são composições de micro
organismo, como um detergente feito de microrganismos modificado para comerem a
gordura da caixa de nossa cozinha. As veias do coração são construídas também
por eles, por que um deles não é modificado para comer a gordura alojada nas
nossas veias? Gostaria muito de discutir esse futuro que esta aí desde 1900 com
descoberta de Planck de que a partícula é onda também, do surgimento dessa
realidade híbrida, material e imaterial. Um grande abraço!
Fatima de Freitas Ulisses Galetto pois é, mas se como eu,
você leu e le textos que saem de boas reflexões, ajustadas e coherentes,
estamos participando de um crescimento e compreensão global.
Serginho Athayde Ulisses Galetto, para mim, a realidade é o
impossível e o poder esta na imaginação, que os artistas podem entender,
palavras de ordem do maio francês de 68. Os políticos e economistas vivem
atolados no possível, no que já era, nesses momentos de grandes transformações,
ficam cegos, não conseguem imaginar o futuro. O mundo capitalista financeiro
esta desmoronando, o Brazil esta destruído e dando uma banana para a tragédia
do coronavírus. E a esquerda onde esta? Será que todos nós somos covardes, ou
estamos sem rumo mesmo? Esta errado Lula, não podemos esperar até 2022!
Vitor Recacho Pode se dizer com uma certa segurança que a
situação atual da economia deve-se a três fatos "recentes": 1) A
entrada do leste asiático, principalmente da China e da Coreá do Sul na cadeia global
de produção que derrubou custo, aumentou em muito a capacidade produtiva ociosa
e dessa forma empurrando os salários para baixo nos países ocidentais; 2) A
política do Quantitative Easing que foi usado para socorrer a economia em 2008
que tem como base derrubar os juros e aumentar a liquidez de forma incentivar à
atividade econômica mas que na prática levou os juros das principais economias
a taxas próximas de zero e incentivou o processo especulativo já existente das
firmas, motivado pela busca de lucros pelo acionistas e; 3) Abertura da Conta
Capital dos países a partir das décadas de 70/80.
O processo de financeirização não é novo porém ele foi
acelerado com a abertura das Contas Capitais dos países e pela a concorrência
gerada pela China, para as firmas continuarem gerando lucros para os acionistas
fez-se necessário mover percentuais cada vez maiores do capital para
especulação e isto debilitou o processo produtivo, diminuiu salários e aumentou
a desigualdade, a crise de 2008 foi em partes resultado desse processo. Porém a
solução usada para salvar os mercados e a firmas em 2008 em vez de tratar a
causa, trata o sintoma. As taxas de juros quase nulas e o aumento da liquidez
incentivou um processo voraz de fusões e aquisições que elevou o valor dos ativos
financeiros e o endividamento das firmas.
Em 2018 "começou" a aparecer os primeiros sinais
de que apesar de toda essa valorização a economia não ia bem. Tanto que
esbouçou uma tentativa, que foi vencida, de subida da taxa de juros
norte-americana pelo FED com uma tentava de diminuir a especulação e incentivar
o investimento produtivo, porém isso foi recebido de forma muito ruim pelo
mercado e pelas firmas dado o alto grau de alavancagem do mercado, uma subida
de juros significaria um problema no resultados das firmas e consequentemente
um redução dos lucros.
O Coronavírus foi apenas a fagulha que acendeu o estopim, a
bolha já existia e crescia a paços largos. Os efeitos da quebra das bolsas de
valores globais ainda vai ser sentido na diminuição do crédito, na demissão de
trabalhadores e fechamento de pequenas e médias empresas nos próximos meses.
A situação atual da economia com alto grau de capacidade
ociosa e juros próximos de zero, alguns até negativo, faz com que as políticas
fiscais e monetárias tradicionais sejam ineficientes, a sinalização dos Bancos
Centrais de usarem o mesmo receituário de 2008 mostra isso.
Claudio Ribeiro Com muito respeito, Vitor Recacho, tenho
muitas dúvidas análise do panorama econômico global. No entanto, e por óbvio,
estudarei seus comentários com seriedade para evitar conclusões precipitadas.
Quanto ao coronavírus, creio, como você, que foi a fagulha do estopim, como
foi, aqui, a dengue, a zika e, agora, o sarampo e outras doenças reaparecidas.
Vitor Recacho Claudio Ribeiro A questão do Coronavírus é que
ele mexe com as expectativas dos agentes a nível global e devido a livre
mobilidade de capitais entre países, financerização da economia e alto nível de
alavancagem das firmas, uma mudança das expectativas gera um efeito cascata
seja ele positivo ou negativo. A bolha financeira atual é uma continuidade da
bolha de 2008 com acelerada pelo Quantitative Easing. Agora que as expectativas
são ruins e os agentes buscam liquidez, a bolha explode e o valor dos ativos
financeiros derrete.
Para o atual modelo econômico não é o caracter social e
humano do Coronavírus que gera a crise mas a possibilidade de que as taxas de
lucros parem de crescer.
Maria Torii O capitalismo ainda tem na desgraça da
humanidade, o lucro dos laboratórios farmacêuticos, especulação financeira
através dos lucros e rentabilidade entre quem pode ou não pagar fortunas para
cura e prevenção de uma doença pan. A desgraça humana é o atual rendimento do
mercado financeiro. O capitalismo sempre inventa uma nova maneira de lucrar.
Anisio Garcez Homem Maria Torii se fosse verdade o que você
diz, que o "capitalismo sempre acha uma maneira de lucrar" ele seria
um sistema eterno historicamente. O capitalismo só lucra através da exploração
da mais-valia e essa mais-valia só se realiza na comercialização da mercadoria.
Esse é todo o problema do sistema diante de um mercado limitado e de certa
forma "destruído" pela especulação. Se os capitalistas passaram a
escriturar lucros fictícios (D [dinheiro] - D' [dinheiro ampliado]) sem nenhum
pudor isso são truques contábeis e não lucro realizado na troca de mercadorias.
Um exemplo: os bancos brasileiros, todos eles realizaram lucros estupendos nos
últimos anos e distribuíram dividendos enormes entre os acionistas, isso porque
eles maquiaram os balanços fazendo constar como crédito a receber dívidas de
empréstimos (com altas taxas de juros) que não serão pagas, ou seja, onde
existia o rastro de alta inadimplência eles encobriram isso com escrituração
fraudulenta para fazer a felicidade de alguns operadores espertalhões. Agora a
bolha desta inadimplência vai explodir, por isso eles estão pedindo para serem
socorridos pelo governo com dinheiro público para as "renegociações"
das dívidas das famílias.
Serginho Athayde Anísio, correto, o capital com seu estado
mínimo dessa vez não consegue ultrapassar a crise financeira do sistema. Só dar
dinheiro para as empresas não é a saída, terá que dar também para os
trabalhadores infectados, para os que entrarem em quarentena e pagar também os
salários do resto enquanto a pandemia não seja extinta, e mais, para tanto, não
se pode deixar nenhum foco no mundo, para isso as cidades e países estão
parando em todo planeta. Por outro lado, terá que construir ou ampliar a saúde
estatal e estabelecer um padrão global operacional global, para evitar
gigantescas crises devido a possíveis mega prejuízos, causados por novas
pandemias. Ou seja, o Estado terá que ser ampliado e o estado de bem estar
social terá que ser uma das lutas principais dos trabalhadores industriais e do
precáriado em todo mundo. A pandemia do corona vírus é uma espoleta que implode
o totalitarismo (neoliberalismo-Chauí). Uma fato que não pode acontecer são as
esquerdas olharem esse futuro imediato com os olhos do passado.
Oculte ou denuncie isso
Maria Torii Anisio Garcez Homem , já houveram interesses em
fábricas de automóveis, imóveis, ouro, petróleo, ações de bancos, armamentos,
tecnologia, hoje é a indústria farmacêutica. Os investidores migram, conforme a
lucratividade aumenta. Faliram bancos, indústrias de automóveis, o mercado
especulativo age conforme o seu interesse, capitalismo é selvagem, o mundo do
lucro é o da esperteza, da visão de que ações são mais valiosas que o ser
humano, e o poder do capital é somente lucro, o barateamento da mão de obra, já
é passado, mais valia, é no mundo da produção, hoje é a indústria da morte, de
seus insumos, dos produtos químicos ligados a doença, dos medicamentos , das
compras em massa de governos. O lucro da morte já foi a dos armamentos, porém,
hoje é a especulação financeira de indústrias de medicamentos, que é rentável
,chamado necrocapital. O capitalismo sempre foi ágil e migra seus interesses
sempre onde há o lucro.
Vera Lucia Anunciação Só posso dizer q concordo com os dois
primeiros períodos, Anísio, pois tb não conheço o suficiente pra discorrer a
respeito. Na verdade, a maioria dos comentários q faço na minha página e na de
outras pessoas são "chãozinhos": não demandam conhecimento profundo
dos temas, mas apenas um pouco de informação e de bom senso. Ainda assim, dou
muita bola afora! Muitas vezes, posto mais matérias informativas e/ou
"indignativas" - e algumas vezes minha indignação vai até na
grosseria, infelizmente, pois não gosto de perder as estribeiras...Agradeço teu
texto e sinto não poder contribuir c a discussão. 😘
Vera Armstrong O capitalismo vive de crises e gera-las.Semore
precisou da força de trabalho, só que os convenceu que são descartáveis e como
tem gente demais e pouco emprego, há ainda mais exploração e esse vírus corona,
também creio foi fabricado pra indústria farmacêutica e médica expandirem
lucros, porém o que pode estar acontecendo e ficar evidenciado, que os governos
que investem em Saúde Pública e Pesquisa Científica, estão enfrentando essa
doença com mais possibilidade de cura. Afinal que importa de fato:
Vida humana ou lucro excessivos?
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Serginho Athayde Anísio e demais companheiros, a coisa boa
que percebo nessa discussão, é que o facebook não é um espaço só para
comentários, para se clicar gosto, etc., um instrumento para o reconhecimento
do que acontece, uma plataforma a serviço da alienação do capital. Pode também
ser um instrumento que permite o dialogo crítico, aquele que leva as pessoas
através da crítica a crescerem juntas, sem medo de serem felizes. Do que estou
entendendo até e desse momento, a pandemia do corona vírus esta parando aos
poucos a sociedade capitalista global, e penso que com isso cada um de nós
poderá entender individualmente o que nega homem, para negar coletivamente
também o que nos nega. Na pandemia o vírus além de agir globalmente contagia a
todos, capitalistas e trabalhadores, e impõe uma realidade de solidariedade e
união: ou todos são protegidos, ou ninguém terá proteção. Exige, para que isto
aconteça, que imediatamente se dinamize um processo de combate as carências e
privilégios, para que a pandemia seja reduzida ou extinta em todo o mundo, já
que a permanência de focos da doença oportunizam sua continuação e novo
espalhamento, e isto só pode ser feito com a criação e ampliação de direitos.
Ou seja, falam em dar trilhões dólares para as empresas, o que deve também se
dar para os trabalhadores industriais e do precáriado. E não adianta tentar não
dividir, nada fazer ou fazer pouco, o vírus se modifica com a própria
velocidade da sua disseminação, um indicador de que os próximos serão mais
letais. O que quero dizer é que o mundo se desmancha no ar e de todas as
maneiras, e que o vírus pode ser representado como uma nano bomba atômica, uma
nano espoleta que provoca uma reação em cadeia de átomos globalmente. A
humanidade vive uma grande crise civilizatória, diversa e assustadora, pode ser
a chegada do final dos tempos, do apocalipse e do Reino dos Céus, como disse
Jesus, ou a grande crise econômica do capitalismo, a revolução e a sociedade
socialista global, como disse Marx. Pode ser loucura, ignorância ou apenas
estupidez minha, mas é o que acredito.
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Anisio Garcez Homem Paulo Antunes eu acho que vocês da FAFEN
deveriam recolocar a questão do cancelmaneto das demissões e do não fechamento
da fábrica. A questão é simples: desempregar neste momento é um desserviço pelo
combate ao Coronavírus, depois, é um risco diante do fechamento das fronteiras
e das dificuldades que virão para importar fertilizantes. É uma opinião.
Paulo Antunes Anisio Garcez Homem concordo plenamente com
sua posição, porém já fomos todos demitidos, infelizmente perdemos a disputa
pro TST que tem dono, Ives Gandra, perdemos pra Petrobrás que tem como dono
Castelo Branco, perdemos pra prefeitura de Araucária que tem como Dono o
Hissan, perdemos pra Assembléia legislativa que tem como dono o Traiano,
perdemos pro Estado que tem como dono, Ratinho Jr e principalmente pra
sociedade que tem como o seu maior influenciador o Facebook. Ou seja, depois de
todas as lutas que travamos pra tentar reverter essa situação, ficou evidente
pra todos nós que é uma luta injusta e desonesta,pois nem mídia, judiciário e
política se posicionou a nosso favor. O que nos resta é lamber as feridas e
tentar resistir de alguma maneira que confesso , não sei qual.
Anisio Garcez Homem Paulo Antunes, se já foram demitidos,
coloquem a questão da readmissão e reabertura da fábrica de uma maneira que a
população entenda. Confrontem o governo com a situação. É uma medida de defesa
da vida e da sobrevivência da classe trabalhadora. O ambiente político e social
mudou um pouco. Os discursos privatizantes, contra a saúde pública, da falta de
dinheiro, todos estão em dificuldades neste momento de fazer porque não só a
crise sanitária mostrou o desastre que o capitalismo está levando a humanidade
como há uma própria crise no sistema capitalista mundial. Eu, se fosse o
sindicato, apresentava uma carta pública à Petrobras e ao governo exigindo a
readmissão e a reabertura da fábrica. Afinal de contas, vão ser mais 1000
trabalhadores sem salários numa crise sanitária dessas? Vai ser uma fábrica de
fertilizantes desativada quando as importações mundiais de fertilizantes podem
ser dificultadas ou cortadas e nossa agricultura vai ficar sem capacidade de
produção para alimentar o povo? Eu tentaria esse diálogo com a população.
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